Amarrações do fascínio

Amarrações do fascínio

Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) célebre ocultista e demonologista Francês, autor do influente «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, dá nota de que uma alma ou espirito do mundo-dos-mortos apareceu ao Rei da Escócia, Alexandre III ( 1214 – 1286), avisando-o da sua morte, apesar do rei ainda ser relativamente novo. Pouco tempo depois, tendo casado apenas há cinco meses, quando Alexandre III ia cavalgando ao encontro da sua recém-esposa, surgiu uma violenta tempestade, o seu cavalo tropeçou, e o rei morreu da queda. O aviso do espírito tinha-se cumprido, e o caso ficou célebre, acabando registado nas cronicas da época. Há inúmeros relatos iguais e historicamente documentados, dando prova da existência da alma e do mundo dos mortos, assim como da bruxaria e da magia negra. E na magia negra, uma das formas que a bruxaria pode assumir, é o fascínio.

A palavra fascínio deriva do latim Fascinum, que significa encanto, feitiço, bruxedo. Em inglês, a palavra Fascination provem do Latim Fascinare que significava «to enchant», ou enfeitiçar, embruxar. A palavra Faszination em Alemão, tem a mesma raiz. O termo do fascínio e o seu poder místico era bem conhecido das civilizações da Antiguidade. Já o notório porta Grego Teócrito (300 – 260 a.C), escrevia como gostava de se fazer acompanhar de uma velha bruxa que o livrava do contágio dos fascínios ou bruxedos. Também o notório filosofo e poeta Romano Lucretius (n. 94 a.C), na sua obra «Of Natural Witchcraft for Love», ( ou «Sobre a Bruxaria para o Amor»), dizia como os fascínios podiam tanto contrariar os sentimentos amorosos, como inspira-los e favorece-los. Dizia o poeta Romano que «o fascínio ou a arte da bruxa são provocados pelo desejo, e que no coração do amante ele acende o fogo que o aflige», dando assim prova que por meios destes fascínios, os sentimentos eróticos e amorosas eram despertados com grande fervor pelas artes da bruxaria e magia negra.

No célebre grimório «compendium maleficarum» , ou o «Compêndio das Bruxas» de 1608, do notório padre e demonologista Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570), dá-se nota da existência de uma bruxa que existiu em Monthlhéry, no sudoeste de Paris. Tratava-se da célebre bruxa Black Jeanne Armacuriana, cujos os trabalhos de magia negra eram temidos. A bruxa Armacuriana invocava o demónio, e entregava-lhe um pequeno saquinho de linho, dentro do qual estava o bruxedo com que ela pretendia atingir a sua vítima, e daí em diante o demónio encarregava-se de contaminar a pessoa com a magia negra. Passado algum tempo, o bruxedo que fora colocado dentro do saquinho começava a dar efeitos na vida da pessoa, pois o demónio havia levado o bruxedo a essa pessoa, contagiando-a de magia negra. E isso tanto podia servir para desgraçar a vida de uma pessoa, como para fazê-la enamorar-se perdidamente por quem tivesse encomendado uma amarração á bruxa. Por isso mesmo, estas amarrações para o amor eram irresistíveis, e quem fosse por elas embruxada acabava sempre por se ir entregar arrebatadamente apaixonado e fascinado pela pessoa que a mandou amarrar. A pessoa ficava de tal forma fascinada e encantada por quem a tinha mandado embruxar, que era capaz de a seguir até aos confins do mundo, como se não houvesse mais ninguém á face da terra. O fascínio criado eram tão forte, que se lhes chamavam amarrações do fascínio.

Houve um caso de amarrações do fascínio que ficou famoso na Inglaterra do século XVIII. Por volta dos anos de 1790, houve um poeta e bruxo que viveu no condado de Limerick, Inglaterra. Tratava-se um jovem poeta inteligente e espirituoso, que tinha os olhos profundos de poeta que denotam a natureza quente e apaixonada dos poetas, olhos que na magia negra são tidos como capazes de exercer uma influência magnética seja sobre espíritos, seja sobre a natureza feminina. Certo dia o poeta andando em viagem, decidiu repousar nas imediações de uma fazenda, e pediu um copo de leite. A bela filha do fazendeiro, não habituada a ter estranhos a rondarem a propriedade, negou-lhe o copo de leite. O poeta porem agradou-se com a beleza da jovem, e olhou-a nos olhos fixamente em silencio por algum tempo, depois virou costas em silencio, e foi repousar debaixo de uma árvore. A jovem juntou-se ás empregadas da casa, e todas ficaram a ver ao longe o misterioso poeta repousando debaixo da árvore. Foi então que subitamente a jovem filha do fazendeiro sentiu um ímpeto inexplicável de sair de casa, e de caminhar em direcção ao poeta. Sentia-se como que mergulhada num sonho, e não era capaz de controlar nem o seu corpo, nem a sua vontade. As empregadas ficaram alarmadas, e foram chamar o pai, que saiu correndo e a gritar para que a filha parasse, mas a filha parecia caída num fascínio hipnótico. O poeta e a filha do fazendeiro já iam longe, quando uma das empregadas notou num papel amarrado a um galho da árvore em que o poeta estivera a descansar. A empregada retirou o papel do galho, e desatou o nó que o amarrava. Imediatamente o bruxedo foi quebrado, a filha começou a ouvir a voz do pai, e regressou para casa.  A filha dizia que se sentiu atraída por uma força invisível que a inspirava a seguir o poeta fosse onde fosse que ela a quisesse levar, e que ela o teria seguido até ao fim do mundo, porque se sentia ligada a ele, e não tinha vontade de resistir, nem tinha consciência de nada á volta para além da presença dele. Na verdade, o poeta tinha há muito feito pacto com o Diabo, tornando-se num hábil bruxo, a quem o seu espírito demoníaco familiar lhe ensinava todo o tipo de fortes trabalhos de magia negra. Um deles eram as amarrações do fascínio, um trabalho de amarração de magia negra no qual o bruxo escrevia um certo poema diabólico com gotas do seu próprio sangue, e depois amarrava o papel do poema com um cordel, entoando ao mesmo tempo que dava os nós no cordel, as palavras «Sator, Arepo, Tenet, Opera, Rotas». Fazendo isto, a mulher embruxada ficava de tal forma arrebatadoramente apaixonada e hipnóticamente seduzida, que não havia escapatória á amarração. Porem, esse trabalho de amarração apenas produzia efeitos quando executado por um bruxo autêntico, que tivesse autêntico e outorgado pacto com o Diabo. No caso da filha do fazendeiro, o bruxo quis apenas dar uma demonstração do seu poder, pelo que este episódio ficou famoso, e o poeta tornou-se um reconhecido bruxo, procurado por inúmeras pessoas que vinham solicitar-se as suas amarrações do fascínio.

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