Amarrações para o amor

Amarrações para o amor

Johann Weyer (1515 – 1588) foi um demonologista Alemão, discípulo de Cornelius Agrippa  ( 1486 – 1535), autor da obra «Pseudomonarchia Daemonum» de 1577, um famoso grimório de magia negra.  O notório demonologista Johanes Weyer, foi discípulo do célebre ocultista Cornelius Agripa ( 1486 – 1535), e fez nota dos meios para gerar as mais temíveis bruxarias de magia negra. E algumas dessas bruxarias, eram as amarrações para o amor.

Em Würzbug, na Baviera, existiu uma freira de nome Maria Renata que estando sob autoridade da ordem dos Jesuítas, porem era igualmente uma bruxa. A irmã Renata apesar do seu hábito religioso, executava as mais fortes bruxarias, e nos seus aposentos do convento conservada os ingredientes dos seus trabalhos de magia negra: pomadas mágicas, pós de magia negra, ervas nocivas e ocultas já secas. Quando ainda era jovem, foi em Viena que encontrou o Diabo que incorporou no corpo de um bruxo através de possessão demoníaca, e que lhe ensinou alguns segredos e encantamentos de magia negra. Seduzida pelo fascínio das artes da magia negra, a jovem entregou-se ao lascivamente demónio, e voluntariamente assinou o Livro do Diabo com o seu próprio sangue, depois firmando Pacto com o Diabo. Porem, nessa altura a jovem Renata viu-se forçada a abandonar os caminhos da bruxaria, porquanto os seus pais forçaram-na a entrar para um convento. Maria Reneta tornou-se assim freira, e porem ela era na verdade uma freira satânica que rapidamente corrompeu os seus votos para com a Igreja, havendo-se seduzido e entregue carnalmente ao Diabo, que a continuou a seguir, até dentro das próprias paredes do convento, e naquele solo santo e sagrado. O Diabo quando escolhe as suas servas, ele jamais desiste delas. A freira era visitada pelo demónio todas as segundas feiras no convento, e nessa altura cometia devotamente o pecado da fornicação, da heresia e da apostasia. Tao mais eram estes pecados engrandecidos e agradáveis a Satanás, porquanto eram praticados no seio de um convento, e em pleno solo sagrado. O enorme sacrilégio era uma iguaria na qual o Diabo se banqueteava, retribuindo á freira satânica com conhecimentos ocultos que lhe permitiam gerar os mais fortes bruxedos. O mesmo demónio que a seduziu, logo depois ensinou-lhe tudo sobre a doutrina satanista, assim como lhe revelou os mais ocultos segredos para a execução de bruxedos. Nos dias designados pelo Diabo, a bruxa esfregava-se com unguento magico que a inebriava e fazia um forte chamando aos espíritos impuros, para depois se celebrar Sabbat , dançar, copular indiscriminadamente com demónios, e realizar temíveis trabalhos de magia negra. A freira satânica recrutou outras seis freiras para os caminhos e domínios na bruxaria e magia negra. A sua fama tornou-se tão notória para além dos muros do convento, que os seus préstimos ocultos eram requisitados por inúmeros cavalheiros e nobres damas que lhe procuravam as mais fortes bruxarias de magia negra. A sua reputação precedeu-a de tal forma, que o caso acabou por chegar aos ouvidos do Bispo de Würbusg. Desse modo, a freira satânica foi destituída do ofício da Igreja em 1749. Conforme confirmam as crónicas os documentos da época, o padre George Gaar e o padre Maurus foram encarregues com a missão oficial de a destituir do hábito de freira. Porem, isso de nada impediu que a bruxa continuasse a celebrar os pecados da bruxaria, cujos os efeitos eram espantosos e se tornaram lendários. Foram várias as vítimas que havendo sido contaminadas pelas suas bruxarias de amarração, acabaram nos braços dos cavalheiros ou das nobres damas que haviam requisitado os préstimos ocultos da bruxa. Uma coisa era certa: não havia escapatória ás amarrações da bruxa Renata. Nenhuma escapatória. E por isso, a pessoa não tinha alternativa senão ceder.

Na Alemanha, na área da Colónia, na localidade de Eichstätt, existiu uma bruxa de nome Anna Käser, uma bruxa famosa a quem chamavam a bruxa de Eichstätt. A bruxa ali praticou o seu ofício de magia negra com grande notoriedade nos anos de 1637. A bruxa participou em inúmeros Sabbat satânicos que se realizavam em áreas desertas e escondidas das margens do rio Altmühl. Foi junto a esse rio que o Diabo lhe apareceu pela primeira vez, tendo-se incorporado no corpo de um homem através de possessão demoníaca. O homem era o carrasco da cidade, e por duas vezes naquela noite o demónio usando-se daquele corpo humano, possuiu a bruxa com árdua e férrea lascívia, ordenando-lhe que se entregasse a ela, que negasse a Deus, a Nossa Senhora e a todos os santos. Anne submeteu-se, e jurou fidelidade ao demonio, ao que o Diabo lhe respondeu comandando-lhe que dai em diante exercesse o oficio de bruxa, praticando as artes da magia negra em favor daqueles que lhe procurassem para se entregarem aos caminhos da bruxaria, pois que cada uma dessas almas era uma alma ganha para o Diabo, e era uma ovelha negra no rebanho que dai em diante a bruxa iria angariar, conforme o padre angaria o seu rebanho para Deus.  Oito dias depois de ser seduzida, o Diabo apareceu-lhe novamente deu-lhe uma pomada e uma louça de barro, na qual ela deveria preparar bruxedos para usar em homens, nas mais fortes amarrações. A pomada ou unguento servia para a bruxa chamar ao demónio quando fosse fazer as suas bruxarias, ou participar nos Sabbat e culto satânico; já o pote de barro, era como um caldeirão no qual a bruxa Anne deveria celebrar os seus trabalhos de magia negra. O demónio que lhe apareceu chamava-se Shinterin, e foi com ele que a bruxa fez Pacto. Após celebrar o pacto, a bruxa foi baptizada pelo demónio. O seu antigo nome cristão foi assim riscado do Livro da Vida de Deus, e um, novo nome foi inscrito na Livro da Morte do Diabo. E dai em diante, o demónio baptizou a bruxa com o nome de Gokhelhaan, derramando um líquido impuro sobre a sua cabeça e no seu rosto, enquanto que ela se ajoelhou em nome de Satanás, e arranhando-a com a sua garra, assim dando-lhe a marca da bruxa, ou a marca do Diabo. Daí em diante, a bruxa de Eichstätt realizou dos mais temíveis e lendários trabalhos de magia negra que aquele reino já tivera memória. Alguns deles, foram as mais fortes amarrações. Mesmo depois de falecida, dizem que o seu espírito de bruxa ainda vagueia e assombra um certo local das margens do rio Altmühl, que foi o local onde a bruxa encontrou o Diabo pela primeira vez.

Na Alemanha, existe um local historicamente conhecido por ter sido o local de bruxas, de magia negra, e de lendárias celebrações do Sabbat. Diz-se que em tempos idos, havia uma noite de Halloween na qual aquela montanha era visitada por centenas e centenas de bruxas, vindas dos quatro cantos dos reinos germânicos, e até dos quatro cantos do mundo. Trata-se da famosa montanha de Brunswick, situada no ducado com o mesmo nome. A montanha na verdade chama-se Blocksberg, e são tantas as evidencias históricas da presença de bruxas e da realização de Sabbat de bruxas naquele local, que a montanha se tornou num local visitado por turistas de todo o mundo, que ali procuram vislumbrar os locais reais, onde bruxas reais se reuniram em lendários Sabbat satânicos. A zona está profundamente ligada a fenómenos místicos, aparições e eventos inexplicáveis que ainda hoje ocorrem. Algumas pessoas já desaparecerem misteriosamente nas sinuosas escarpas e picos enublados daquela sinistra montanha, onde ainda hoje vagueiam os assombrados espíritos de ancestrais bruxas.

Christian stridtheckh, na sua obra De Saguis, escreveu: «as reuniões de bruxas passam-se em diferentes sítios, mas normalmente ocorrem em florestas, montanhas, cavernas, ou seja, em locais longe da presença do homem, e assombrados». Os Pirenéus, são outra área geográfica onde se celebraram famosos Sabbat satânicos. Na área basca, havia uma região chamada Lane do bouc, na linguagem basca «Aquelarre de verros, prado del cabron», onde durante os séculos da Idade Media as bruxas e bruxos se reuniam em certas noites para venerar o Diabo, especialmente em noites de segunda, quarta e sexta-feira. Nesses ritos, eram sempre realizados sacrifícios de sangue de crias de tenra idade para as magias satânicas, assim como usada uma hóstia de Igreja que era profanada de forma a ficar negra. Nestes ritos, eram celebradas as mais fortes amarrações de que há memoria na história.

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