Amarração sexual, amarrações eróticas e de luxuria
O influente Malleus Maleficarum (1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505), afirma na sua questão VIII que «o Diabo tem poder sobre aqueles que são dados á luxuria», e isso explica porque motivo as bruxas, mestras que são das artes da magia negra e da invocação do Diabo e todos os seus demónios, conseguem lançar trabalhos de magia negra particularmente poderosos, em especial quando se tratam de assuntos amorosos, ou de desejo ou de luxuria.
O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto da bruxaria e da magia negra, faz nota que se as missas Deus tem os seus ministros que são os padres, pois nos ritos satânicos o Diabo também tem os seus ministros, que são as bruxas e bruxos. E os ritos satânicos são regra geral celebrados na forma de missas negras ou Sabbat satanista. Nesses Sabbat, é frequente que o demónio entre num dos seus ministros ou padres satânicos, para tomando do seu corpo então ir possuir a bruxa, nela satisfazendo os seus mais perversos e devassos desejos. Por volta do ano de 1616, havia em Paris uma bruxa de nome Silvine de la Palyne. A bruxa Silvine tinha 23 anos, e eram uma bela jovem bruxa. O demónio havia-se interessado por ela ainda na adolescência, fazendo-se-lhe aparecer, seduzindo-a, e incitando-a a celebrado Pacto demoníaco. Foi num sábado que a bruxa Silvine compareceu a um Sabbat, onde aí o demónio se fez manifestar incorporando num homem que presidia á profana cerimónia usando um robe negro e uma máscara com a face e os cornos de um bode. A bruxa frequentemente queixava-se que o falo do demónio era muito frio, e que sua semente era gélida. Foi num desses Sabbats satânicos que a bruxa Silvine conheceu o seu marido, com quem casou através de ritos satânicos. Os casamentos entre bruxas e bruxos são celebrados pelo próprio demónio, realizando-se a cerimonia matrimonial durante um Sabbat. Henri Boguet ( 1550-1619), foi um notório demonologista Francês que em 1602 publicou a obra «Discours Exécrable des Sorciers», fruto das suas investigações e observações pessoais de casos reais de magia negra, bruxas e bruxaria. Boguet, no seu Discours des Sorciérs, faz nota dessas cerimonias matrimoniais satânicas, dizendo Boguet na sua obra:
«Le Diable faict des mariages au Sabbat entre les sorcieres & Sorcieres, & leur joignant les mains, il leur diet hautment:
Esta es buena para ti
Esta para ti lo toma»
Depois de casar com um marido que também era bruxo, o seu esposo era chamado a assistir os ritos nos quais o demónio possuía carnalmente a bruxa, seguindo-se-lhe o padre satânico que celebrou o casamento, assim dessacralizando-se e profanando-se os votos matrimoniais conforme a Igreja os estipula, pois que se a virtude do casamento de Deus reside na casta fidelidade, já a virtude do matrimónio do Diabo habita na profanação herética do sagrado sacramento do matrimónio. A oferenda daquela blasfémia era uma requintada iguaria que muito agradava ao demónio, que retribuía á bruxa com fortes conhecimentos sobre a feitura dos mais arrebatadores bruxedos em assuntos de luxuria. Assim, a magia negra da bruxa Silvine produzia resultados espantosos em tudo quanto eram assuntos eróticos e amorosos. Daí em diante, a bruxa celebrou dos mais reconhecidos trabalhos de magia negra, que lhe valeram muita fama.
Já na Suiça, por volta do ano de 1428, as bruxas do cantão suíço tornaram-se celebres pelos seus sabbats satânicos e trabalhos de magia negra. As bruxas do lado francês do Alpes eram conhecidas por serem devotas adoradoras de Satanás, fazendo fortes pactos com o Diabo, e usando dos seus saberes satânicos para causarem todo o tipo de fenómenos, desde a união de casais á separação de casais, desde a fertilidade de mulheres inférteis á esterilidade dos úteros femininos, desde a potencia sexual á frouxidão masculina. Nos Sabbats nocturnos, as bruxas eram conhecidas por sacrificar crias de tenra idade, usando do seu sangue para os mais fortes trabalhos de magia negra. Alguns desses célebres trabalhos, eram os trabalhos de magia negra para fins eróticos. O Diabo manifesta-se nesses Sabbats sobre a forma de um animal negro, ou num homem vestido de negro. Porem sabia-se que o Diabo conseguia mudar de um corpo masculino para um corpo feminino, conforme tinha relações carnais com bruxas ou bruxos durante os Sabbat satânicos. Era então que o Diabo deixava a sua marca nas bruxas. Durante os Sabbat, bruxas e bruxos apresentavam-se nus, e alguns dos ritos de submissão a Satanás implicavam beijar as nádegas ou o falo do Diabo, depois recitando o Credo Niceno ao contrário, e seguidamente embarcando em lascivos festins de devassidão carnal. Aproveitando as práticas pecaminosas, heréticas e satânicas praticadas nesses ritos, faziam-se fortes trabalhos de magia negra que favoreciam assuntos de luxuria e amorosos, assim se executando fortes os trabalhos de magia negra para fins eróticos. A criatura infestada por estes trabalhos, ou cedia e se entregava a quem os mandou fazer, ou era molestada por tamanha infestação de espíritos de trevas e assombrações, que acabava em desgraça. Não havia escapatória deste resultado, e por isso ou a criatura amansava e se entregava, ou então ficava condenada a um purgatório de tormentos sem cessar, e que crescia passo-a-passo até á sua desgraça. Não havia escapatória, e a criatura embruxada nunca mais se livrava do bruxedo, nem de quem a tinha mandado embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tinha alternativa senão ceder.
Também por volta de 1659, havia um bruxo de nome Thomas Looten que habitava na paróquia de Meteren, na Holanda. O bruxo Thomas Looten tinha na altura cerca de sessenta anos, e porem tinha iniciado a sua carreira nas artes do oculto décadas antes. Na verdade, o ainda jovem Thomas Looten tinha sido abordado por um demónio que se lhe manifestou em forma humana, incorporando num homem vestido num elegante fato verde, um fidalgo de boas maneiras e nem falante, que tinha um defeito no pé esquerdo. O demónio chamava-se Harlakyn, e encantando Loonten com as suas promessas, levou-o a celebrado Pacto demoníaco. O bruxo celebrou o pacto com sangue do seu polegar direito, recebeu a marca do Diabo no ombro, assim como tomou de presente uma pomada que lhe permitia deslocar-se espiritualmente para onde desejasse, e que deveria ser usada para o bruxo frequentar o profano Sabbat satânico quando não pudesse comparecer em carne-e-osso. O bruxo Looten foi depois levado a conhecer três bruxas, que dai em diante o acompanharam a todos os Sabbat satânicos que o bruxo frequentou, e onde as três bruxas ali se entregavam a Looten em obscenas luxurias. O demónio e as tres bruxas providenciaram a Looten uma farta clientela de ricas damas e cavalheiros que lhe requisitavam trabalhos de magia negra, sendo que esses produziam efeitos espantosos através da intervenção do demónio, e assim o bruxo fez uma pequena fortuna com a qual adquiriu gado, casas e terreno. Numa dessas casas, o bruxo edificou um altar a Satanás, onde ele e as três bruxas prestavam culto ao Diabo, oferecendo sacrifícios ao Demónio, e entregando-se a devassos actos de luxuria carnal. Os trabalhos de amarração de magia negra que eram feitos nesse altar satânico, e aproveitando aos heréticos ritos lascivos praticados com as três bruxas, geravam efeitos tão fortes em assuntos de luxuria e questões amorosas, que a sua fama espalhou-se até para alem das fronteiras da sua paroquia.O bruxo era conhecido por conseguir ter todas as mulheres que desejasse, e a certa altura deu três filhos a um distinto e nobre cavalheiro da cidade, ao possuir a sua esposa em pecaminoso adultério. Por tanto esse pecado ter agradado ao demónio, este retribuiu ao bruxo com cinco moedas de ouro, e mais lhe prometeu se o bruxo prosseguisse a prestar os seus serviços de magia negra, assim alastrando os pecados da fornicação e do adultério por todos os cantos e recantos daquela sociedade cristã. Quando mais os pecados se acumulava, e quanto mais aquelas almas perdidas recorriam da magia negra, mais perdidos estavam os seus caminhos, porquanto conspurcados e distantes de Deus. E o bruxo assim cumpriu com a sua missão. Certa vez, um desses trabalhos envolveu tres ameixas que depois de terem sido empregues pelas três bruxas nas suas próprias satisfações lascivas, foram tomadas pelo bruxo que lhes derramou três gotas do seu próprio sangue, murmurando ao mesmo tempo um encantamento de magia negra. As ameixas foram parar ás mãos de uma certa donzela, que havendo-as comido se encheu de ardentes desejos carnais, de tal forma que procurava satisfazer-se fosse onde fosse. Assim a donzela infestada pela concupiscência da luxuria acabou entregando-se a vários cavalheiros, inclusive aquele que havendo encomendado a amarração, muito se regozijou com as artes demoníacas do bruxo. O mesmo bruxedo foi lançado a um jovem fidalgo, por forma a faze-lo ir procurar pela mulher que encomendou o trabalho de magia negra. Porem, o jovem estando já prometido em casamento, teimou em resistir ao bruxedo, por forma a manter-se fiel á sua noiva. Quanto mais teimava mais a bruxaria o castigava com tormentos e desinquietações, até ao ponto do desnorteado jovem ter pensado no suicídio. Porem, tendo ido deitar-se com a mulher que o mandou amarrar, imediatamente todos os tormentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente quanto tinham aparecido. È justamente assim que funcionam as amarrações de magia negra, ou seja: a vitima é infestada de bruxaria, e cedendo á finalidade do bruxedo então os espíritos de trevas deixam-na em paz. Porem: indo resistir ao bruxedo, e teimando em não ceder, então a vitima é castigada e atormentada até que ceda. E persistindo em teimar, então também teimam em persistir os tormentos da bruxaria, até ao ponto da desgraça. Por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como forma, a vitima nunca mais se livra do bruxedo, nem da sombra de quem a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Todos estes factos forma testemunhados e registados na correspondência de um oficial de justiça holandês de nome Vandewalle, ficando assim historicamente documentados.
O «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , faz nota da vida e oficio oculto da bruxa Nicole Morelle, que por volta dos anos de 1587 era uma bruxa de grande fama e reputação. Porem, a sua iniciação nas artes da magia negra e do culto a Satanás começou bem cedo, e começou pela sua entrega carnal e luxuriosa a um demónio. O seu pai já a levava ás assembleias do demónio e missas negras antes dela atingir a idade da puberdade, e quando chegou a altura de se casar, a sua mãe levou-a a um bosque onde se celebrou uma missa negra, prometendo-lhe que ali encontraria um jovem bonito, e que dessa forma teria marido. Assim aconteceu, e porem quando o jovem lhe tocou, ela sentiu-se abraçada por uma estátua de mármore, pois os demónios Incubbus costumam ser frios como gelo. Durante a celebração da missa negra, e na presença da sua mãe, que entretanto celebrava um rito de acasalamento de magia negra no qual se dava a tomar uma Hóstia de Igreja a um bode negro, a bruxa Nicole entregou-se luxuriosamente ao demónio; No decorrer da missa negra, o demónio também tomou a mãe na sua presença, e ali mesmo, Nicole desposou com o demónio num acto de abominável pecado e heresia. Dai em diante, a bruxa iniciou o seu oficio nas artes da magia negra, sempre auxiliada pelo demónio, e dele recebendo as mais poderosas formulas para feitura de fortes trabalhos de magia negra. Os seus mais notórios bruxedos, eram os trabalhos de magia negra para amarrações de luxuria, pois que o mesmo demónio que a tinha contaminado e feito bruxa através da luxuria, também lhe revelava os segredos para contagiar com magia negra quem quer que se desejasse, com fortes amarrações sexuais. As suas amarrações tornaram-se por isso famosas e procuradas por incontáveis pessoas de todos os cantos do reino.
Em 1428, a Itália da Idade Media teve uma das suas mais famosas bruxas da época, a bruxa Matteuccia. A bruxa residia nos arredores de Perugia, perto de Umbria, no centro de Italia. A bruxa era conhecida por usar uma unção esfregada pelo seu corpo nu, que invocava irresistivelmente o Diabo. A fórmula da unção havia sido escrita há muito por uma velha bruxa, e foi-lhe dada pelo próprio Demonio. Usando-se da unção no corpo de uma bruxa, a sua fragância atraia o Demónio de forma quase imediata, vindo ele sempre com desejo ardente de possuir a bruxa, para depois lhe conceder todos os favores que lhe fossem pedidos. A formula era feita a partir de alguns ingredientes conhecidos, e outros desconhecidos. Entre aqueles que se conheciam, estava a gordura de defuntos que não houvessem sido baptizados, cascos de mula-fêmea, penas de certas aves, ossos de defuntos pagãos da antiguidade, e outros mais ingredientes, tudo ardido e reduzido a um pó, que depois era usado para fabricar o unguento. Por dominar tais fórmulas que até ao Diabo seduziam, é que a bruxa ficou famosa pelos seus trabalhos de magia negra para fins eróticos, pois que se nem demónios lhe resistiam, então ainda menos os homens embruxados. A bruxa Matteuccia celebrava os seus sabbat satânicos junto da árvore de nogueira de Belavento, onde ali se reuniam bruxas e demónios para prestarem culto a Satanás. Nesses sabats, juravam fidelidade a Satanás, entregavam-se a obscenos festins de devassa luxuria com demónios, prometiam espalhar a obra da magia negra pelo mundo, e produziam trabalhos de magia negra, alguns feitos de ingredientes como gordura de abutres, pó de morcego, e sangue de crias de tenra idade. A bruxa Matteuccia visitava a árvore de nogueira ás segundas, sábados e domingos, que foi quando o Demonio lhe ordenou que ali fosse. Porem, noutros casos é sabido que o Diabo indicava que os Sabbat deviam ser celebrados ás quintas, sábados e domingos. Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve que nos Sabbats, Satanás determinou que as bruxas deveriam «conspurcar-se aos santos domingos entregando-se a demónios incubus e sucubus, contaminar-se com o pecado da sodomia ás quintas-feiras, e ao sábado cometerem a herética prostituição com a abominação da bestialidade». Dai a bruxa ia para a casa de uma senhora de nome Andreucia, no castelo de Montefalco, onde a mulher lhe reservava criaturas de tenra idade para se lhe sugar o sangue, usado que era nos ritos de magia negra. A rica mulher do castelo encomendava todo o tipo de trabalhos de magia á bruxa Matteuccia, pois as bruxarias eram fortes e a sua fama era reconhecida por toda a Italia. A bruxa Matteuccia era famosa pelas suas ajudas maritais, assim como pelos seus trabalhos de magia negra para fins eróticos. Tais trabalhos de magia negra continuam nos dias de hoje a ser praticados, tal como o eram há séculos atrás, por aqueles que ainda detém esses ancestrais saberes de magia negra, continuando a produzir resultados com a mesma eficácia.
Henri Boguet ( 1550-1619), foi um notório demonologista Francês que em 1602 publicou a obra «Discours Exécrable des Sorciers», fruto das suas investigações e observações pessoais de casos reais de magia negra, bruxas e bruxaria. Boguet, no seu Discours des Sorciérs faz nota de como nos seus Sabbats satânicos e missas negras, as bruxas entregavam-se á mais promiscua devassidão, não havendo obscenidade nem heresia que não fosse perseguida naquelas profanas Eucaristias satânicas, pois que ao fazê-lo estava-se a oferendar sacrilégios que são uma deleitosa iguaria para o Diabo, assim lançando-se um poderosíssimo chamariz aos demónios. O Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505),descreve como nas missas negras as bruxas copulam com demónios que incorporam em corpos humanos através de possessão demoníaca. Na maioria das vezes os demónios que se fazem manifestar nas missas negras com a finalidade de copularem com as bruxas e bruxos, são demónios Incubbus e Sucubbus, que incorporando em corpos através de possessão demoníaca, satisfazem os seus apetites carnais através do pecado e da luxuria. são Tomás de Aquino, ( 1225-74), deixou um legado de escritos nos quais se descreveu sobre as bruxas, e sobre a forma como os demónios Incubbus as procuravam para com elas realizarem actos lascivos, e através da luxuria firmarem com elas Pactos demoníacos, depois auxiliando-as na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra, especialmente aqueles ligados ao erotismo e á luxuria, conforme as amarrações. No caso dos bruxos eles seriam procurados por demónios Succubus, e o mesmo sucederia. O demonologista renascentista Girolamo Menghi , autor do Compendium of the Arts of Exorcism , a firmava que infinitas eram as formas que os demónios podiam assumir para se aproximar e perverter ou corromper o homem e a mulher. O demonologista aderiu á ordem dos franciscanos 1552. Foram varias as obras que escreveu, tais como Flagellum Daemonum ( 1557), Fustis Daemonun ( 1588), e o Compendium ( 1576). Nessas obras Menghi afirma que os demónios são espíritos, e por isso não tem sexo, isto é, não são macho nem fêmea. Por isso, eles apresentam-se ao ser humano conforme a própria inclinação natural do ser humano aos qual eles se estão a manifestar, de forma a favorecer o desejo da pessoa que o demónio deseja possuir. Se se trata um homem que goste de mulheres, o demónio far-se-á apresentar num corpo de uma linda mulher do agrado desse homem, assim convertendo-se num demónio Sucubbus; se for uma mulher que se agrade com homens, então far-se-á apresentar na forma de um belo homem que lhe agrade, assim convertendo-se num demónio Incubbus; a carnalidade é por isso um meio para chegar a um fim. Ora, o meio é a sedução e o desejo, sendo que o fim é a corrupção daquela pessoa, levando-a aos caminhos da magia negra. Foi justamente por este meio, que muitos padres e freiras foram seduzidos por demónios, levados a subverter os seus sacramentos, e a celebrar Pacto com o diabo, por meio do qual receberem os ímpios sacramentos satânicos, e passaram oficiar nas artes da magia negra, celebrando os mais poderosos trabalhos de magia negra. Foi também por esse meio que muitas bruxas e bruxos foram recrutados para o oficio da magia negra, e tal facto é detalhadamente descrito no «Compendium Maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , onde são descritas as varias finalidades para que uma bruxaria podia servir, assim como os seus poderosos efeitos. O notório padre e demonologista observou pessoalmente casos de bruxaria, de magia negra e possessões demónicas, tendo sido testemunha dos poderosos efeitos da magia negra, assim como das amarrações sexuais celebradas pelas bruxas e bruxos satânicos.
Por volta dos anos de 1568, durante a celebração de uma missa negra, o casal de bruxos Henry e Catherine de Gebweiler deram o seu filho a casar com uma demonio Sucubbus. A demoniza manifestou-se no corpo de uma voluptuosa mulher de cabelos negros como a noite, vestida com roupas pretas, e um dos seus pés deformava-se como um casco de cavalo; ainda assim o jovem não se repugnou, e deitou-se com a demoniza sucubbus, tomando-a para sua esposa. Também ele mencionava que o corpo da mulher era como uma caverna gelada. E porem, havendo-se casado com a demoniza sucubbus, o jovem tornou-se no famoso bruxo de Gebwieler, cujas as reputadas amarrações conseguiam contaminar qualquer mulher ou homem que se desejasse.
Também na mesma época e na localidade de Ribeauville, em França, a jovem Domenique Flavet foi levada pela sua mãe a uma encruzilhada num campo de videiras. Conversando com a filha, a mãe disse-lhe para ela não se assustar caso visse algo de estranho, pois não haveria perigo naquilo que ia suceder. Havendo dito isto, a mãe que já era bruxa, ali invocou o demónio a quem os Antigos chamavam de Pan, e logo lhes apareceu um homem que vestia um avental de sapateiro, que não permitia que se lhe visse o corpo da cintura para baixo. A jovem foi feita prestar um juramente de fidelidade ao Diabo, e o homem marcou a sua testa com a unha, como sinal da sua nova lealdade satânica. Foi dessa forma que a jovem recebeu a sua marca de bruxa, e naquele mesmo momento o homem deitou-se com ela ás vistas da sua mãe. A mãe, por sua vez, também se ofereceu para ser contaminada pelo homem na presença da sua filha. Isto constituiu uma abominação pecaminosa que é um deleite para o Diabo, no qual ele se banqueteou e saciou como quis, selando-se assim o Pacto demoníaco da recém iniciada bruxa. Foi assim que Domenique se converteu em bruxa, e dai em diante viveu ao serviço de Satanás, e exercendo o oculto ofício da magia negra. Porque a sua iniciação foi desta forma, o demónio concedeu-lhe poderosas formulas para trabalhos de magia negra em assuntos amorosos e de amarrações, que produziam efeitos espantosos. Por isso mesmo, a bruxa Domenique tornou-se famosa, e os seus préstimos ocultos eram requisitados por inúmeras pessoas vindas de todas as localidades.
No século XVII, existiu uma celebre bruxa em França, de nome Catherine Deshayes.( f. 22 Fevereiro 1680) O nome pelo qual era comummente conhecida, era «La Voisin». A bruxa Catherine Deshayes era famosa pelos trabalhos de magia negra afrodisíacos que preparava, pelos trabalhos de magia negra que celebrava para a fertilidade, mas também cuidava de interromper a gravidez de quem se desejasse. Todas as figuras da alta-sociedade eram clientes frequentes, e no decurso da sua carreira, a bruxa Catherine Deshayes enriqueceu. Com parte da sua fortuna, comprou uma propriedade e nos jardins mandou erguer uma capela. A capela era secreta, privada, e nela eram celebradas Missas Negras. Apenas um círculo muito restrito de pessoas tinha acesso ás cerimonias de magia negra ali oficiadas, e onde a bruxa fazia o culto dos antigos deuses pagãos, agora tidos como demónios pelo cristianismo. Catherine celebrava culto a Astaroth e Asmodeus, dois demónios particularmente poderosos em assuntos de luxuria, de fertilidade, e até mesmo de disputas. A verdade dos factos demonstrava que os seus trabalhos de magia negra eram fortíssimos, pois a sua clientela era vasta, exclusiva, e sempre disposta a pagar qualquer preço, pois os seus resultados eram surpreendentes. Sabe-se que entre os seus clientes estavam princesas, membros da família real, alta-aristocracia, frequentadores da corte do rei Luís XIV, e até o duque de Buckingham, que através dos trabalhos de magia negra da bruxa conseguiu tornar-se amante de uma nobre que sempre se recusara aos seus avanços e galanteios. Porem, depois da bruxaria, passados tempos a senhora da alta-nobreza cedeu ao duque, e entregou-se-lhe. Os seus trabalhos de amarração da bruxa tornaram-se lendários.
Ainda nos dias de hoje, quem detém estes saberes ocultos, continua a executar estas amarrações sexuais e amarrações para fins eróticos ou de luxuria, de forma tão forte e irresistível como o eram há séculos atrás.
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