amarrações amorosas do amor proibido

Amarrações amorosas do amor proibido

Há amores normais que são simplesmente atrapalhados por circunstâncias adversas. Porem, há também amores e desejos que enfrentam obstáculos mais difíceis, e que são por isso chamados de amores proibidos. Nalguns casos porque a pessoa é casada, noutros porque envolve questões familiares, noutras situações existem diferenças de idade. Seja qual for o obstáculo, a verdade é que tais desejos amorosos tornam-se difíceis de satisfazer. È justamente nessas situações, que os trabalhos de magia negra abrem caminhos para territórios que parecem impossíveis de alcançar por meios normais.

Há vários casos historicamente documentados sobre bruxas e bruxos que celebraram tais trabalhos de magia negra com imenso sucesso, assim comprovando-se que a magia negra pode abrir as portas aos mais secretos e proibidos desejos. Um desses casos sucedeu na Inglaterra do século XVII, e acabou mesmo por ser citado em publicações da altura, que foi o caso dos bruxos Weir.

O Major Thomas Weir ( 1600-70), foi um militar e religioso que acabou por se tornar famoso pela pratica de magia diabólica ou magia negra. Thomas Wier foi um soldado que participou nas campanhas da guerra da supressão dos Papistas Irlandeses de 1641. Em 1649, foi nomeado comandante da guarda da cidade de Edimburgo. Era conhecido na sua comunidade com um homem religioso, e até apreciado pelo fervor que dedicava ás suas orações. Era um presbiteriano discreto que vivia pacatamente com a sua irmã, Jane Weir. Um dos membros seniores da igreja presbiteriana local, respeitado de tal forma que lhe chamavam o «Thomas angelical», ou o «anjo Thomas». Por isso, grande foi a surpresa e espanto geral, quando de livre vontade Thomas Wier confessou que anos antes, ainda na juventude, ele e a irmã Jane Weir haviam sido procurados pelo Diabo, que se havia insinuado neles com todas as formas de tentações, até que ambos cederam e fizeram Pacto com o Demonio, tornando-se assim bruxos. Jane Weir havia recebido um presente do Diabo na forma de um espírito demoníaco familiar que a acompanhou dai em diante. Jane Weir recebeu também uma roda de fiar que se dizia trabalhar sozinha durante a noite. Com isso a bruxa fez muito dinheiro, pois tinha uma capacidade de tecelagem muito maior que todas as outras mulheres da localidade. Mais que isso, alguns dos fios que roda de fiar produziam, era usados em amarrações com espantoso sucesso, pois essas amarrações eram amarradas com um fio que era obra do próprio demonio. E de amarrações dessas, ninguém escapa. Muitas amarrações foram assim feitas com resultados lendários. Com essas célebres amarrações, também a bruxa Jane fez muito dinheiro, pois secretamente chegavam-lhe incontáveis pedidos para a amarração de homens em todo o tipo de circunstancias.

Depois de já serem bruxo e bruxa, os irmãos Thomas e Jane foram tentados pelo Diabo ao pecado do incesto, a que se entregaram sem restrições durante a celebração de Sabbats Satânicos, para grande deleite do demonio, que se sacia nos festins de pecado e lascívia. O bruxo Thomas usou também dos seus bruxedos para ter as mulheres que desejava. Uma delas foi a sua própria empregada, cometendo com ela o pecado do adultério debaixo do tecto do seu próprio lar. Outra das mulheres embruxadas foi a sua própria jovem enteada, consumindo-se assim outro inenarrável pecado. Os pecados amontoaram-se, para grande deleite do Diabo, que chegou mesmo a incorporar em animais, e através deles possuir tanto a bruxa Jane, como as mulheres embruxadas por Thomas. Se Jane tinha recebido um espírito demoníaco familiar e uma roca de fiar como presente do Diabo, já Thomas tinha recebido uma vara mágica na forma de um bastão ou bengala com a qual o bruxo andava a toda a hora, e jamais dela se separava. Era com essa vara que o bruxo – recitando os seus encantamentos em Latim – , invocava aos espíritos de trevas e as forças do inferno, para encantar e embruxar qualquer mulher que desejasse. Dessa forma, o bruxo chegou a ter fama de conseguir possuir para satisfação dos seus apetites de luxuria, qualquer mulher que desejasse. A fama do bruxo Thomas começou a espalhar-se, e consta que secretamente, muitos pedidos o bruxo recebeu para lançar amarrações de luxuria sobre várias mulheres, com a sua vara do Diabo. Ainda muito tempo depois de terem falecido, a fama dos bruxos Thomas e Jane Weir permanecia lendária, e foi registada numa publicação de Robert Chambers, «Traditions of Edinburg» (1825).

A casa onde os incestuosos irmãos e bruxos habitaram, permaneceu desabitada, se bem que as pessoas da vizinhança muitas vezes viam luzes na casa á noite, e escutavam as vozes dos bruxos em risos e conversas. Mais estranho ainda, é que á meia-noite começava-se a ouvir nitidamente o som de uma roda de fiar a rodar e trabalhar, tal conforme a roda de fiar que o Diabo dera a Jane. Outras vezes, avistou-se um cavalo negro com Thomas montado, a rondar a casa. Os eventos afastaram qualquer eventual comprador da propriedade. Passados cem anos, houve um casal que finalmente comprou a casa. Porem, abandonaram-na logo após a primeira noite de ali pernoitaram. O casal queixava-se que acordou no meio da noite com os espectros de um homem e uma mulher olhando fixamente para eles, enquanto que eles estavam deitados na cama. Passados mais cinquenta anos que o edifício permaneceu desabitado, ele acabou por ser demolido.

As amarrações dos bruxos Wier tornaram-se lendárias, pois com elas conseguiram-se desencantar todo o tipo de desejos amorosos, dos mais legítimos, aos mais excêntricos. Estes ancestrais saberes ocultos de magia negra ainda hoje perduram, naqueles que ainda os conhecem e praticam.

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