Amarrações, e demónios invocados pelas bruxas em assuntos amorosos

Amarrações, e os demónios invocados pelas bruxas em assuntos amorosos

Na feitura de amarrações amorosas, que normalmente abordam assuntos amorosos dos mais legítimos, aos mais caprichosos, as bruxas sempre recorreram de alguns demónios em particular, sendo porem que tais entidades e hierarquias foram um segredo sempre bem conservado. Exemplo disso foi observado em 1428, na Itália da Idade Media onde viveu uma das mais famosas bruxas da época, a bruxa Matteuccia. A bruxa residia nos arredores de Perugia, perto de Umbria, no centro de Itália. A bruxa era conhecida por usar uma unção esfregada pelo seu corpo nu, que invocava irresistivelmente o Diabo. A fórmula da unção havia sido escrita há muito por uma velha bruxa, e foi-lhe dada pelo próprio Demonio. Usando-se da unção no corpo de uma bruxa, a sua fragrância atraia o Demónio de forma quase imediata, vindo ele sempre com desejo ardente de possuir a bruxa, para depois lhe conceder todos os favores que lhe fossem pedidos. A formula era feita a partir de alguns ingredientes conhecidos, e outros desconhecidos. Entre aqueles que se conheciam, estava a gordura de defuntos que não houvessem sido baptizados, cascos de mula-fêmea, penas de certas aves, ossos de defuntos pagãos da antiguidade, e outros mais ingredientes, tudo ardido e reduzido a um pó, que depois era usado para fabricar o unguento. Por dominar tais fórmulas que até ao Diabo seduziam, é que a bruxa ficou famosa pelos seus trabalhos de magia negra para o amor, pois que se nem demónios lhe resistiam, então ainda menos os homens embruxados. E nesses trabalhos, a bruxa recorria do auxilio de demónios a quem invocava, por terem grandes virtudes nas artes de abrir caminhos ao amor.

Outro caso que demonstra como as bruxas invocam demonios para alcançarem os maiores sucessos em trabalhos de magia negra para assuntos amorosos, ( ou as amarrações), sucedeu por volta dos anos de 1335. Foi nessa época que a bruxa Anne Marie de Georgel confessou abertamente pertencer ás hordas de seguidores de Satanás. O caso sucedeu em Toulouse, na França. A bruxa afirmava que conforme se ensinava nos Sabbats e Missas Negras das bruxas, se é verdade que Deus é o Senhor dos Céus, porem Satanás é o Senhor da Terra. As missas negras das bruxas eram celebradas diante de um altar de Deus onde porem encontrava a imagem do Diabo, na forma de bode com seios humanos cornos e um falo erecto. Havia sempre uma jovem bruxa que orava ao Senhor Satanás, pedindo-lhe que a salvasse dos traiçoeiros e dos perseguidores, depois beijando o ídolo no seu falo erecto. Era tomado vinho, e a jovem bruxa desnudava-se, e deitava-se no altar. Um homem representando Satanás assumia a cerimónia, e recitava orações cristãs, substituindo a palavra Cristo por Satanás. No momento da impura e herética Eucaristia, a bruxa deitada no altar oferendava então algumas gotas o seu próprio sangue ao representante de Satanás simbolizando o pacto com o Diabo. Ao invés de hóstias era servidas rodelas de rabanete preto, e água ao invés de vinho. Seguia-se então um festim de obscenas luxurias, onde a sodomia era praticada, porquanto é um acto impuro e abominável. Por vezes, criaturas de tenra idade eram sacrificadas. Esses sacrifícios eram usados para invocar a certos demónios que causam grandes efeitos em assuntos amorosos, e por isso mesmo as suas bruxarias para amarrações e assuntos de amor eram espantosos. Por isso mesmo, a bruxa Anne Marie era requisitada por incontáveis clientes que solicitavam os seus bruxedos celebrados em missas negras.

Segundo o notório historiador romando Dius Cassius155 -235 dC), já no tempo do imperador Comudus (161-192 dC), haviam varias e célebres bruxas que recorriam a sacrifícios de crias menores para invocar a demónios que as assistiam nos seus trabalhos de magia negra, auxiliando á persecução das suas finalidades, e sempre com um espantoso sucesso.

Os demónios invocados pelas bruxas em amarrações 

Sobre os demónios que as bruxas invocam para a celebração de amarrações e trabalhos de magia negra relacionados com assuntos amorosos, sabe-se que um desses espíritos de trevas é Amon. Amon, ou Maymon, é o nome de um marquês nas hierarquias do inferno. Ao demónio Amon, agrada-lhe fazer-se manifestar na forma de uma coruja, e este demonio foi venerado como um Deus Pagão no Antigo Egipto. Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) célebre ocultista e demonologista Francês, autor do influente «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, faz nota do demónio Amon, que é um dos 72 Espíritos de Salomão. Amon é um demónio particularmente poderoso quando se trata de lidar com assuntos relacionados com o amor.

Outro demónio invocado pelas bruxas em assuntos amorosos, é o demónio Furfur. Furfur é um dos 72 Espíritos de Salomão, que por vezes lhe agrada manifestar-se na forma e um veado. È um demónio invocado pelas bruxas para provocar o amor conjugal, sendo frequente que quanto há trabalhos envolvendo a sua presença possam ocorrer raios, trovoes ou perturbações eléctricas.

Outro demónio conjurado pelas bruxas em assuntos eróticos, é o demónio Veltis, o espírito maligno que foi exorcizado para fora de santa Margarida ( 1045 – 1093). Havendo possuído a princesa Margarida da Escócia, o demónio infestou-a com todo o tipo de tentações, e veio testa-la enquanto se encontrava aprisionada numa masmorra, pelo que a sua invocação é forte quando se tratam de assuntos lascivos, pois encerra a sua vitima numa masmorra de tormentos até que ela ceda aos desejos de quem a mandou embruxar.

Velderet é igualmente um demónio chamado a assuntos de sedução, pois é um dos espíritos de trevas responsáveis por fazer as bruxas chegarem em segurança ao Sabbat Satanico, e é um mestre na sedução do género feminino.  Este demónio costumava ser retratado como assumindo uma forma de um homem verde, ou vestindo roupas verdes.

Os Demónios Incubbus e Sucubbus são também invocados nas mais fortes amarrações, pois que podem tanto enfraquecer e assombrar nocturnamente a vítima do bruxedo, como igualmente induzir a emoções ligadas á sexualidade. A palavra Incubbus podia também significar «pesadelo», pois a vítima de um destes demónios tende a padecer de temíveis perturbações nocturnas. Nos grimórios medievais, estes demónios eram descritos como entidades infernais que procuravam ter relações carnais com humanos, corrompendo-os com a concupiscência da volúpia através de fortes mas sombrias tentações. Quando um espírito maligno desta natureza se apresentava como homem era chamado de Incubbus, ao passo que apresentando-se como mulher chamava-se de Sucubbus.  São Tomás de Aquino ( 1225-74), escreveu detalhadamente sobre esta classe de demónios, dando prova da sua existência.

Os demónios Incubbus e Sucubbus

Um dos casos famoso sobre a aparição e existência de demónios succubus, ocorreu dentro dos muros do próprio Vaticano. O Papa Silvetre II (946 – 1003), confessou que durante grande parte da sua vida tinha mantido relações carnais com uma demónio Sucubbus, de nome Meridiana. Foram assim inúmeras e celebres as aparições de demónios Sucubbus, e que são uma realidade comprovada pelas evidencias, relatos e testemunhos.

Outro dos casos de demónios Sucubbus que era simultaneamente um espírito familiar demoníaco de um bruxo, ocorreu na Alemanha do seculo XVII. O caso ficou historicamente documentado, e sucedeu com o notório bruxo alemão de nome Johannes Junius ficou conhecido por ser amante e ter um relacionamento com um demónio sucubbus. A demónio succubus abordou depois Johannes Junius incorporando por possessão demoníaca no corpo de uma linda bruxa. Dessa forma o demónio sucubbus seduziu o homem, levando-a a celebrar pacto com o demonio, e com ele saciando-se em actos lascivos. Tudo isso sucedeu quando Junius foi levado pela demónio sucubbus ao seu primeiro Sabbat satânico, onde a Hóstia sagrada foi profanada, e o bruxo recebeu a sua marca do Diabo, que no seu caso consistia numa mancha na forma de uma folha de um trevo. O bruxo recitou depois a fórmula que a bruxa lhe ensinara, dizendo «Renuncio a Deus no Céu e todas as suas hostes, e reconheço o Diabo como meu Deus». Depois disto dito, o bruxo Junius foi baptizado em nome do Diabo. O seu nome cristão foi assim riscado do Livro da Vida de Deus, e um novo nome satânico foi inscrito no Livro da Morte do Diabo. O bruxo foi assim baptizado com o nome de Krix pelo próprio Diabo, e ficou nesse momento a saber que o demonio feminino que o acompanhava se chamava Vixen. Depois da cerimónia estar concluída, todas a demais bruxas e bruxos acolheram Junius na comunidade, dizendo que agora sim, eram todos iguais. Dai em diante Junius passou a celebrar trabalhos de magia negra, a frequentar os Sabbats satânicos, sempre acompanhado do demónio sucubbus que o recrutara. Sendo um demónio succubus uma entidade particularmente poderosa em assuntos de sedução e lascívia, os trabalhos de magia negra para o amor e luxuria celebrados pelo bruxo e auxiliados pelo seu demónio feminino, tornaram-se lendários, pois tinham espantosa eficácia.

O próprio Papa Inocencio VIII ( 1432- 1492), emitiu uma bula papal em 1484, confirmando a existência dos demónios sucubbus e incubbus. Da mesma forma, afirmam vários grimórios satânicos, que um demonio incubbus é um demonio masculino que procura a mulher durante a noite, deitando-se sobre ela durante o sono, e tendo com ela relações carnais. A vítima pode nem sequer se aperceber do ocorrido, como pode até ter uma experiência de grandes prazeres, ou ao contrario, viver autênticos terrores nocturnos na forma de fortes pesadelos, ou sentindo um grande peso sobre si, e que a paralisa. Seja como for, este demónio vampiriza a sua vítima, alimentando-se da sua energia vital. Porem, tratando-se de uma bruxa, o caso muda consideravelmente, pois ao passo que o demonio se alimenta da bruxa, porem também lhe retribuiu auxiliando-a nas suas artes de magia negra. Quando assim acontece, o demonio incubbus passa a ser um espirito familiar da bruxa. Ao longo da Idade Media, os demonios incubbus foram conhecidos por vários nomes: na França chamavam-lhes Follet, na Alemanha chamavam-lhes Alp, na Itália eram conhecidos por Folleto, e na Espanha diziam-se ser o Duendes. A célebre obra Malleus maleficarum (1486), cataloga os faunos e sátiros como sendo demónios Incubus. Na França da Antiguidade, tais demónios eram chamados de Dusii. Entre os antigos povos gauleses, o Dusii ou Dusios era a divindade que os Gregos conheceram como Pan, ou os Faunos da religião Romana. Os demónios Incubbus já caminham por isso entre a humanidade há séculos e séculos, sendo que cada povo da antiguidade lhes atribuiu nomes diferentes, e porem a entidade era sempre a mesma observada fosse em que cultura fosse, ou fosse em que data fosse. E tantos povos juntos ao longo de tantos séculos, não podiam estar todos enganados, ou a ver as mesmas miragens. Os Incubbus são por isso demónios muito reais, e deles há incontáveis registos históricos.

Sobre os demónios Sucubbus

O demónio sucubbus é o género feminino do demónio incubbus. Sobre os demonios sucubbus, sabe-se que a primeira de todas as demónios sucubbus foi Lilith, que quando seduziu e copulou com Adão já caminhando nesta terra, vindo manchado de pecado após a sua expulsão do Paraíso, então gerou uma descendência de sucubbus e incubbus que tem existido e vindo a multiplicar-se até aos dia de hoje.Nos ensinamentos hassídicos do judaísmo medieval, já se mencionava a criatura de nome Aluqa , uma demonio feminino de atraente beleza, que levava os homens ao esgotamento, e muitas das vezes ao suicídio. Foram vários os registos históricos que testemunham sobre o fenómeno de demónios Incubbus que se deitavam com mulheres, estando alguns desses relatos descritos em obras como De rerum uarietate ( 1557), do famoso medico, matemático e filosofo Italiano Giralomo Cardano ( 1501 -1570), ou na obra  De Miraculis Occultis Naturae (1559), de Levin Lemne ( 1505 – 1568).

Quando estes espíritos Sucubbus ou Incubbus se associam a um bruxo ou a uma bruxa, tornam-se naquilo que é conhecido como um espírito demoníaco familiar das bruxas.No «compendium maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570)  , são descritos os fenómenos da magia negra e da bruxaria, assim como os meios solenes através dos quais a bruxa faz Pacto com o Diabo, e nessa altura recebe o seu espírito demoníaco familiar, que na verdade se trata  de um demonio Incubbus atribuída á bruxa, ou um demónio Sucubbus atribuído ao bruxo.

No compêndio das bruxas, assim podemos ler que «Toda as bruxas juram obediência e sujeição para com o Diabo. Prestam homenagem e vassalagem ao demónio através de cerimónias obscenas, de devassas luxurias e de heréticas perversões. Depois, colocam as mãos sobre um grande livro negro do Diabo que lhes é apresentado. Trata-se do Livro dos Mortos do Diabo, o oposto do Livro da Vida do Deus cristão. Colocando a mão em cima do livro, as bruxas ligam-se ao Diabo através de juramentos blasfemos de nunca retornar á fé cristã, não observar os preceitos cristãos, e não realizar nenhuma obra da Igreja. Não aceitarão mais os divinos preceitos de Deus, mas sim os impuros desejos do Diabo. Jamais frequentarão novamente os sagrados ritos da Igreja, mas sim atenderão apenas aos profanos Sabbat e Missas Negras da magia negra. Estes juramentos nocturnos são prestados á meia-noite, em sabbat satânico.» Mais assim diz o compêndio das bruxas «Nesta altura, a bruxa recebe a sua marca do Diabo. È o próprio diabo que lhe imprime a marca no corpo com a sua garra .Após receber a marca do Diabo, a bruxa profere juramentos de abjurar a santa-trindade, e todas as crenças e praticas da Igreja. Em troca, o Diabo promete conceder a sua protecção á bruxa, auxiliar em todos os seus trabalhos de magia negra, e após a morte garantir que a alma da bruxa vive eternamente aqui na terra, e investida de poder demoníaco. Estando isto solenemente professado, a cada bruxa é designado demónio chamado demónio «Magistellus», ou um espírito demoníaco familiar.» Frequentemente, no decorrer do Sabbat o demonio familiar incorporava por possessão demoníaca num homem, e a bruxa entregava-se-lhe em devassa luxuria. Também ocorreu por vezes o demónio familiar incorporar num animal como um bode negro, e terem depois ocorrido profanas obscenidades. O espírito demoníaco familiar é um presente do Diabo para a bruxa, e esse demónio familiar acompanhará para sempre a bruxa. Conforme um anjo acompanha um santo, pois um demónio familiar acompanha uma bruxa. E se através dos anjos os santos alcançam a pureza, então pela perversidade dos demónios familiares as bruxas contaminam-se todo o tipo de profana luxuria. Pois na verdade, o espírito demoníaco familiar é  um demónio Incubbus ou Succubus que escolhe a bruxa ou o bruxo. Sendo bruxa tratar-se-á de um demonio Incubbus, e sendo bruxo será uma demoniza Sucubbus. Henri Boguet ( 1550-1619),  notório demonologista e jurisconsulto, afirma no capítulo XII do seu «Discours des Sorciérs» (1602), que na conexão carnal entre o Diabo e as bruxas, o Diabo conheceu todas as bruxas e bruxos, porque ele assume uma forma feminina para agradar aos bruxos, e uma forma masculina para seduzir as bruxas. O próprio Boguet testemunhou um caso em que o demónio apareceu a um homem de nome Pierre Gandillon e George o seu filho, havendo a ambos seduzido e com eles simultaneamente mantido relações pecaminosas, para depois os converter em bruxos. O mesmo sucedeu com uma mãe e filha, a quem um demónio Incubbus se insinuou, havendo com elas cometido em simultâneo igual abominação lasciva, depois levando-as a tornarem-se bruxas.

Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, o demonologista Remy faz nota que as bruxas que tiveram relações carnais com Incubbus, assim como os bruxos que se entregaram á luxuria com Sucubbus, são unânimes em afirma que nada é mais frio que possa ser imaginado ou descrito. Todas as bruxas e bruxos tem relações carnais com um demónio Incubbus ou demoniza Sucubbus quando entram ao serviço de Satanás, pois isso faz parte da celebração do seu Pacto infernal. Muitas das vezes, esse acto carnal é selado com o espírito demoníaco familiar que escolhe a bruxa, sendo que já houve várias historias de espíritos demoníacos familiares que acabaram por casar com a sua bruxa, e viver em matrimonio com elas até ao fim da vida da bruxa, sendo-lhe leal, e servindo-a com ternura, fidelidade e diligencia. Por volta dos anos de 1678, há um caso que ficou historicamente documentos e ocorrido na Inglaterra, que atesta deste facto. Por volta dos anos de 1678, havia uma célebre bruxa em Lawford, Essex, de nome Rebecca West. A bruxa Rebecca West ficou conhecida pela bruxa de Lawford, sendo ela por sua vez filha de uma outra bruxa com o mesmo nome. Quando ainda na sua juventude, apareceu-lhe um demónio que seria para sempre o seu espírito demoníaco familiar. A primeira vez que o demónio lhe apareceu,  fê-lo em forma humana, e foi ter com ela á noite, enquanto a jovem estava na sua cama. O demónio pediu-lhe que ela o convidasse a dormir com ela, prometendo-lhe que se o fizesse casaria com a jovem, e seria um bom esposo, e que a protegeria de todos os seus inimigos, assim como favoreceria todas as suas bruxarias. A bruxa aceitou, e o demónio possuía-a numa noite de lasciva concupiscência carnal. O demónio conforme prometido casou com a bruxa nessa mesma noite, sendo que nessa noite a bruxa lhe prometeu ser sua esposa obediente até que a morte a levasse, e renegou a sua fé cristã. Uma das coisas que a bruxa sempre afirmou, foi que o contacto com o demónio era frio, que o beijá-lo era como beijar mármore.

Já o bruxo Pétrone de Armentiéres também teve relações carnais com a sua demoniza Sucubbus, igualmente o seu espírito demoníaco familiar. A demoniza Succubus chamava-se Abrahel, manifestou-se na forma de uma mulher de estonteante beleza, e porem o bruxo dizia que o momento máximo do acto carnal com ela, era como entrar numa cavidade de gelo. Todas as bruxas afirmavam que o demónio possuía órgãos genitais excessivamente grandes e rígidos com madeira ou pedra, assim como frios como gelo, e que a sua semente era gélida como água vinda das frias montanhas. A bruxa Alexée Drigie, por volta dos anos de 1586 afirmava para quem quisesse ouvir, que o membro do seu demónio Incubbus era de tamanho volume tais, que não havia como pudesse ser inteiramente contido por qualquer mulher, sem que se sofresse algum padecimento.  No mesmo ano, também a bruxa Nicole Moréle dizia que depois de copular com o seu demónio Incubbus, havia dias em que ficava acamada de exaustão, tal não tinha sido o nível de exigência e violência do acto luxurioso, que por vezes chegava a deixar os lençóis ensopados em sangue, e o corpo severamente marcado com nódoas negras e arranhões.

Por volta dos anos de 1660, uma bruxa de Suffolk, a viúva Bush de Barton, disse que o demónio lhe apareceu incorporado num jovem moreno, mas que era mais frio que um cadáver. A famosa bruxa escocesa Isobel Gowdie afirmava abertamente haver copulado com um demónio, havendo este aparecido na forma de um homem através de possessão demoníaca de um jovem, mas que o contacto com seu corpo era frio como uma rocha, e que quando ele se encontrava no interior da sua intimidade, o seu falo e a sua semente eram frias como água da nascente.

Henri Boguet ( 1550-1619), foi um notório demonologista Francês que em 1602 publicou a obra «Discours Exécrable des Sorciers», fruto das suas investigações e observações pessoais de casos reais de magia negra, bruxas e bruxaria.  Boguet, no seu Discours des Sorciérs faz nota que nas missas negras as bruxas entregavam-se á mais promiscua devassiadão e luxuria com demonios Incubbus incorporados em corpos de homens através de possessão demoníaca, não havendo obscenidade nem heresia que não fosse perseguida naquelas profanas Eucaristias satânicas, pois que ao fazê-lo estava-se a oferendar sacrilégios que são uma deleitosa iguaria para o Diabo, assim lançando-se um poderosíssimo chamariz aos demónios. O Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer,  ( 1430 – 1505),descreve como nessas missas as bruxas copulam com demónios Incubbus que incorporam em corpos humanos através de possessão demoníaca. Na maioria das vezes os demónios que se fazem manifestar nas missas negras com a finalidade de copularem com as bruxas e bruxos, são demónios Incubbus e Sucubbus, que incorporando em corpos através de possessão demoníaca, satisfazem os seus próprios apetites carnais através do pecado e da luxuria. são Tomás de Aquino, ( 1225-74), deixou um legado de escritos nos quais se descreveu sobre as bruxas, e sobre a forma como os demónios Incubbus as procuravam para com elas realizarem actos lascivos, e através da luxuria firmarem com elas Pactos demoníacos, depois auxiliando-as na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra, especialmente aqueles ligados ao erotismo e á luxuria, conforme as amarrações. No caso dos bruxos eles seriam procurados por demónios Succubus,  e o mesmo sucederia. O demonologista renascentista Girolamo Menghi , autor do Compendium of the Arts of Exorcism , a firmava que infinitas eram as formas que os demónios podiam assumir para se aproximar e perverter ou corromper o homem e a mulher. O demonologista aderiu á ordem dos franciscanos 1552. Foram varias as obras que escreveu, tais como Flagellum Daemonum ( 1557), Fustis Daemonun ( 1588), e o Compendium ( 1576). Nessas obras Menghi afirma que os demónios são espíritos, e por isso não tem sexo, isto é, não são macho nem fêmea. Por isso, eles apresentam-se ao ser humano conforme a própria inclinação natural do ser humano aos qual eles se estão a manifestar, de forma a favorecer o desejo da pessoa que o demónio deseja possuir. Se se trata um homem que goste de mulheres, o demónio far-se-á apresentar num corpo de uma linda mulher do agrado desse homem, nesse caso convertendo-se numa demoniza Sucubbus; se for uma mulher que se agrade com homens, então far-se-á apresentar na forma de um belo homem que lhe agrade, assim convertendo-se num demónio Incubbus; a carnalidade é por isso um meio para chegar a um fim. Ora, o meio é a sedução e o desejo, sendo que o fim é a corrupção daquela pessoa, levando-a aos caminhos da magia negra. Foi justamente por este meio, que muitos padres e freiras foram seduzidos por demónios, levados a subverter os seus sacramentos, e a celebrar Pacto com o diabo, por meio do qual receberem os ímpios sacramentos satânicos, e passaram oficiar nas artes da magia negra, celebrando os mais poderosos trabalhos de magia negra. Foi também por esse meio que muitas bruxas e bruxos foram recrutados para o oficio da magia negra, e tal facto é detalhadamente descrito no «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570)  , onde são descritas as varias finalidades para que uma bruxaria podia servir, assim como os seus poderosos  efeitos. O notório padre e demonologista observou pessoalmente casos de bruxaria, de magia negra e possessões demoníacas, tendo sido testemunha dos poderosos efeitos da magia negra, assim como da existência de Incubbus e Sucubbus.

Lewis Spence ( 1874 – 1955), um notório ocultista Escocês, afirma no seu compêndio «Encyclopaedia of the Occult» (1920), que um Sucubbus é um demónio feminino que pode assumir forma humana, fazendo-o normalmente através de possessão demoníaca de uma mulher.

O rabino Elias afirmava que Adão depois de expulso do paraíso, foi visitado durante cento e trinta anos por varias demónios succubus, e teve relações carnais com elas. Uma dessas demónios Sucubbus, foi Lilith, a mãe de todas as sububbus, e a primeira de todas as sucubbus. Aos filhos e filhas nascidos das relações entre humanos e demónios Incubbus ou Sucubbus, chamam-se Cambions. A descendência dos demónios Incubus e Sucubus quando acasalam com humanos, chamam-se Cambions. Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês, autor da notória obra «De lá Demonomanie des Sorcieres» , publica em Paris, no ano de 1580 . As obras deste celebre demonologista descreveram as suas observações pessoais sobre casos verídicos de bruxas, de bruxaria, de magia negra e de trabalhos de magia negra. De acordo com Bodin, alguns são mais predispostos a gostar da raça humana que outros. O célebre teólogo reformista germânico Lutero ( 1483 – 1546),  na sua obra Colloquies, diz que eles embora se mexam e hajam como crianças normais, porem não exibem sinais biológicos de vida senão após os sete anos, e que são anormalmente grandes para a idade que tem. Lutero afirmou ter visto pessoalmente um Cambion, que chorou quando ele lhe tocou. Henri Boguet ( 1550-1619), foi um notório demonologista Francês que em 1602 publicou a obra «Discours Exécrable des Sorciers», fruto das suas investigações e observações pessoais de casos reais de magia negra, bruxas e bruxaria.  Boguet, no seu Discours des Sorciérs (capitulo XIV), revela que um mendigo galego tinha o habito de causar piedade ao publico, carregando um Cambion bebé consigo. Certa vez um cavaleiro viu que o mendigo estava com dificuldades em atravessar um rio com o bebé ao colo, e ofereceu-se para ajudar, levando a criança consigo a cavalo. Grande foi o seu espanto quando o próprio cavaleiro e o cavalo quase se afundaram no rio, pois o bebé embora parecendo normal, porem era extremamente pesado. O mendigo explicou-se depois ao cavaleiro, confessando que a criança que ele carregava tratava-se na verdade de um pequeno demónio, a quem ele treinara de forma a que ninguém conseguia recusar esmola quando ele o exibia a uma pessoa. Sabe-se de vários casos historicamente documentados de crianças que nasceram desta união entre demónios Incubbus e bruxas. Dizem as tradições da Idade Media que acabam sempre por ser crianças deformadas, embora a sua deformação nem sempre seja visível aos olhos, pois trata-se de uma deformação espiritual.  A origem demoníaca dessas crianças confere-lhes uma natureza diabólica, e por isso são crianças que muitas das vezes nascem com fortes dons espirituais. Em Toulouse, por volta dos anos de 1275, houve uma bruxa de nome Angéle de la Barthe que tendo tido relações com vários demónios, gerou uma tal criança. Outro caso conhecido foi a da bruxa Sarah Smith, de Essex, que no final do século XVII também deu á luz uma criança que era fruto das suas copulas lascivas com o seu espírito demoníaco familiar, que era um demónio Incubbus. Thomas Malvenda ( 1566 – 1628), um famoso exegeta dominicano, afirmava que as crianças geradas das relações entre humanos e demónios são muito altas, muito resistentes, ousadas, arrogantes e más. Também o cardeal Italiano Jesuíta são Roberto Belarmino ( 1542 – 1621), sustentava que o Anticristo será descendente de um demónio e uma bruxa.

Há vários casos historicamente documentados sobre aparições de demónios Succubus. Um desses casos ocorreu na Itália da idade Media, no tempo do rei Roger Borsa ( 1060 – 1111). Roger Borsa foi um normando duque de Apulia e Calabra e regente do sul de Itália. Sob o seu reinado, e por volta de  1085, aconteceu o caso da célebre sucubbus, que chegou mesmo a ser mencionado ao Papa Urbano II ( f. 1099). Certa vez, numa noite de lua cheia, um jovem nobre da Sicília estava a banhar-se num lago com outros fidalgos amigos, quando lhe pareceu ver alguém afogar-se e lançou-se á sua salvação. Tendo retirado da água uma jovem e bela mulher, o nobre enamorou-se dela, casou com ela, a tiveram uma criança. Porem, logo após o parto, a mulher desapareceu misteriosamente, levando consigo o bebé. O jovem nobre procurou pela sua esposa e recém-nascido filho por todo o lado, porem inutilmente. A mulher e o bebé tinham-se esfumado como se nunca tivessem existido. E porem, todas as noites de lua cheia, a silhueta de uma jovem mulher desnudada com uma criança aparecia junto ao lago onde o nobre havia conhecido a sua mulher, para logo depois desaparecer antes que o nobre pudesse alcançá-la. Soube-se então que a jovem mulher era uma demonio Sucubbus que tinha acasalado com o jovem para gerar uma descendência, e de tempos a tempos manifestava-se-lhe, sem porem nunca mais ter regressado. Outro caso de uma aparição de uma demonio sububbus ocorreu na Escócia do seculo XV. Hector Boece ( 1465 – 1536), um filosofo escocês, mencionava na sua obra  «History fo Scotland» que certa vez um belo jovem foi perseguido pelo espectro de uma demonio feminina, que a dada altura atravessou a porta do seu quarto para o pedir em casamento. O jovem procurou a ajuda de um Bispo, que lhe recomendou jejuns e oração, sendo que passado algum tempo a demonio o deixou de seguir. O caso porem foi célebre, e ficou documentado. Outro caso da manifestação de uma demonio sububbus ocorreu no Egipto, embora tivesse sido presenciado e descrito por um empresário Francês do século XIX. Delandre ( 1883 – 1923), um empreendedor e empresário Francês, contava que no Egipto tinha testemunhado o caso de um ferreiro que estando a trabalhar á noite, do nada viu aparecer-lhe uma linda mulher desnudada diante dele. O ferreiro suspeitando que havia algo de errado com aquela situação, atirou um ferro ardente na direcção da mulher, que imediatamente levitou diante dos seus olhos, para depois desaparecer.

Também no ano de 1453, na Normandia, houve o celebre caso do padre Guillaume Edeline, pior da paroquia de Saint-Germain-en-Laye, que admitiu abertamente ter um relacionamento com uma demonio Sucubbus, e que havendo-se enamorado dela, tinha participado num Sabbat Satânico onde se submeteu a Satanás, e dessacralizado os seus votos, converteu-se num padre satânico.

Brignoli, no seu Alexicacon, relata que em Bergamo, no ano de 1650, um jovem de vinte-e-dois anos idade quando estava no seu quarto de cama, quando lhe entrou pela porta uma linda empregada de nome Teresa, por quem ele havia antes estado enamorado. Para sua grande surpresa, a bela mulher conta-lhe que havia fugido de casa, e que procurava refugio junto dele. Embora receando que a situação fosse algum tipo de engano, o jovem aceitou ajudar a empregada. No decorrer na noite, as solicitações sensuais da mulher tornaram-se insuportáveis, e o jovem entregou-se indulgentemente aos braços da mulher. Porem, no meio da relação carnal, a ilusão desfez-se, e o jovem viu que estava não nos braços da empregada, mas sim de um demónio sucubbus. Porem, incapaz de interromper o decurso da lascívia, o jovem deixou-se levar pela tentação. Nas noites seguintes, repetiu-se a mesma luxuria. Noite após noite de devassidão, o jovem não conseguia parar com as visitas da demoniza sucubbus. Aquela relação demoníaca durou por meses e meses, até que o jovem se conseguiu libertar da demoniza. Os eventos acabaram documentados em registo histórico da época.

Um dos casos de demonios sucubbus que eram simultaneamente um espírito familiar demoníaco de um bruxo, ocorreu na Alemanha do século XVII. O caso ficou historicamente documentado, e sucedeu com o notório bruxo alemão de nome Johannes Junius ficou conhecido por ser amante e ter um relacionamento com um demonio sucubbus. A demonio succubus abordou depois Johannes Junius incorporando por possessão demoníaca no corpo de uma linda bruxa. Dessa forma o demonio sucubbus seduziu o homem, levando-a a celebrar Pacto com o Diabo, e com ele saciando-se em actos lascivos. Tudo isso sucedeu quando Junius foi levado pela demonio sucubbus ao seu primeiro Sabbat satânico, onde a Hóstia sagrada foi profanada, e o bruxo recebeu a sua marca do Diabo, que no seu caso consistia numa mancha na forma de uma folha de um trevo. O bruxo recitou depois a fórmula que a Sucubbus lhe ensinara, dizendo «Renuncio a Deus no Céu e todas as suas hostes, e reconheço o Diabo como meu Deus». Depois disto dito, o bruxo Junius foi baptizado em nome do Diabo. O seu nome cristão foi assim riscado do Livro da Vida de Deus, e um novo nome satânico foi inscrito no Livro da Morte do Diabo. O bruxo foi assim baptizado com o nome de Krix pelo próprio Diabo, e ficou nesse momento a saber que o demonio Sucubbus feminino que o acompanhava se chamava Vixen. Depois da cerimónia estar concluída, todas a demais bruxas e bruxos acolheram Junius na comunidade, dizendo que agora sim, eram todos iguais. Dai em diante Junius passou a celebrar trabalhos de magia negra, a frequentar os Sabbats satânicos, sempre acompanhado do demonio sucubbus que o recrutara. Sendo um demonio succubus uma entidade particularmente poderosa em assuntos de sedução e lascívia, os trabalhos de magia negra para o amor e luxuria celebrados pelo célebre bruxo Junies e auxiliados pelo seu demonio feminino, tornaram-se lendários, pois tinham espantosa eficácia. Há por isso inúmeros relatos historicamente documentados sobre a existência de demónios Incubbus e Sububbus, e das suas relações com a humanidade.

Outro demónios importantes, invocados em amarrações de magia negra

O demónio Baphomet está também profundamente ligado á sexualidade e ao desejo carnal, assim como o demónio Pan. Da mesma forma Asmodeus é o demónio da Luxuria, aquele que consta no célebre relato Bíblico onde enciumado e desejando Sara para si mesmo, lhe matou sete maridos.  Estes demónios, ( Baphomet, Pan e Asmodeus), são juntamente com os demónios Sucubbus, das entidades mais invocadas nos fortes trabalhos de magia negra para fins amorosos, ou amarrações.

o Demónio Baphomet

No século XIX, a obra do notório abade e demonologista Johannes Trithemius foi objecto de estudo do célebre ocultista Francês Eliphas Levi ( 1810-75), que afirmou que a estrutura do seu próprio sistema de catalogação demonológica tinha sido elaborada com fundamento na obra de Trithemius sobre os Secundadeians, a regra arcangélica sobre os ciclos da história. A esse sistema de magia cerimonial de Levi, deu-se o nome de Sanctum Regnum. Na sua obra, Levi chama a este demonio o «Baphomet de Mendes».

Em 1910, o místico e demonologista Norte-Americano Arthur Edward Waite ( 1857 – 1942), publicou o seu célebre Book of Black Magic and Pacts , ou «Livro da Magia Negra e Pactos», onde revela hierarquias demoníacas, assim como formulas para a invocação de espíritos infernais. Waite retrata Baphomet como o Diabo-cabra alado, com o símbolo mercurial erigindo-se do seu sexo, e com um pentagrama na testa.

Baphomet é um dos príncipes do Inferno. Baphomet é um demónio poderoso quando invocado em bruxarias de magia negra. Nos trabalhos de magia negra, o demonio Baphomet é especialmente eficaz em amarrações , amarrações de magia negra, ou assuntos amorosos e de luxuria, porem também é igualmente poderoso em assuntos trabalhos de magia negra para separações de pessoas, trabalhos de magia negra para afastamentos de indesejáveis, trabalhos de magia negra para causar impotência sexual, e até trabalhos de magia negra em vinganças e castigos . Este demónio apenas responde a conjurações feitas por bruxas e bruxos de verdade, que tenham um verdadeiro vinculo espiritual selado com o mundo do espírito, e com os espíritos de trevas.

Este demónio é também conhecido pelo nome de o «bode negro», e o seu nome surgiu inúmeras vezes em julgamentos da Santa-Inquisição durante os tempos medievais da caça ás bruxas.

Sabbat das bruxas. O bode negro, ou Baphomet, ou o bode Mendes, é tido como o demónio que preside ao Sabbat das bruxas, assim como aquele que sela o Pacto através do qual alguém se torna bruxa ou bruxo.

Baphomet é um demónio que incorpora num bode negro, e tal demónio foi venerado no Egipto, na cidade de Mendes, onde foi erigido um templo no qual um bode negro era exposto á possessão pelo demónio, sendo que depois do demónio Baphomet entrar no bode, este copulava com as sacerdotisas do templo durante os ritos ali celebrados. Tratavam-se de fortes ritos de magia negra, e por causa deste templo egípcio na cidade de Mendes, o demonio Baphomet ficou também conhecido pelo «Bode de Mendes».

Os cavaleiros templários foram acusados de adorar a Baphomet, assim como de praticarem actos profanos e heréticos tais como cuspir e urinar na cruz, assim como a prática da sodomia, sendo tais práticas consideradas como actos do Diabo, e decorrentes da feitura de Pacto com Satanás.

Baphomet está também associado a certas teses nas ciências ocultas da demonologia, que o apontam como uma das tres ímpias entidades que constituem a  impura trindade, por oposição á santa trindade.

A santa trindade é constituída pelo Pai, o Filho e o Espírito santo, sendo que o Filho é o princípio masculino de Deus manifestado em Jesus Cristo, o Espírito Santo é o principio feminino de Deus, e ambos – quando fundindo-se e combinando-se essas duas essências numa só  – , então constitui-se a entidade que conhecemos por DEUS, que no fundo é ao mesmo tempo o Pai Criador de todas as coisas, e porem contem em sí o Filho que é o principio masculino d’Ele mesmo, e também o Espírito Santo que é o princípio feminino d’Ele mesmo. Confuso ? Nem por isso, se atendermos a que outras religiões como o Hinduísmo defendem algo muito parecido, ao professar que existe apenas um Deus Criador Uno, e porem que esse Deus Uno se manifesta á humidade na forma de 3 faces diferentes, ou tres avatares distintos.

Pois por oposição á santa trindade, existe uma impura trindade, que é constituída por Baphomet, Lucifer e Lilith.

Tal como na santa trindade, nesta impura trintade existe um filho que é Lucifer, e que é um principio angelical masculino; ao seu lado, existe Lilith, que é um principio angelical feminino; e quando Lilith e Lucifer se unem ou «fundem» numa só essência… então ocorre ou manifesta-se BAPHOMET, o equivalente a DEUS, porem seu oposto e opositor.

Dizem os defensores desta tese que Deus ao criar esta santa trindade que mais tarde se transformou numa ímpia trindade, estava no fundo a recriar-se a sí mesmo, que é aquilo que um pai faz quando se reproduz, que é recriar-se a si mesmo. Dessa forma, explicar-se-ia porque é que a Bíblia revela que Lúcifer foi o primeiro anjo criado por Deus, o seu primeiro filho, o mais perfeito dos anjos. Na verdade, quando se fala desse primeiro filho de Deus – e de tão perfeito que era -, nao se tratava apenas de Lúcifer, mas sim desta trindade celestial, pois que ela era uma cópia do próprio Deus, e da santa trindade.  Era na verdade, como um filho perfeito, pois feito á imagem do seu pai que é perfeito. E daí, que se digam nos antigos textos hebraicos que Lúcifer era primeiro, o mais belo, perfeito e amado filho angelical de Deus.

Também defende esta tese, que Lúcifer antes do seu exílio, na verdade chamava-se Samael, sendo que foi após a sua queda que assumiu o nome de Lúcifer. Crê-se que Lucifer é uma essência angelical e espiritual masculina, ao passo que – por outro lado -, Lilith é uma essência feminina, a essência angelical e espiritual feminina que corresponde a Lúcifer. Lilith é a sua cara-metade, a sua contraparte. Lilith e Lúcifer são como se fossem almas-gemeas, duas faces da mesma moeda, e na verdade quando se unem e se fundem num só ser, nasce BAPHOMET, que é o dito Diabo a que todos se referem, o Satanás que é comummente falado. Assim, conforme DEUS é Jesus e Espírito santo quando unidos num só, pois tambem BAPHOMET é Lucifer e Lilith quando unidos num só.

Esta é uma tese que tem imensa força em certos círculos ocultos, e aceite especialmente em países anglo-saxónicos como Estados Unidos e Inglaterra.

Na idade media há vários relatos historicamente documentados de jovens bruxas serem seduzidas por um bode negro, que também presidia á celebração dos Sabbats. Nessas ocasiões, o demónio incorporava num bode negro, e exercia um fascínio espiritual sobre as jovens, levando-as a cometer actos impuros e a renunciar a Deus, o que constitui a essência do Pacto com o Diabo.

Baphomet é representado na imagem de um demónio com corpo humano e cabeça de bode negro, sendo que possui seios femininos, mas um órgão sexual masculino. Baphomet é também chamado o «bode de Mendes», e é um demónio que preside a ritos e cerimoniais Satânicos, que inspira a actos perversos contra Deus, e que é por isso patrono de rituais como missas negras.

Os antigos grimórios de magia negra, apontam este demónio como sendo o adequado para se dirigirem os mais fortes trabalhos de magia negra . Sabendo as ancestrais e secretas formulas ocultas para invocar Baphomet, as bruxas e bruxos tem deste sempre celebrado os mais fortes trabalhos de magia negra.

O bode esteve desde sempre associado ao culto dos Deuses pagãos, até mesmo dos mais venerados na Antiguidade. O escritor grego Hesíquio de Alexandria, autor do século V, menciona na sua obra como na Grécia da Antiguidade havia no templo de Apolo um enorme bode de bronze, ao qual eram prestadas honras solenes e divinas. O grimório Demonolatreiae ( 1595) do notório demonologista Nicolas Remy ( 1530 – 1612), faz nota da historia clássica de Teseu, que estava prestas a sacrificar uma cabra á Deusa Vénus, quando ela imediatamente a transformou num bode, para fazer entender que o bode era sua criatura preferida, a criatura que assinala o poder dos Deuses pagãos. Faz por isso notar o demonologista Remy, que o bode é a criatura que mais agrada ao Diabo, quando se trata de receber os favores e devoção dos seus fieis. Tal caso é substanciado pelo relato escrito por Robert Gaguin ( 1443 – 1501), um teólogo e erudito abade em Evreux. Conta o abade que houve um certo homem de nome Guillaume Ediline, que se apaixonou loucamente por uma certa donzela nobre. Não tendo esperança em possuí-la, o homem achou por bem satisfazer a sua paixão com a ajuda do Diabo a qualquer preço, ao invés de sofrer para sempre com aquela sua paixão insatisfeita. Para obter o seu desejo, o Diabo pediu-lhe apenas uma coisa: que se ajoelhasse e curvasse suplicantemente diante do Demónio na forma de um bode, e o venerasse. Assim também se ficou a saber como o demónio Baphomet tem especial poder em assuntos eróticos, de luxuria e amorosos, dando um espantoso poder aos trabalhos de magia negra de amarrações que sejam celebrados com a invocação da sua infernal influência.

Na Idade Media, quando uma jovem bruxa passava de noviça a bruxa, ela era baptizada pelo Diabo num cerimonial satânico. O cerimonial é detalhadamente descrito na notória obra «compendium maleficarum», ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570). Sempre que as bruxas terminavam o seu Baptismo, o Diabo desenhava um circulo no chão, em torno do qual se colocavam as noviças, as bruxos e os bruxos, que em voz altar confirmavam por juramento todas as supracitadas promessas. Todos fazem o juramento nesse círculo, porque o circulo é o símbolo da Divindade, assim como a Terra é um circulo, e a terra é um supedâneo de Deus, e assim Satanás pretende que o aceitem como Deus e Senhor da Terra. Este é o motivo pelo qual os ídolos representando Baphomet o retratam sentado em cima da terra, que é um círculo. Ao faze-lo, estão a retratar Satanás enquanto Senhor da Terra. Por volta do ano de 1335, a bruxa Anne Marie de Georgel confessou abertamente pertencer ás hordas de seguidores de Satanás. O caso sucedeu em Toulouse, na França. A bruxa afirmava que conforme se ensinava nos Sabbats e Missas Negras das bruxas, se é verdade que Deus é o Senhor dos Céus, porem Satanás é o Senhor da Terra. As missas negras das bruxas eram celebradas diante de um altar de Deus onde porem encontrava a imagem do Diabo, na forma de bode com seios humanos, cornos e um falo erecto. Tratava-se assim da imagem de Baphomet, sempre omnipresente seja em missas negras, seja nos Sabbats das bruxas.

Em 1818, foi descoberto entre as antiguidades do Museu Imperial de Viena, uma cabeça dourada de Baphomet, o ídolo venerado pelas bruxas nos seus Sabbat, e pelos Templários nas suas Missas Negras e ritos satânicos. A ordem religiosa dos templários ficou famosa pelo seu culto ao Diabo e aos seus ritos satanistas. Os Templários chamavam ao demónio Baphomet a divindade Mêté , que significava «Sabedoria». Já nos Sabbat das bruxas, era Baphomet que trazia sabedoria ás bruxas, ensinando-lhes os segredos da magia negra, e instruindo-as sobre as mais ocultas e poderosas formulas de trabalhos de magia negra. Durante muito tempo estas cabeças douradas de Baphomet foram conservadas em Marselha, na França.

O demónio Pan

Pan – demónio rei dos Incubbus, ao passo que Lilith é a rainha dos Sucubbus. Pan é um demónio que ficou conhecido na religião da antiguidade Grega como o Deus da natureza, dos pastores e dos rebanhos, da musica, do vinho, e da companhia das mulheres, ou seja, dos prazeres carnais. È também o demónio que inspira tanto a teatralidade como a critica satírica. Na religião romana foi chamado de Fauno, e a sua esposa era a Deusa Fauna. Pã era um Deus pastoral e da pastorícia, um espírito campestre e rústico que assumia a forma de um bode ou um humano com características de bode nas suas feições, com cornos e cascos ao invés de pés. De Pã contava-se a historia de como ele seduziu a Deusa Selene – a Deusa da Lua, uma das formas que o demónio Lilith assume – , pois ele tendo a aparência de um bode, cobriu-se com uma pele de ovelha para enganar a Deusa, leva-la para o campo, e ali toma-la por amante. Pã é um demónio de luxuria, sendo que foi ele que ensinou aos homens a pratica da masturbação. Durante a idade média pã foi venerado pelas bruxas europeias como um Deus cornífero, um Deus de virilidade, de masculinidade, de fertilidade e representativo da potencia sexual masculina, o Deus macho que é o consorte da Deus fêmea. As bruxas celtas veneraram-no como Cernunnos, o Deus cornífero, o Deus da fertilidade, da vida, dos animais, da riqueza, e do submundo ou o mundo subterrâneo dos mortos e dos espíritos.O nome «cernunnos» provem da palavra «cornífero», que para a cultura celta era símbolo de poder, de riquezas, de masculinidade e de virilidade. Nalguns rituais de bruxaria, o demónio ou Cernunnus podia incorporar e encarnar num bode negro que assistia ás celebrações pagãs das bruxas,( como o Sabbat), por vezes copulando com as bruxas, outras partilhando ensinamentos ocultos, e sempre fazendo-as renunciar ao Deus Hebraico-Cristão. Contam também antigos relatos de bruxas, que o demónio cornífero as pode visitar nocturnamente no sono, seduzindo-as, satisfazendo-as com luxurioso prazer, e possuindo-as. O Malleus maleficarum (1486), indica os faunos e sátiros como sendo demónios Incubus. Na França da Antiguidade, tais demónios eram chamados de Dusii. Entre os antigos povos gauleses, o Dusii ou Dusios era a divindade que os Gregos conheceram como Pan, ou os Faunos da religião Romana.

Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, Remy faz nota que «os antigos pensavam que o Deus Pã era o causador de terrores repentinos e medos inesperados». Pamphilus Eusebius ( 263 – 339) escrevendo para o Bispo Teodoro, relata uma historia do historiador e filosofo Plutarco ( 46 d.C), sobre o Deus pagão Thamus ou Ammon, e ali inclui todos os demónios com o nome de Pan.

O demónio Pan foi venerado pelos antigos Gregos e Romanos com o Deus na natureza, o Deus cornífero em forma humana, que era da cintura para baixo era um bode. O Deus pagão Pan com o seus cornos, metade homem e metade bode, envolvido com as ninfas nuas no meio da floresta em ritos orgiásticos e místicos, é na verdade como o Diabo celebrava o Sabbat com a suas bruxas antes do Cristianismo, e como o continuou a celebrar depois. Pan é o Deus pagão da natureza, o que é uma forma de ver o assunto.

Na verdade, Pan é o Deus pagão da terra e de todas as coisas que existem na terra, que nascem da terra, que habitam sobre a terra, e também as que estão por debaixo da terra sejam mortas ou sejam ocultas, ou seja, é a própria definição de Satanás. As bruxas sabiam-no, e por isso, apesar do Cristianismo se ter espalhado pela Europa e quatro cantos do mundo, porem elas continuaram a venerar o Deus Pan como sempre o haviam venerado desde o início dos tempos. A identificação do Deus Pan com o próprio Diabo fica bem explicita na lenda registada na obra «De Oraculorum Defectu» , um diálogo de Plutarco, onde li se conta que naquele momento em que Jesus morreu na cruz, o véu do Templo de Jerusalém rasgou-se sem que ninguém lhe tocasse, e ouviu-se uma voz dizendo «O grande Deus Pan foi vencido», numa nítida alusão ao Diabo. O Deus Pan, em certos aspectos, está profundamente ligado ao Demónio Baphomet, e há demonologistas que afirmam que são duas formas diferentes do mesmo demónio se manifestar aos humanos. A palavra «Pânico» deriva do Deus pagão Pan, pois quando o espírito se manifestava e aparecia visivelmente aos homens, estes fugiam com medo. E o medo, as assombrações, os temores, as aparições e todas as desinquietações que espíritos demoníacos e espíritos do mundo do Além-Túmulo causam neste mundo, é a forma como o Deus Pan age quando invocado num trabalho de magia negra. Uma vez conjurado, este demónio causa fortes assombrações, temíveis aparições e todo o tipo de aflições, até que a vítima de um bruxedo ceda ao que a bruxa pretendeu com esse malefício. Cedendo, acabam-se as aflições. Porem: teimando em resistir ao bruxedo, então as assombrações, tormentos e aflições insistirão em perseguir a vítima até ao ponto da sua desgraça. È por este meio de operam as bruxarias de magia negra, assim como é desta forma que trabalham as amarrações. Por isso mesmo, este Demónio é invocado nas mais fortes amarrações de magia negra, pois conforme ele desnudava as suas bruxas e as perseguia, assombrando-as pelas florestas dentro até que elas cedessem e se entregassem ao demónio, pois o mesmo este demónio vai fazer á vitima de uma amarração de magia negra, até que essa se entregue a quem a andou embruxar.

Também a palavra «Pandemónio» está associada a este Deus pagão, significando em Grego «todos os demónios», e revelando por isso como o Pan, na figura do Diabo, é o Rei e Senhor de todos os demónios do Inferno, gerador e causador dos maiores pandemónios neste mundo, através a bruxaria e magia negra. No seu uso vulgar, a palavra é aplicada a quando há uma situação que se assemelha a uma assembleia infernal ou uma tumultuosa reunião de demónios que se reúne para promover desordem e caos, e aquilo que está subjacente á expressão, é que é Pan, que é o Diabo,  que preside a essa corte demoníaca, e a essas ocorrências. E é justamente dessa forma que o demónio Pan age na vítima de um trabalho de magia negra: infestando-a de toda a espécie de assombrações, de espíritos, de aparições, de perturbações, de tumultos, até que a vitima ceda á finalidade do bruxedo. Cedendo, então os tormentos cessam. Porem, teimando em resistir, então os tumultos e pandemónio espiritual persiste a castigar a vítima, até ao ponto da sua desgraça. Seja como for, a vitima nunca mais se livrará do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. Este demónio, tal como o demónio Baphomet, preside aos Sabbat das bruxas, e nessas ocasiões é invocado na celebração dos mais fortes trabalhos de magia negra.

O demónio Asmodeus

O Códex Latinus Monacensis, é um manuscrito que foi descoberto, e encontra-se na biblioteca da Baviera. Escrito em alemão, porem com formulas magicas em italiano. O livro continha o resumo de uma versão do liber consecraciounum , uma lista de espíritos, fórmulas para os invocar, um manual para magia astral, listagem dos dias adequados para a feitura de símbolos mágicos. O Manual de Munique, atribuído por alguns a Roger Bancon – famoso padre e filosofo Inglês – ( 1214 – 1292), descreve formas de invocação de demónios, deixa avisos sobre as formas pelas quais os espíritos tentarão perturbar o conjurador, assim como dá indicações sobre os métodos para lidar correctamente com uma conjuração.

Houveram também outros poderosos Grimórios de magia negra inspirados em saberes hebraicos e arábicos na Idade media, como o Lemegeton e Liber Officiorum, onde se catalogam os vários reis, duques, marqueses e condes dos infernos.

Grimórios como estes, foram e ainda são usados na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra. Em muitos desses ancestrais grimórios, existe referencia ao demónio ASMODEUS ou ASMODAY.

O demónio Asmodeus aparece no livro apócrifo de Tobias, (3:8-17), e o seu nome advém da palavra aeshma, da língua Avéstica – uma língua da antiga Pérsia – , que significa «ameaça, perigo». Era por isso o demónio da ameaça e ou do perigo. Tomou-se conhecimento do demónio Aeshma no segundo milénio antes de Cristo, através de uma colecçao de hinos do Zoroastrismo chamada Gathas. Desde então que a humanidade ficou a saber da existência deste demónio.

O demónio Aeshma é responsável pelos impulsos que levam á bebedeira, pois ela abre caminho á sua entrada no homem.

No livro de Tobias, Asmodeus é o demónio que leva á morte sucessiva de 7 maridos de Sara, e fá-lo por ter ciúmes de Sara, que Asmodeus queria para sí mesmo. Assim se ficou a saber que o Demónio Asmodeus pode ser responsável pelo distúrbio dos relacionamento, e pela discórdia conjugal, tal conforme é dito no Testamento de Salomão (2:3).

Noutros escritos hebraicos, o demónio Asmodeus assume o titulo de “Rei dos Demonios”, e usurpa o trono do Rei Salomão.

Já nos ancestrais livros secretos de magia negra ou Grimórios, o demónio Asmodeus assume o nome de Asmoday.

Na sua obra Demonolatry ( 1595), o célebre e influente demonologista Nicolas Remmy( 1530 – 1612), faz nota que Asmodeus é o demónio também conhecido como Samael, e é a contraparte de Lilith.

Já o notório demonologista Johanes Weyer ( 1515 – 1588), discípulo do célebre ocultista Cornelius Agripa ( 1486 – 1535), e autor do influente Pseudo Monarchia Daemonum , dá na sua obra bastantes detalhes sobre este demónio, associando-o ao Deus Pagão Persa Aêshma Daêva, embora haja autores que apontam o nome de Asmodeus como sendo de origem semita, e vindo na palavra hebraica «hasmed» que significa destruição. Ashema ou Aêshma é um demónio cuja a existência já remonta há mais de três mil anos, e era o demónio do desejo carnal, ou da luxuria. As tradições talmúdicas, implicam o demónio Asmodeus na origem do estado de embriaguez de Noé.

Na obra Le Diable Boiteaux ( 1707), de Alain-René Lesage ( 1668 – 1747), Asmodeus era o demónio que revelava toda a verdade sobre a vida intima das pessoas, pois era conhecedor de todos os seus mais íntimos e ocultos desejos. De acordo com a Michaelis Hierarchy (1613) do padre Dominicano Sebastien Michaelis, Asmodeus era um dos príncipes Serafins do Céu, antes da sua queda. Os gnósticos dos primeiros tempos da cristandade, inspirando-se pela ordem de classificação de espíritos de Platão ( n. 429 aC), definiram a hierarquia dos anjos. A primeira e mais alta ordem angelical eram os serafins, a segunda os querubins, a terceira os tronos, a quarta os domínios, a quinta as virtudes, a sexta os poderes, a sétima os principados, a oitava os arcanjos, sendo a última de todas a nona ordem, que é a dos anjos. Antes da sua queda, Lucifer pertencia á primeira ordem dos Serafins, assim como Asmodeus. Diz que Asmodeus é o demonio adversário de são João Baptista. O Testamento de Salomão, é um relato do século X sobre a construção do templo e Salomão com a ajuda de demónios; o Liber Pentaculorum, que provavelmente é o mesmo que o tratado De Necromantia ad Filium Roboam que o padre Gretser, um Jesuíta Alemão encontrou na biblioteca do Duque da Baviera ; No Testamento de Salomão, Asmodeus aparece com o demónio que interfere nos assuntos do coração, especialmente nos recém-casados, ou naqueles que estão para se casar, ou até em quem deseja outrem que é casado. Asmodeus foi um dos demónios que possuiu a freira Madeleine Bavent no célebre caso das possessões demoníacas ocorridas no convento de Louviers em 1642-43.

No Grimório medieval «A chave de Salomão», ele lidera o génios/Jinns/Genii da ira e sedição, da insurreição, da rebelião, das revoluções e das revoltas, nesses casos assumindo o nome de Samuel, o Negro. Diz-se que aquando da rebelião de Lúcifer contra o seu Pai, Asmodeus foi um daqueles que tomou o lado do anjo rebelde, e apoiou fortemente a insurreição celestial, a revolta que resultou na queda de um terço dos anjos do céu.

Porem, a verdade é que Asmodeus seria para sempre conhecido como o demónio da Luxuria, a quem trabalhos de magia negra devem ser endereçados em casos amorosos ou eróticos, seja para unir homem e mulher através do irresistível desejo carnal, ( como Asmodeus seduziu Eva depois dela ter sido expulsa do paraíso, levando-a ao adultério para com Adão), seja para os separar através da discórdia conjugal ( conforme Asmodeus conseguiu separar e afastar os 7 maridos de Sara, tal como revelado no Livro de Tobias)

O ocultista francês do século XIX Jacques Auguste Simon Collin de Plancy, indica-o como tendo sido o demónio que seduziu Eva já depois dela ter sido expulsa do paraíso, e com ela ter tido relações carnais, e assim ser o verdadeiro pai de Caim, sendo esse o verdadeiro e desconhecido motivo pelo qual Deus tanto se desagradou com Caim, e preferiu Abel. Asmodeus terá agido com aliança com Lilith, pois quando Adão e Eva se separaram durante algum tempo, foi Lilith que por seu lado seduziu Adão, com ele mantendo relação de fornicação e luxuria, e dele engravidando, dando origem uma descendência que era uma linhagem de demónios. Asmodeus foi tido por isso como amante de Eva, bem como amante de Lilith, juntamente com Lúcifer.

Asmodeus era por isso a divindade Persa conhecida por Aeshma, que os hebraicos viam como o demónio causador dos problemas conjugais entre homem e mulher, seja fazendo por impedir e atrapalhar as relações carnais entre ambos, seja promovendo o adultério. Era também o demónio da luxuria. A este demónio agrada-lhe incorporar num carneiro, num touro ou num homem másculo, soberbo e viril.

Asmodeus por vezes manifesta-se na forma de um homem que coxeia ligeiramente, ou de um cavalheiro que caminha com a ajuda de uma vara ou de uma elegante bengala. O coxear tem origem num episódio sucedido com o demónio Asmodeus, e que é relatado na obra de Alain René le Sage, ( 1668 – 1747),  Le Diable Boiteux ( 1707), no qual consta uma lenda que diz que Asmodeus teve uma disputa com o demónio Pillardox, o demónio do lucro e patrono dos penhoristas, sobre a alma de um jovem parisiense. Pillardox venceu a luta aérea, derrubando Asmodeus para o chão conforme o Deus Júpiter derrubou o Deus Vulcano, que também ficou a coxear.

Antigos grimórios de magia negra, apontam este demónio como sendo o adequado para se dirigirem trabalhos de magia negra de assuntos amorosos, assuntos de luxuria, assuntos para amarração de casais ou separação de casais, e até assuntos de retribuição ou vingança. Sabendo as ancestrais e secretas formulas ocultas para invocar a Asmodeus, as bruxas e bruxos tem deste sempre celebrado os mais fortes trabalhos de magia negra.

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