Amarrações, como desfazer amarrações

Amarrações, como desfazer amarrações

Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. No capítulo V da sua obra Demonolatreiae, o notório demonologista Remy faz nota que «O Diabo nunca falha com as bruxas, quando elas o invocam». E isso sucede, pois a bruxa e o demónio ficam vinculados pelo Pacto satânico, e esse pacto faz com que os demónios invocados por uma bruxa lhe prestem sempre assistência e auxilio nas suas bruxarias. Por isso mesmo, as amarrações de magia negra não estão sujeitas aos caprichos da incerteza, mas sim produzem resultados fiáveis e fortes.

Por volta dos anos de 1582, existiram na Inglaterra várias bruxas que se tornaram célebres. As bruxas habitavam na vila de St. Osyth, perto de Brightlingsea, Essex, e ficaram conhecidas como as bruxas de St Osyth. Uma dessas bruxas foi a notória bruxa Ursula Kempe. A bruxa Ursula tinha um profundo conhecimento de ervas mágicas, havendo-lhe essa sabedoria sido revelada pelo demónio. A bruxa tinha consigo quatro espíritos demoníacos familiares, um chamado Tiity e outro chamado Jack, e que incorporavam em dois gatos macho, ( um cinzento, e um preto); tinha também outro espirito demoníaco familiar de nome Pigin, e que incorporava num sapo; tinha também um espirito demoníaco familiar de nome Tyffin, que incorporava num cordeiro branco, contestando assim a versão da Igreja que dizia que os cordeiros brancos não podiam ser possuídos por demónios, devido ao seu simbolismo com Jesus Cristo.

A bruxa alimentava estes demónios com pão, bolos e cerveja aos quais ela adicionava algumas gotas do seu próprio sangue de bruxa. Uma das suas bruxarias tornou-se particularmente famosa, e foi um trabalho de amarração. Os serviços da bruxa foram requisitados por uma senhora enamorada de um homem casado, e para quem a sua esposa constituía grande estorvo. A bruxaria de amarração foi feita usando de saberes de magia negra revelados pelo demónio familiar de nome Jack, que incorporava num gato preto. E estando o trabalho de magia negra celebrado com três gotas do próprio sangue da bruxa derramadas sobre ervas malignas que arderam no seu caldeirão, o gato preto foi circundar a casa do casal durante sete noites consecutivas. O gato na verdade transportava consigo o bruxedo como quem transporta um vírus contagioso, e conforme esperado, a contaminação daquele lar sucedeu como sempre sucede nestes trabalhos de magia negra. Desse modo, findo algum tempo a esposa do homem amarrado pela amarração começou a definhar, caindo inexplicavelmente numa fraqueza súbita para a qual os médicos não conseguiam encontrar resposta, vindo depois a falecer. Os caminhos ficaram assim desimpedidos para a senhora que requisitou os serviços ocultos da bruxa. Outras das bruxas de St. Osyth eram a bruxa Elizabeth Bennet, e a bruxa Aluce Hunt, ambas temidas pelo poder do seu mau olhado. As bruxas usavam frequentemente desse mau olhado, empregando-o em trabalhos de magia negra onde olhando fixamente para um boneco de cera ou efígie da vítima, impregnavam e contaminavam essa pessoa com forte bruxedo. Dessa forma, muitos foram os homens amarrados com poderosas amarrações, que ou acabaram nos braços das suas amantes, ou acabaram no leito funerário do cemitério, pois outra escapatória não havia para magia negra das bruxas: ou a vitima cedia, e paravam-se-lhe os tormentos, ou a vitima teimando em resistir então os tormentos persistiam até ao ponto da sua desgraça. Seja como for, nunca mais a vítima se livrava do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais.

Estas amarrações e estes trabalhos de magia negra são de tal forma imperativos, que já é celebre a afirmação da notória bruxa Roses Girardine de Essey, quando em 1586 deixou bem claro que um bruxedo de magia negra apenas pode ser desfeito pela própria bruxa que o lançou. Caso contrário, o bruxedo arranjará sempre forma de sobreviver, e continuar-se-á sempre a perpetuar, e a infestar a vítima. Essa regra foi criada na magia negra , (afirmava a bruxa Roses), porque «nenhuma bruxa foi autorizada a enfiar foice no milho alheio». Dizem as mais antigas fontes, que quando o Diabo criou a magia negra, ele assegurou desta forma que aquilo que fosse autorizado pelo demónio num bruxedo, jamais fosse desautorizado.

Porem, em todas as leis existem lacunas, falhas ou omissões. E por isso, a verdade é que há algumas técnicas para se obter o mesmo resultado que se ter desfeito ou desmanchado um trabalho.

Uma dessas técnicas, é a Transferência ; a outra é o Eclipse.

Técnica de Transferência para desmanchar um bruxedo

Nalguns casos, aquilo que se podia fazer, era aquilo que ensinava a bruxa Dominique Euraea de Charmes, uma notória bruxa que existiu por volta dos anos de 1584, e que transferia o mal que um bruxedo estava a causar para uma outra pessoa ou animal. Nesse caso, o bruxedo não era tecnicamente desfeito, e porem parava de molestar aquela vítima, indo molestar outra. Em suma: obtêm-se o mesmo efeito que um desmancho. Apenas bruxos conhecedores dos mais profundos segredos da magia negra, conseguem impedir que os seus bruxedos sejam desviados com esta técnica de Transferência.

Logo: se quer assegurar que obtêm um bruxedo que não é desfeito, nem desviado, nem desmanchado sob nenhuma circunstância, então procure sempre por bruxos de verdade, como os deste altar de Baphomet.

Técnica de Eclipse para desmanchar um bruxedo

Também se afirma no grimório «Demonolatreiae», de 1595, que os poderes dos ensinamentos de uma bruxa perdiam automaticamente a capacidade de desfazer ou reverter um bruxedo seu, caso outra bruxa tivesse andado a bisbilhotar ou interferir com um trabalho de magia negra por si lançado. Daí em diante, o bruxedo tornava-se incontrolável, indomável, e ninguém mais lhe conseguia meter as mãos. Por isso: Quando se pretender que um novo bruxo se ocupe de um certo assunto, então não se lhe deve pedir que vá desmanchar obra feita por um anterior bruxo, mas sim que faça um novo trabalho de sua própria autoria, e que vença o anterior, ou seja, que seja mais forte que o anterior.

Dai em diante, o bruxo responderá pelo seu novo trabalho, sendo porem que quanto a trabalhos feitos no passado por outrem, isso só quem o fez é que pode por ele responder, assim como dai em diante apenas o novo bruxo será responsável pelo novo bruxedo, e pelos novos eventos que dai em diante começarem a ocorrer.

Logo: se já procurou por pessoas leigas na magia negra que tentaram resolver o seu dilema, e porem sem sucesso… então procure um bruxo de verdade, com verdadeiros conhecimentos de magia negra. E depois, deixe tudo mais no passado. Daí em diante, caberá ao bruxo celebrar um trabalho de magia negra ainda mais forte que o anterior, e que por isso se imponha aos outros, vencendo-os. Chama-se a isso Abrogar ou Eclipsar um trabalho de magia negra, ou seja: anular os seus efeitos, ou abolir os seus efeitos, usando de outro trabalho de magia negra que lhe é superior, e que por isso se lhe sobrepõem, eclipsando-o como a Lua eclipsa o Sol, ou o Sol eclipsa a Lua.

Apenas bruxos conhecedores das mais cultas sabedorias e segredos da magia negra, conseguem lançar bruxedos que não sejam Eclipsados nem Abrogados, tanto por serem os mais fortes que existem, como por serem feitos com as técnicas certas.

Logo: se quer garantir um trabalho de magia negra á prova de todos os ataques e contra-ataques, resistente a todos os imprevistos, e que não seja seja desfeito sob nenhuma circunstância, então procure sempre por bruxos de verdade, como os deste altar de Baphomet.

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