Amarrações de espíritos obsessores
Muitos são os casos e exemplos de como um demónio pode tomar o corpo de um animal, para acompanhar uma bruxa e ajuda-la a disseminar contaminações de bruxaria nas suas vitimas. O célebre grimório Demonology (1597) do Rei James I de Inglaterra ( 1566 –1625), faz-nota de como bodes e cabras negras podiam ser usados pelas bruxas nos seus trabalhos de magia negra, murmurando-lhes uma maldição através de um encantamento. As maldições murmuradas ao ouvido bode, imediatamente contaminavam a vitima do bruxedo, geralmente infestando-a de espíritos obsessores que a assombravam e atormentavam com murmúrios e pensamentos sobre aquilo que a bruxaria determinava. Os segredos dessas técnicas de magia negra são de grande antiguidade, e ainda hoje permanecem em segredo.
O notório demonologista Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve como demónios muitas vezes incorporam em bodes e cabras pretas, para assim se manifestarem ás bruxas que venerando ao Diabo naquela forma, e entregando-se á abominável luxuria com o demónio, depois são recompensadas com sabedorias de magia negra que lhes permitem causar os feitos mais espantosos.
O célebre ocultista Henry Cornelius Agrippa von Nettesheim, ( 1486 – 1535), um contemporâneo de Faustus – o notório doutor que fez o lendário pacto com o demónio –, e autor do influente «De occulta Philosophia» (1531-33), tinha um assistente que o acompanhava diariamente, um Cacodemon ou demónio que incorporava na forma de um cão preto com uma coleira negra de couro cravejada de unhas de bestas selvagens, e com uma inscrição de dizia «Paulus Jovius, em eius elogio». Este demónio muitas vezes inspirava ou até recitava as fórmulas e encantamentos que ajudavam aos trabalhos de magia negra que o bruxo executava.
Por vezes, os demónios que auxiliam as bruxas podem aparecer nas formas mais insuspeitas e quase indetectáveis, tomando minúsculos corpos através de possessão demoníaca temporária, tais como moscas. Um dos demónios que é reconhecido por usar desse meio, é o reputado demónio Beelzebub. No século XVI, houve uma bruxa de nome Claudine Somonette, de Chatelet. A bruxa Claudine Somonette era viúva, e tinha um filho de nome Antoine. A bruxa era conhecida por ser visitadas por um demónio que incorporava numa mosca, e desse modo tanto lhe ensinava as mais temíveis fórmulas de magia negra, como transportava e contagiava de bruxaria as vitimas das magias negras de Claudine. Onde quer que alguém avistasse uma das moscas que acompanhava a bruxa, passados tempos essa pessoa começava a sentir os efeitos de uma bruxaria. Nunca falhava, e não havia escapatória.
Por volta dos anos de 1588, a bruxa Claudine ficou famosa por uma célebre amarração que fez. Um certo cavalheiro começou a ser permanentemente acompanhado por uma mosca que aparecia em todos os locais onde o homem se encontrasse, até nos mais improváveis e impossíveis. Passados tempos aquela incomoda manifestação tornou-se exasperante, e porem, por muito que o cavalheiro matasse a mosca, outra ressurgia imediatamente, sempre segui-lo, sempre a acompanha-lo. A verdade é que conforme a mosca o seguia com impertinencia, também a ideia de uma certa senhora lhe começou a acompanhar permanentemente o pensamento, até mesmo quando o homem procurava sacudir e livrar-se fosse da mosca, fosse dos pensamentos com a senhora. Era como uma assombração que não lhe dava repouso. A verdade é que o homem já farto e incomodado com os eventos, prontificou-se a ir visitar a senhora que lhe assombrava os pensamentos de uma forma cada vez mais obsessiva, tão obsessivamente como aquela mosca que teimava em perseguir e infernizar o já exaurido cavalheiro. E a verdade é que mal bateu á porta da senhora, apresentou-se e entrou na sua casa, a mosca sumiu misteriosamente, e os pensamentos obsessivos desapareceram.
Por vezes, assim agem estas amarrações de espíritos obsessores: importunando, insistindo e acossando a pessoa com pensamentos obsessivos que seguem e perseguem a vitima do bruxedo, até ao ponto da exasperação e do desespero. E nessa altura, a vítima cedendo ao bruxedo, então tudo acaba bem. Porem: andando a vitima a teimar em resistir ao bruxedo, então ela persistirá a ser perseguida, infernizada e atormentada pelos espíritos obsessores, até ao ponto da loucura, e da desgraça. Seja como for, a vitima nunca mais se livra do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.
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