Amarrações das poções magicas
Desde há tempos imemoriais que as bruxas usam do ancestral bruxedo cujo o nome é «Ligatures», ao qual nos dias de hoje se chamam as «amarrações». Na França, estes bruxedos eram chamados de «aiguillette», e em Itália de «ghirlanda delle streghe». As «Ligatures» são como um nó que se dá no fio de vida de uma pessoa, prendendo-a ou amarrando-a uma certa outra pessoa. Uma vez que esse nó seja atado, então ele nunca mais se desata. Daí em diante, ou a vitima se entrega a quem a mandou embruxar, ou teimando em resistir, então a vitima permanece com esse nó atado na sua vida, sempre a sofrer padecimentos e tormentos sem cessar, até ao ponto da sua desgraça. Seja como for, a vítima nunca mais se livra do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.
Algumas das mais fortes Ligatures ou amarrações, eram feitas através do uso de poções magicas.
Na Itália da Idade Media, estas amarrações eram temidas, pois com elas podiam-se atar ou desatar a vida de quem se desejasse. Uma vida atada por uma amarração destas nunca mais regressaria ao seu rumo normal, senão cedendo-se a quem mandou fazer o bruxedo; caso contrário, a vida permanecia atada por nó que causava padecimentos e tormentos sem cessar, até que a vitima acabasse desgraçada. Na Itália da Idade media estas amarrações eram celebradas com recurso aos saberes ocultos herdados daquilo a que se chamava «La Vechia», que era a velha religião do tempo dos Deuses e Deusas Pagãos. As bruxas bem sabiam quem eram os Antigos deuses Pan, Baco, Diana, Afrodite, Vénus, Apolo. E as bruxas bem sabiam os antigos bruxedos que invocavam estes Deuses, Deusas e demónios, assim como os antigos trabalhos de magia negra que contaminavam de bruxaria qualquer um que se desejasse. Muitos dos Sabbats dessas bruxas eram reminiscências das reuniões de bruxas celebradas em honra da Deusa Diana, ou do Deus Pan. Nessas reuniões satânicas ou Sabbat, as bruxas Italianas prestavam culto a Satanás, entregavam-se á luxúria com demónios, assim como produziam as mais fortes poções mágicas. Durante esses célebres Sabbat, as bruxas Italianas ficaram conhecidas por realizar uma dança em volta de uma fogueira ou de um caldeirão. A dança era rápida, e realizada através de saltos, e levava a bruxa a entrar num estado de transe através do qual era possuída por demónios. Diz-se que esta dança das bruxas foi inventada pelo próprio Diabo, e chamava-se «La Volta». Uma vez possuídas por demónios, as bruxas prosseguiam o Sabbat onde se sacrificavam crias de tenra idade, e celebrava-se a herética profanação da hóstia da Igreja. As bruxas entregavam-se depois á copula lasciva e carnal com demónios, recebendo depois em troca as mais fortes sabedorias de magia negra. Alguns dos mais famosos Sabbat ocorridos em Itália sucederam em Brescia e Valcanonia, por volta dos anos de 1510 e 1514.
O Diabo deleita-se em todos os pecados, e o da luxuria é um dos seus preferidos. Desse modo, era muito frequente os demónios ensinarem ás bruxas as mais fortes poções magicas para serem empregues na magia negra que se destinasse a assuntos eróticos, amorosos ou de luxuria. E essas poções eram muitas vezes empregues nas mais fortes «Ligatures», ou amarrações.
As poções eram dadas a beber á vitima do bruxedo, quer ela quisesse, ou quer ela não quisesse. Por isso, nas situações em que não era possível dar a poção a beber pessoalmente á vítima, dissimulando-a numa bebida ocasionalmente oferecida de forma casual, então administrava-se-lhe a poção indirectamente. Nesses casos, usavam-se de bonecos representativos da vítima. O boneco era baptizado em nome do Diabo, e com algumas gotas do sangue da bruxa que executava o trabalho de magia negra. A figura era assim baptizada com o nome da vítima do bruxedo, e a partir dai tudo aquilo que se fizesse ao boneco, era como se estivesse a ser feito á vítima. A poção era dada a beber ao boneco, e por isso era como se a fórmula embruxada estivesse a ser bebida pela própria pessoa. E para quem duvidasse que o processo resulta, há inúmeros casos reais ocorridos e historicamente documentos, que provam o a sua eficácia.
Em 1672, soube-se do caso de uma mulher de nome Margaret Holday que havendo sido amaldiçoada através de um bruxedo no qual foi usada esta técnica de bonecos, vomitava pregos, ossos, cascas de ovos, pedaços de latão, e outros objectos improváveis. Tudo aquilo que a bruxa estava a usar nos seus bruxedos e a dar ao boneco embruxado para amaldiçoar a mulher, a mulher vomitada horrorizada pela boca fora.
Em 1571, quando uma freira de nome Catherine Gaulter, na sequência da prática de actos de magia negra e trabalhos de magia negra, manifestou sintomas de uma forte possessão demoníaca. A freira começou a vomitar grandes tufos de cabelo, fezes de pombos, pedaços de pergaminho, pedaços de pele humana. Tudo aquilo eram ingredientes de bruxedos de magia negra que estavam a ser dados a um boneco embruxado, e que a freira regurgitava inexplicavelmente.
Outro desses casos célebres de amarrações feitas através de poções mágicas, foi o da notória bruxa Beatriz Laing, uma das bruxas de Pittenweem. Um dos seus bruxedos em particular tornou-se famoso, quando por volta dos anos de 1704 a bruxa Beatriz foi procurada por uma mulher para lançar uma amarração a um jovem rapaz. O jovem chama-se Patrick, e era aprendiz do ferreiro da localidade. O caso aconteceu, porque o jovem Patrick teimava em resistir aos avanços de uma mulher mais velha que o desejava ardentemente, porquanto o aprendiz de ferreiro estava noivo de uma moça da vila. Por esse motivo, a mulher rejeitada procurou aos préstimos ocultos da bruxa Beatriz. A bruxa recolheu várias ervas mágicas adequadas, com as quais preparou uma poção negra, que depois deu a beber um boneco que previamente baptizou com o nome do aprendiz de ferreiro. Desse modo, conforme o boneco ingeria a poção, era como se o jovem Patrick também a estivesse a bebê-la com a sua própria boca. E na verdade, passados tempos o jovem começou a vomitar estranhos líquidos negros que lhe jorrava inexplicavelmente pela boca. Depois de muito vomitar aqueles estranhos líquidos negros, o jovem caiu num estado de inexplicável fraqueza. Os seus membros não obedeciam, e o jovem acabou acamado, e de cada vez que era visitado na sua noiva sentia dores atrozes, como se lhe estivessem a beliscar as pernas, os braços e o próprio órgão sexual. Porem, quando era visitado pela mulher mais idosa que encomendou o bruxedo, todos os seus padecimentos serenavam, e acalmavam. E contudo, quanto mesmo apesar disso, o jovem mais teimava em resistir á mulher mais idosa e ao bruxedo, pior o seu estado de saúde se tornava. Porem, assim que o jovem se entregou á mulher mais idosa, imediatamente todos os padecimentos e tormentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente quanto tinham aparecido. Assim se viu que os bruxedos de amarração de magia negra eram implacáveis, e deles não havia fuga. Ou a vítima da amarração cede e entrega-se a quem a mandou embruxar, e assim param-se-lhe os sofrimentos; Ou então, teimando em resistir ao bruxedo, os tormentos persistem em castiga-la e atormenta-la sem cessar, e até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, a criatura amarrada nunca mais se livra do bruxedo, nem de quem a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.
E por isso mesmo os bruxedos da bruxa Beatriz tornaram-se lendários, e eram abundantemente requisitados por nobres senhoras de todos os cantos do reino, que procuravam satisfazer os seus apetites de luxuria. E as amarrações nunca falhavam: ou os jovens rapazes acabavam no leito das nobres senhoras, ou no leito da enfermidade, ou até no eterno repouso do leito do cemitério. Não havia escapatória, e por isso, a pessoa não tinha alternativa senão ceder, para grande regozijo e jubilo das senhoras que punham e dispunham dos jovens que desejavam, conforme os seus caprichos de luxuria.
Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês, autor da notória obra «De lá Demonomanie des Sorcieres» , publica em Paris, no ano de 1580 . As obras deste celebre demonologista descreveram as suas observações pessoais sobre casos verídicos de bruxas, de bruxaria, de magia negra e de trabalhos de magia negra. Algumas das mais famosas bruxarias de magia negra, eram as amarrações, sendo que na Idade Media as amarrações tinham o nome de «Ligatures», ou «ligaduras», ou «nós das bruxas», ou «escadas das bruxas».
As amarrações das ligaduras, são um dos mais antigos bruxedos conhecidos da história europeia. È na verdade uma das mais antigas amarrações de que há registo histórico. Estas lendárias amarrações são trabalhos de magia negra tão poderosos, que são mencionados pela Igreja no Concelho ecuménico de Laudicéia ( 364 d.C.), que não apenas proibia os sacerdotes de praticarem magia negra, como no seu Canon trinta-e-seis, mencionava especialmente a proibição das chamadas Ligatures – hoje em dia conhecidas por amarrações – , pois considerava-se que era «prisões da alma». E ao fazer tal consideração, estavam desde já a explicar como funcionam as amarrações, ou seja, infestando a alma da vítima, aprisionando a alma da vitima a um constrangimento de padecimentos, até que a vitima ceda aos objectivos da amarração. Cedendo os tormentos cessam, e a alma tem alivio. Porem, teimando em resistir ao bruxedo, então o encarceramento da alma persiste, e os tormentos vão aumentando sempre sem cessar. A pessoa não tem alternativa senão ceder. Seja como for, a vítima nunca mais se livra nem do bruxedo, nem da sombra da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.
Algumas das mais fortes Ligatures ou amarrações, eram feitas através do uso de poções magicas.
Em 1428, a Itália da Idade Media teve uma das suas mais famosas bruxas da época, a bruxa Matteuccia. A bruxa residia nos arredores de Perugia, perto de Umbria, no centro de Italia. A bruxa era conhecida por usar uma unção esfregada pelo seu corpo nu, que invocava irresistivelmente o Diabo. A fórmula da unção havia sido escrita há muito por uma velha bruxa, e foi-lhe dada pelo próprio Demonio. Usando-se da unção no corpo de uma bruxa, a sua fragância atraia o Demonio de forma quase imediata, vindo ele sempre com desejo ardente de possuir a bruxa, para depois lhe conceder todos os favores que lhe fossem pedidos. Os trabalhos de amarração da bruxa Matteuccia tornaram-se famosos, e havia pessoas dos quatro cantos do reino a requisitar os seus préstimos ocultos, pois se a bruxa era capaz de atrair até o desejo do Diabo, então muito mais ela fazia a quem embruxava com as suas amarrações. As fórmulas do seu unguento mágico, assim como das suas poções mágicas para amarrações, eram feita a partir de alguns ingredientes conhecidos, e outros desconhecidos. Entre aqueles que se conheciam, estava a gordura de defuntos que não houvessem sido baptizados, cascos de mula-fêmea, penas de certas aves, ossos de defuntos pagãos da antiguidade, e outros mais ingredientes, tudo ardido e reduzido a um pó, que depois era usado para fabricar fosse unguento, fossem poções. A fórmula é secreta, e curiosamente composta de elementos perigosamente venenosos e tóxicos, como cicuta, acônito e beladona. A bruxa Matteuccia celebrava os seus sabbat satânicos junto da árvore de nogueira de Belavento, onde ali se reuniam bruxas e demónios para prestarem culto a Satanás. Nesses sabats, juravam fidelidade a Satanás, entregavam-se a obscenos festins de devassa luxuria com demónios, prometiam espalhar a obra da magia negra pelo mundo, e produziam unguentos mágicos para serem usados em trabalhos de magia negra, alguns feitos de ingredientes como gordura de abutres, pó de morcego, e sangue proveniente do sacrifício de crias de tenra idade. A bruxa Matteuccia visitava a árvore de nogueira ás segundas, sábados e domingos, que foi quando o Demonio lhe ordenou que ali fosse. Porem, noutros casos é sabido que o Diabo indicava que os Sabbat deviam ser celebrados ás quintas, sábados e domingos. Nicolas Remy, ( 1530-1616), na sua obra Demonolatreiae ( 1595), descreve que nos Sabbats, Satanás determinou que as bruxas deveriam «conspurcar-se aos santos domingos entregando-se a demónios incubus e sucubus, contaminar-se com o pecado da sodomia ás quintas-feiras, e ao sábado cometerem a herética prostituição com a abominação da bestialidade». Cumprindo com estes preceitos, e por isso recebendo do demónio profundos saberes ocultos, a bruxa realizava os mais fortes trabalhos de magia negra.
Nas amarrações, quando se trata de poções mágicas para fins eróticos ou de luxuria, por vezes são usados certos ingredientes como pelos púbicos da vítima do trabalho de magia negra. Um tal caso tornou-se célebre quando por volta de 1590, um certo professor Dr John Fian, havendo-se enamorado de uma das suas alunas, obteve alguns pelos púbicos da jovem com a ajuda cúmplice do próprio irmão da jovem donzela. O professor era um grande estudioso da demonologia, e fascinado com os poderes ocultos dos saberes de magia negra, ele lançou-se a invocar o demónio, sempre auxiliado pelo irmão da jovem aluna. O célebre grimório Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505), afirma na sua questão VIII que «o Diabo tem poder sobre aqueles que são dados á luxuria», e por isso o demónio agradando-se com a profana perversidade e devassidão daquele pecado, respondeu ao chamamento do professor e ao irmão da jovem aluna, e ensinou-lhes a formula para a elaboração de uma forte poção mágica para amarração da donzela. O bruxedo resultou para grande deleite do professor e do irmão da donzela; a bela aluna entregou-se lascivamente ao bruxo, assim como ao próprio irmão. Porém, o caso tornou-se conhecido e causou alguma agitação nos meios sociais.
Outro notório ingrediente nas poções mágicas para amarrações, é raiz de mandrágora, que desde sempre tem sido indicada para uso ou aplicação neste tipo de bruxaria de amarração. Outro ingrediente reconhecidamente eficaz estas poções, é o cravo de defunto, ou a calêndula. Pó feito de sapo, pó de aranha, sémen, e coração de animal preto, são outros ingredientes comuns numa fórmula de poção mágica de amarração. Na Idade Media havia também um trabalho de magia negra famoso mas pouco divulgado, chamado os «Aneis do Olvido» ou «Aneis do Oblivio», que as damas antigas usavam quando queriam esquecer um amor antigo, e partir para um novo amor. Era feito através do uso de um pó de lagarto no bruxedo, e sua formula é secreta, pois usada em doses inapropriadas pode levar a uma total amnésia.
As formulas destas poções magicas são ancestrais, com séculos e séculos de existência, e constam dos mais antigos grimórios de magia negra.
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