Amarrações do amor
Afirma o famoso e influente «Compendium Maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), que «o Diabo é o inventor da magia», e que a criou para que o homem conseguisse alcançar os seus desejos sem ter de recorrer á Igreja.
Nicholas Jacquier ( n. 1402), foi um padre dominicano e demonologista que escreveu diversas obras sobre bruxas e bruxaria, incluído o influente «Flagellum Haereticorum Fascinariorum» de 1452, no qual Jacquier afirma que a bruxaria é a mais forte e condenável das heresias. È a máxima heresia. Por isso mesmo, explica-se a preferência do Diabo e dos demónios por desviar as almas que mais cobiçam para os caminhos da bruxaria convertendo-as em bruxos e bruxas, pois assim estão a induzir ao mais apetecível dos pecados, que é a máxima heresia da magia negra.
Mas engane-se quem julga a magia é mera crendice ou superstição fundada na ignorância. Ela tem existido desde o início da humanidade, e tem-na acompanhado a cada passo da sua existência. A humanidade deixou de se iluminar á volta de fogueiras nocturnas em cavernas, passou a iluminar-se com velas nas povoações rurais, e agora ilumina-se com lâmpadas eléctricas nas suas cidades. Porem: nada disso muda o facto que o Diabo continua a residir nas mesmas trevas que rodeiam a humanidade desde o início, por muito que o arsenal tecnológico humano haja evoluído. E com ele, a sua invenção: a magia negra, que permite invocar a espíritos de trevas e demónios.
Peter Binsfeld foi um Demonologista alemão ( 1540-1603), que estudou num colégio jesuíta em Roma. Em 1589 Binsfeld escreveu a obra Tratactus de Confessionibus et Sagarum , na qual observava ao fenómeno da bruxaria, e constatava a existência de tais realidades espirituais e satânicas. Na sua obra, Binsfeld escreveu como a bruxa Anna Cuno, uma das três bruxas de Rouer se reuniam de noite para lançar bruxedos, e como certa vez embruxaram uma vitima na cidade de Tréves através de uma vela feita pelas artes diabólicas, que era colocada na mão cortada de um morto.
Nos dias de hoje localidade de Woodhouse é um subúrbio residencial na parte sudeste de Sheffield, em Inglaterra. Porem, há séculos atrás os seus chalés edificados a madeira e erguidos no meio de vastos campos rurais, estavam onde estão agora os novos edifícios urbanos, e nessa altura existiu um célebre bruxo nessa mesma região. Foi por volta de 1657 que ali viveu o notório bruxo Thomas Jefferson. O bruxo Thomas ficou famoso pelos seus fortes trabalhos de magia negra que eram feitos em cemitério, buscando pedaços de defuntos que era usados em invocações de espíritos de mortos e demónios. Um dos bruxedos que ficou celebre, foi uma amarração que o bruxo Thomas lançou a uma mulher de nome Mary Almond. Usando de ossos de defuntos e de um pó mágico de magia negra, o bruxo contaminou Mary Almond com uma forte amarração, de tal forma que ela começou a enfraquecer e a agir estranhamento de um momento para o outro. Toda a comunidade da localidade estranhou o estado debilitado de Mary, para o qual nenhum medico encontrava explicação. A verdade é que Mary tinha recusado os avanços amorosos de um certo cavalheiro, que por isso tinha ido procurar os préstimos do reputado bruxo. Pouco tempo depois, Mary andava com o seu pensamento a ser constantemente acossado pela figura do cavalheiro, ao mesmo tempo que sofria de padecimentos e uma fraqueza debilitante. Porem, assim que Mary foi encontrar-se novamente com o cavalheiro e entregou-se-lhe amorosamente, eis que todos os seus sofrimentos desapareceram e esfumaram-se como se nunca tivessem existido, e desvaneceram tao misteriosamente quanto tinham aparecido. As amarrações do bruxo de Woodhouse nunca falharam.
Na mesma localidade, existiu uma outra bruxa de nome Beatrice. Em 1658 a bruxa Beatrice lançou semelhante amarração a uma mulher de nome Isabel Fidler. O bruxedo de amarração do amor também foi executado com terra de cemitério, usando de restos de defuntos e invocando a espíritos de mortos. O trabalho foi celebrado no caldeirão da bruxa, dentro do qual Beatrice fez arder um fogo e começou a lançar-lhe, um a um, os ingredientes do bruxedo, ao passo que entoava encantamentos satânicos. A verdade é que Isabel começou a sentir-se muito cheia, empanturrada e afrontada, e começou a vomitar alfinetes, pregos, até um pequeno boneco de madeira, que era o boneco baptizado com o seu nome, e que a bruxa havia atirado ás chamas que ardiam no seu caldeirão no momento em entoou o encantamento de magia negra para a amarração. Também neste caso, a mulher embruxada apenas se livrou dos tormentos causados pela amarração quando se foi entregar ao homem que a tinha mandado amarrar. Porem, assim que Isabel se entregou ás caricias do homem que tinha mandado amarrar, imediatamente todos os seus sofrimentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente quanto tinham aparecido. O caso ficou de tal forma celebre na altura, que chegou a ser descrito em panfletos que circularam pela localidade. Uma cópia desses panfletos que sobreviveu ao passar dos séculos, encontra-se presentemente arquivada e conservada na Biblioteca de Bodleian.
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