A igreja Invisível, a igreja da magia negra
«Onde quer que Deus erga uma igreja, o Diabo constrói sempre uma capela lá; E será descoberto após atento exame, que esta possui a maior congregação»
Daniel Defoe ( 1661 – 1731)
Os sabbats satânicos celebrados ao longo de toda a Idade Media, eram considerados abomináveis ou fantásticos, de acordo com a sensibilidade daqueles que os viam. Na sua obra « Histoire de la Magie en France depuis le commencement de la Monarchie jusqu’á nous jours» de 1818, Jules Garinet fala sobre a celebração de sabats satânicos celebrados por monges. Aliás, é insinuado que muitos desses sabbats ou reuniões de magia negra eram realizados normalmente nas imediações ou nas vizinhanças de um mosteiro. Havia por isso a ideia que muitos desses cerimoniais eram realizados por padres, freiras, monges, freis, porquanto se tratavam de padres satânicos e freiras satânicas que secretamente celebravam o culto ao Diabo, festejando com os demónios em devassas e heréticas praticas de magia negra.
Autores dessa época, falavam de santuários negros escondidos dos olhos dos vulgares cristãos , e mencionavam a existência de uma igreja oculta aberta aos cristãos, mas que os cristãos não conseguem ver, pois que por detrás da igreja visível que todos podem ver, está escondida uma IGREJA INVISÍVEL.
Muitos afirmam que era a isso que são Cipriano – bruxo que fez celebre pacto com o Diabo – , se referia quando na sua obra falava da igreja visível e a igreja invisível, pois muitos acreditam que o santo que teve pacto com Satanás, nunca deixou de o ter, e nunca deixou de ser bruxo , mas sim aderiu á igreja visível apenas para poder fazer parte da igreja invisível que havia por detrás dessa. Isto é: por detrás da igreja visível que todos podem ver e frequentar aos domingos, há uma igreja invisível frequentada apenas por aqueles que a conhecem, que é uma igreja negra, uma igreja satânica, uma igreja de magia negra. Ela é constituída pelos mesmos sacerdotes que fazem parte do clero da igreja visível, e que porem avançaram para uma condição mais profunda, mais obscura, mais poderosa e tenebrosa, que é a condição de padres satanicos e freiras satânicas.
Sobre essa IGREJA INVISÍVEL, é bem-sabido e historicamente reconhecido casos de padres, monges, abades da Igreja e freiras, que de dia celebravam ou participavam das missas cristas normais, e porem á noite – a troco de elevadas somas – empenhavam a sua alma do Diabo e celebravam pactos infernais em missas negras em honra do demónio, fosse para fins amorosos, fosse para eliminar inimigos, fosse mesmo em assuntos de estado e para vencer guerras. Eram esses os padres satânicos e as freiras satânicas, que são aqueles que constituem a igreja invisível, e que oculta e secretamente faziam os mais poderosos trabalhos de magia negra.
E a verdade, é que os seus resultados eram amplamente apreciados e reconhecidos, pois não há rei nem nobreza que vá continuar a pagar ao longo dos anos um abade, ou a um padre, ou a uma freira… se ao longo dos anos não testemunhar resultados, e a verdade é que os resultados dos trabalhos de magia negra – para quem sabe guiar-se pelas instruções dos trabalhos de magia negra – são invulgarmente eficazes e poderosos.
O Papa Inocêncio VIII ( 1432-1492), deu grande atenção aos fenómenos na magia negra, das bruxas e da bruxaria, considerando que a pratica da bruxaria e dos trabalhos de magia negra era um facto, era uma realidade tão real como o ar que respiramos, e que era uma heresia, a grande heresia do Diabo, e por isso uma afronta á Igreja de Roma. Enquanto que os cristãos normais se viravam para a igreja e os seus remédios de Deus, porem a bruxaria oferecia um caminho para uma igreja oposta, uma igreja do Diabo e dos seus prodígios obtidos através da bruxaria. E a verdade é que já se sabia que grande parte dos cristãos tanto recorria da Igreja de Roma, como também requisitava os serviços da bruxaria. Mais que isso, sabia-se mesmo que dentro da própria Igreja, haviam imensos padres e freiras satânicas, isto é, padres freiras, freis, monges e abades que durante o dia levavam as suas vidas sacerdotais, mas á noite – e ocultamente – oficiavam missas negras, sabbats satanicos e trabalhos de magia negra a quem os procurava, pois que já tinham dessacralizado e profanado os seus votos, e celebrado Pacto com demónios através de todo o tipo de concupiscências carnais e heresias. Era um Igreja Invisível oculta por detrás da Igreja visível. Por isso, em dezembro de 1484, Inocêncio VIII emitiu a bula papal «Summis Desiderantes Afectibus», através da qual encorajou a que tais fenómenos da bruxaria fossem investigados, documentados e comprovados. A bula foi especialmente dirigida aos católicos alemães, em especial Heinrich Kramer e Jacob Sprenger – autores do célebre Malleus Maleficarum – que ali encontravam grande resistência às suas convicções sobre a bruxaria. Nicholas Jacquier ( n. 1402), foi um padre dominicano que escreveu diversas obras sobre bruxas e bruxaria, incluído o influente «Flagellum Haereticorum Fascinariorum» de 1452, no qual Jacquier afirma que a bruxaria é a mais forte e condenável das heresias. È a máxima heresia. Por isso mesmo, explica-se a preferência do Diabo e dos demónios por desviar as almas que mais cobiçam para os caminhos da bruxaria, pois assim estão a induzir ao mais apetecível dos pecados, que é a máxima heresia da magia negra. Ao longo dos séculos, houverem inúmeros exemplos de padres e freiras satânicas que trilhando este caminho da magia negra, celebraram os mais fortes trabalhos de magia negra, tal conforme eles ainda hoje se praticam por quem tem esses conhecimentos.
O demonologista renascentista Girolamo Menghi , autor do Compendium of the Arts of Exorcism , a firmava que infinitas eram as formas que os demónios podiam assumir para se aproximar e perverter ou corromper o homem e a mulher.
O demonologista aderiu á ordem dos franciscanos 1552. Foram varias as obras que escreveu, tais como Flagellum Daemonum ( 1557), Fustis Daemonun ( 1588), e o Compendium ( 1576). Nessas obras Menghi afirma que os demónios são espíritos, e por isso não tem sexo, isto é, não são macho nem fêmea. Por isso, eles apresentam-se ao ser humano conforme a própria inclinação natural do ser humano aos qual eles se estão a manifestar, de forma a favorecer o desejo da pessoa que o demónio deseja possuir. Se se trata um homem que goste de mulheres, o demónio far-se-á apresentar num corpo de uma linda mulher do agrado desse homem; se for uma mulher que se agrade com homens, então far-se-á apresentar na forma de um belo homem que lhe agrade; a carnalidade é por isso um meio para chegar a um fim. Ora, – conforme já afirmavam obras como o Malleus Maleficarum – , o meio é a sedução e o desejo, sendo que o fim é a corrupção daquela pessoa, a possessão daquela pessoa, levando-a aos caminhos da magia negra, e fazendo dela uma bruxa ou bruxo, um servo de Satanás. Foi justamente por este meio, que muitos padres e freiras foram seduzidos por demónios, levados a subverter os seus sacramentos, e a celebrar Pacto com o diabo, por meio do qual receberem os ímpios sacramentos satânicos, e passaram oficiar nas artes da magia negra, celebrando os mais poderosos trabalhos de magia negra. Esses eram os padres e freiras satânicas, cujos os conhecimentos ocultos e lendários trabalhos de magia negra eram tão apreciados e procurados; assim como eram esses eram os padres e freiras satânicas que constituíam a IGREJA INVISÍVEL a que são Cipriano se referia nos seus textos.
Ao longo dos séculos, vários foram os Papas ligados á magia negra e ao estudo das magia demónica. O famoso Le Grimoire du Pape Honorius , é um grimório de magia negra atribuído ao Papa Honorio III ( 1150 – 1227). Já o Papa Silvestre II, cujo o pontificado durou de 909 a 1003, embrenhou-se profundamente no estudo das artes da magia negra, e tal facto foi atestado no século XII, pelo historiador William of Malmesbury. Do escandaloso Papa Alexandre VI, (1431-1503), o Borgia oriundo de Espanha, sabe-se sobre o célebre caso incestuoso, assim como consta que terá celebrado Missa Negra dentro dos muros do próprio Vaticano, onde ocorreram extravagantes festins de luxuria e deboche. Outro caso que ficou celebre, foi o do Papa Bonifácio VIII (f.1303), que praticou ritos de magia negra. O Papa foi várias vezes visto a celebrar rituais satânicos, nos quais sacrificava um galo, aspergindo depois o sangue para um fogo, e seguidamente recitando encantamentos demoníacos em Latim, lidos a partir do seu livro de magia negra. Estes eventos foram testemunhados e documentados de 1303 a 1311.
Há muitos casos historicamente documentados sobre a existência de freiras satânicas – ou bruxas que eram simultaneamente freiras seduzidas pelo Diabo, e ao serviço de Satanás – Sobre o aparecimento das freiras satânicas que realizam trabalhos de magia negra e bruxaria através de Pacto selado com o Diabo, há vários exemplos e factos históricos.
Muitos foram os casos históricos e verídicos documentados sobre padres satânicos, e freiras satânicas. Alguns desses sucederam em vários conventos franceses durante o sec XVII.
Um desses casos de magia negra sucedeu em Aix-en-Provence, no ano de 1611, onde duas possessões de freiras sucederam devido a bruxarias celebradas pelo padre Louis Gaufridi.
Já na localidade de Louviers em 1647, mais de 14 possessões demoníacas foram causadas pela irmã Madeleine Bavent, e do padre Thomas Boullé, também eles envolvidos em bruxarias e pactos satânicos.
Tambem na localidade de Auxonne, em 1650, a Madre superiora Barbara Buvée esteve ligada a actos de magia negra que levaram á possessão demoníaca de oito pessoas.
Em 1634, ocorreram os celebres casos de magia negra e possessão demónica em Loudun, por consequência da prática de trabalhos de magia negra e bruxarias celebradas pelo padre Urbain Grandier, que havendo celebrado pacto com o demónio, assim se tornou secretamente um padre satânico.
Um padre dominicano Raimundo de Tarrega ( falecido a 1371) tinha um grimório de magia negra chamado De invocatione Daemonum. O livro tornou-se conhecido através do julgamento realizado por Nicholas Eymeric, (1320-1399), o Inquisidor geral de Aragão. Com esta revelação, ficou-se a saber que até no seio da ordem Dominicana da Igreja, havia sacerdotes entregues ás artes da magia negra, ou seja, padres satânicos. Alguns autores da época designam a magia negra enquanto magia demónica, pois visa essencialmente invocar a demónios, almas de mortos e assombrações.
Nos julgamentos de bruxas realizados em Dauphiné de 1428-17, soube-se de um padre chamado Johannes Cunalis. O padre exercia o seu oficio em Munique, na Baviera, e não apenas possuía um grimório de magia negra, como tinha celebrado pacto demoníaco.
Outro caso famoso sobre um padre Satânico, é o caso do padre Grandier que em 1634 foi sentenciado pela prática de magia negra e bruxaria. Sabe-se que padre Grandier celebrou missas negras. Nos seus haveres escondidos nos seus aposentos, foi encontrado um Pacto demoníaco. O pacto estava parcialmente escrito em latim, e parcialmente escrito em escrita invertida, assim como se encontrava assinado pelo padre, cuja a assinatura era precedida de estranhos símbolos ocultos que se dizem ser as assinaturas demoníacas dos demónios que outorgaram aquele pacto. O documento sobreviveu ao tempo, e ainda hoje existe, e encontra-se conservado no Vaticano.
Tal como todas estas histórias provam, eis que existem milhares e milhares de sucessos inexplicáveis que ocorrerem em consequência dos trabalhos de magia negra e das artes de magia negra celebradas por freiras satânicas e padres satânicos.
Outros dos mais conhecidos casos de freiras satânicas, ocorreu no convento de Capri, nos anos 1630. Ali, a famosa irmã Dealta Martinelli foi uma das freiras seduzidas pelo demónio, e que se dedicou á pratica da bruxaria. A freira entregou-se carnalmente ao Diabo em acto de impura lascívia carnal, sendo que pela consumação de pecado, de sacrilégio e de profanação dos sagrados votos do celibato para com Deus, o Diabo selou com a freira o seu Pacto demoníaco, e em troca concedeu-lhe os dons da bruxaria e artes de magia negra, assim como especiais poderes nas magias de amor de magia negra, ou naquilo que se chamam as amarrações. A freira Dealta acabou por recrutar outras irmãs do convento, sendo que o sucedido acabou por chegar á atenção da Santa Inquisição, uma vez que os eventos sobrenaturais e heréticos ocorridos no convento tornaram-se conhecidos. As freiras possuídas eram descritas como frequentemente jogando-se no chão, gritando abruptamente sem provocação, sofrendo súbitas mudanças drásticas na temperatura do corpo e caindo precipitadamente em um sono profundo do qual não podiam ser despertadas” A Inquisição local interrogou as freiras, assim como os exorcistas do Vaticano entre Abril de 1638 e fevereiro de 1639. Várias freiras acabaram por confessar a origem do fenómeno, que residia na freira Dealta Martinelli, revelando que a freira teria sido seduzida pelo demónio, e com ele firmado pacto demoníaco, através do qual recebeu os dons da bruxaria. A freira praticava assim poderosos bruxedos de magia negra, e muita gente recorreu secretamente dos seus préstimos. A freira resolvia com impressionante sucesso tudo que eram problemas relacionados com amor e luxuria, e a sua fama tornou-a celebre na feitura de magia negras de amor, fosse para amarrar ou separar casais. Ela e as suas companheiras de bruxaria ficariam conhecidas como as freiras satânicas, e os seus préstimos eram abundantemente procurados e principescamente pagos.
Um outro caso historicamente documentado sobre a existência de freiras satânicas, ocorreu em 1658. Nessa data, uma outra freira foi também possuída de livre vontade em pacto demoníaco. Tal sucedeu em Auxonne, sendo que em troca o demónio concedeu á freira poderes invulgares e sobrenaturais. Ficou documentado em confissões escritas, que o diabo lhe apareceu na forma de uma serpente, havendo com ela tido contacto carnal, e assim possuindo a freira. Os poderes sobrenaturais da freira foram observados e testemunhados ao vivo pelos seus inquisidores, quando no decorrer de um interrogatório a freira fez objectos moverem-se sem lhes tocar, sentiram-se sinistras alterações de temperatura, e a freira manifestava conhecimento de coisas que não tinha maneira de saber por meios normais…
Um outro caso historicamente documentado sobre a existência de padres Satânicos, ocorreu em 1678, quando o Abade Guiborg. celebrou uma missa negra em favorecimento da a marquesa de Montespan, a troco de cem mil libras. A marquesa de Montespan tornou-se amante do rei Luís XIV no ano de 1667. Ambicionando ser a sua amante preferida, ambicionando ser a única mulher na cama do rei, e querendo não apenas afastar a rainha do seu caminho como dar ao rei filhos legítimos para coroa francesa, ela celebrou com o padre Guibourg uma missa negra de tremendo poder, sendo essa missa foi paga previamente pela fenomenal quantia de cem mil libras, ( estamos a falar do século XVII), pois que a verdadeira magia negra não é coisa acessível a qualquer um.Pois bem: em 1678 a missa negra foi feita, e um ano depois em 1679, então a marquesa tornou-se «miraculosamente» na mulher preferida do rei, e a única mulher a deitar-se no leito real, a única mulher pelo qual o rei tinha verdadeiros olhos, e a única mulher a quem o rei permitia engravidar de filhos legítimos á coroa, algo reservado apenas á rainha. Anos depois, a marquesa conseguiu mesmo afastar a própria rainha do leito real, o que se julgava impossível. Dai em diante e nos anos seguintes, eis que a marquesa deu 8 filhos ao rei, todos eles príncipes legitimados conforme fora prometido na missa negra. E assim sendo: desde a data em que a missa negra foi celebrada,(1678), e a colheita de todos os seus majestosos frutos,(de 1679 em diante), eis que decorreram anos e anos, e porem: o fruto do trabalho de magia negra veio e materializou-se, pois que a nobre marquesa entregou-se aos trabalhos de magia negra e ás artes de magia negra do padre satânico que era o Abade Guiborg.
Um outro caso historicamente documentado sobre a existência de freiras satânicas, ocorreu em 1619. Nessa data, uma freira de nome Benedetta ficou conhecida por ter feito um Pacto demoníaco. Quando foi interrogada pelas autoridades eclesiásticas, a freira alegou ter sido abordada por um lindo anjo masculino que se dizia chamar Splendiletto. A freira foi assim seduzida pelo anjo masculino, que a possuiu em acto de impura lascívia carnal. Pela consumação de pecado e sacrilégio com uma irmã reservada a Deus, profanando com ela os sagrados votos do celibato, o Diabo selou com a freira o seu Pacto demoníaco. Durante os interrogatórios, a freira muitas das vezes respondia com a voz masculina desse anjo, o que confirmou o fenómeno de possessão demónica, pois é bem sabido que o Diabo pode fazer-se assumir na forma de um belo anjo masculino de luz, ou de uma jovem e doce criança, e até mesmo na forma da Virgem Maria, ou de Jesus Cristo. Em sequência do seu pacto, a freira dedicou-se abundantemente á pratica da bruxaria, sendo que o seu poder era assinalável e os resultados eram espantosos, especialmente em magia de amor, ou amarrações de magia negra. A freira dedicou-se também a disseminar actos de luxuria com outras mulheres do clero, seduzindo-as e levando outras freiras a entregar-se á pratica da concupiscência da lascívia, assim como a actos de sacrilégio e pecado cometidos em lugares santos, como capelas, igreja, e altares de Deus.
Algumas das mais dramáticas manifestações de possessão demoníaca, ocorreram vários conventos franceses durante o sec XVII. Um desses casos sucedeu em Aix-en-Provence, no ano de 1611, onde duas possessões de freiras sucederam devido aos trabalhos de magia negra e bruxarias celebradas pelo padre Louis Gaufridi. Já na localidade de Louviers em 1647, mais de 14 possessões demoníacas foram causadas pela irmã Madeleine Bavent, e do padre Thomas Boullé, também eles envolvidos em bruxarias de pacto satânico. Também na localidade de Auxonne, em 1650, a Madre superiora Barbara Buvée esteve ligada a actos de magia negra que levaram á possessão demoníaca de oito pessoas. Em 1634, ocorreram os celebres casos de possessão demónica em Loudun, por consequência da prática e bruxarias celebradas pelo padre Urbain Grandier, que havendo celebrado pacto com o demónio, assim se tornou secretamente um padre satânico.
O Monsieur des Niau foi uma testemunha que presenciou estas possessões e os seu respectivo exorcismo, e assim as descreveu:
«Quando o exorcista dava uma ordem ao Diabo, as freiras subitamente de um estado de normal serenidade, para um estado de terríveis convulsões. Batiam nos seus próprios peitos e costas com a cabeça, num movimento humanamente impossível e incrivelmente rápido. As suas faces tornavam-se tão assustadoras, que não era possível olhá-las. Atiravam-se para trás dobrando as costas, até que as suas mãos tocavam nos pés, e depois andavam nesta posição como se de estranhos animais se tratassem. Proferiam choros e uivos tao horríveis e endurecedores como nunca tinha ouvido. Depois, de um momento para o outro assumiam posses indecentes, despindo-se e expondo-se para todos os presentes, sem qualquer pudor, e num cio que impressionava.»
Em 1894, quase uma centena de hóstias consagradas desapareceram da Igreja de Notre Dame, em França. Há quem nos círculos ocultistas afirme que foram levados para fins de missas negras, pelas próprias mãos de gente da Igreja.
Outros celebres casos de padres satanicos, ficaram documentados através da obra e investigações de Pierre de La Lacre. Pierre de La Lacre era um jurista francês que viveu no seculo XVI ( 1553 -1631), e que esteve ao serviço do rei Henrique IV de França. Pierre de La Lacre entrou em contacto com o fenómeno da bruxaria quando visitando Roma, ali viu uma jovem rapariga possuída pelo demónio, que no decorrer um ataque demoníaco foi transformada num rapaz diante dos seus olhos, e mudou completamente a sua fisionomia e a sua voz. Tal era a força da entidade demoníaca que infestava o corpo da criança, que lhe conseguia fazer – para grande agonia da vítima – a carne e os ossos estalarem, esticarem-se, retorcerem-se, e moldarem-se em várias formas. A visão foi de tal forma perturbadora, que o jurista dedicou-se a estudar o fenómeno da bruxaria. Em 1609, o rei Henrique IV confiou-lhe a missão de estudar oficialmente o assunto, e procurar por bruxas. Para contradizer as vozes que afirmavam que as bruxas, a magia negra e as bruxarias eram apenas fantasias, delírios e histeria em massa, La Lacre documentou todos os seus encontros com bruxas. Muitos são os relatos de La Lacre onde se pode constatar ter visto ou ouvido aquilo que sucedia nos Sabbats das bruxas, reuniões satânicas onde as bruxas se ajoelhavam diante do Diabo que apareciam incorporado num homem ou num animal, e renunciavam á fé cristã, e honravam o seu amo com expressões como «Grande Senhor, que eu adoro, venero, e me submeto». Nesses Sabbats negros, ocorriam baptismos satânicos de novas bruxas e bruxos, assim como ritos de veneração e fidelidade a Satanás, seguindo-se festins de impura lascívia. Grande foi porem o espanto de La Lacre, quando descobriu que muitos dos bruxos eram na verdade padres, e que muitas das bruxas eram ou freiras, ou mulheres que já sendo bruxas então tinham seduzido os padres para os corromper. Na verdade, La Lacre – para sua grande surpresa – e descobriu uma verdadeira legião de padres satânicos e freiras satânicas habitando dissimuladamente no próprio seio da igreja. Tais eventos foram descritos em obras como «Tableau de l’inconstance des Mauvais Anges» de 1612, «L’incredulité et Mescréance du Sortilege», de 1622, e « du Sortilege» de 1627.
Um dos casos celebres históricos sobre a existência de freiras satânicas, e das suas participações em Missas Negras celebradas em conventos da Igreja, ocorreu no século XVII. Madelaine Bavent ( 1607-1647), era uma freira do convento franciscano de Louviers. O caso da freira Madelaine tornou-se famoso em 1647, altura em que Luis XIV reinava em França, havendo este caso chegado ao conhecimento do rei. A freira Madelaine foi admitida no convento sob supervisão do padre Pierre David, sendo que após a sua morte passou a estar sob supervisão do padre Mathurin Picard. O padre Picard era um padre franciscano que havia sucumbido ao chamamento dos demónios, havendo celebrado pacto com o Diabo, e sendo um praticante de fortes trabalhos de magia negra. O seu nome era famoso nos círculos do oculto, e os seus serviços em trabalhos de magia negra eram requisitados pela elite da nobreza e aristocracia, pois os seus resultados tinham grande reputação. O padre Picard era um padre satânico, e acabou por aliciar a freira Madelaine a entrar pelos mesmos caminhos da magia negra. A freira Madelaine foi iniciada nos ímpios sacramentos satânicos, devassando e profanando os seus sagrados votos de consagração á Igreja. A freira Madelaine tornou-se uma freira satânica, passando assim a ser um acólito da celebração missas negras conduzidas pelo padre Picard, nas quais o demónio Astaroth era venerado diante de um altar de Deus dentro de uma capela do convento, assim cometendo-se o abominável pecado da Idolatria e culto a deuses pagãos ou demónios. Nessas missas negras a freira Madelaine era colocada desnudada no altar da igreja, sendo celebrado sobre o seu ventre a infernal liturgia de missa negra. O rito era concluído com a devassa consumação de actos lascivos. Dessa forma, faziam-se fortes apelos aos demonios, que resultavam em poderosas magias negras e trabalhos de magia negra. Estas magias negras, eram preciosidades requisitadas pelas mais elevadas figuras da alta-sociedade, tais eram os resultados que produziam. Para alem das missas, negras, a freira Madelaine era levada a frequentar duas vezes por semana a celebração de Sabbats negros, junto com o padre Picard e o capelão do convento, o padre Thomas Boullé. Durante esses Sabbats, a freira chegou a ser possuída carnalmente pelo Diabo incorporado em homem. Conta-se que todas as noites ao regressar á sua cela, a freira Madelaine tinha sempre um gato preto á sua porta. O demónio incorporava no gato preto, e através dele possuía a freira noite após noite. Tantos foram os ritos de magia negra celebrados nos muros daquele convento, que outras freiras começaram a sofrer de terríveis aparições de assombrações, e algumas chegaram mesmo a sofrer de graves possessões demoníacas. Algumas das freiras possuídas, durante certos momentos de convulsão exibiam força física completamente sobrenatural, os seus corpos moviam-se de formas quase impossíveis para um ser humano, as suas faces transfiguravam-se mostruosamente, e chegaram a ocorrer fenómenos que desafiavam as leis da natureza, como água benta pingar das pias das igrejas, para o tecto. Por volta de 1643/44, caso chegou aos ouvidos do Bispo de Evreaux, que tomando conhecimento dos sinistros eventos, ordenou uma inquirição ao convento, havendo-se então confirmado a presença de padres satânicos e freiras satânicas no seio da Igreja, assim como tendo-se comprovado a celebração de missas negras e Sabbats satânicos no convento. O convento foi encerrado, porem o caso tornou-se lendário.
Outro caso famoso de freiras satânicas ocorreu no século XVII, numa região do norte de França. A freira Antoinette Bourignon foi responsável por uma celebre obra cristã, um convento dedicado ao auxílio dos órfãos, fundado em 1658. Era o convento de Lille, em França, e nele ocorreram sinistros casos de possessões demoníacas, de bruxaria e de magia negra. Um padre foi chamado para ir investigar as ocorrências, e rapidamente verificou que já tinham ocorrido pelo menos 22 fenómenos inexplicáveis sucedidos com as noviças do convento de Lille. Aprofundado as suas inquirições, descobriu-se que varias noviças do convento de Lille tinham sido aliciadas por demónios, tinham já participado em Sabbats satânicos, eram encorajadas a oferecer-se a relações carnais diárias com demónios, e eram persuadidas a celebrar festejos satânicos, assim como a celebrar bruxarias e trabalhos de magia negra. Antoinette Bourignon – a madre superiora do convento – , escreveu sobre estes eventos em obras como «Lá vie Extérieur», e mais uma vez confirmava-se a existência de freiras e padres satânicos, e dos seus lendários trabalhos de magia negra.
São inúmeros os casos de padres e freiras satânicas existentes ao longo dos séculos, ou seja, homens e mulheres com votos e sacramentos prestados a uma igreja, que porem subvertem esses votos, entregando-se em pacto demoníaco, e praticando magia negra. Nesses casos, produzem-se os mais fortes trabalhos de magia negra.
Comprova-se assim – historicamente, e com factos – que o culto ao Diabo existe mesmo há centenas e centenas de anos, que as praticas místicas satânicas de magia negra e dos trabalhos de magia negra, produzem mesmo efeitos práticos e resultados inexplicáveis, e que os seus praticantes nem todos eram mulheres camponesas ignorantes e analfabetas, nem pessoas dos extractos mais baixos da sociedade, pois estes padres e freiras satânicas eram – alguns deles – pessoas com literacia, estudos académicos, e de um certo estatuto social.
Tais magias e trabalhos de magia negra, podem ser encontradas nos mais secretos e sinistros livros de magia negra, os chamados Grimórios. E é nesses livros, que a prática de amarrações feitas com recurso á celebração de missas negras podem ser encontrados.
Na epistola aos Hebreus, diz-se que Deus recompensa àqueles que O procuram. Pois da mesma forma pensam os padres e freiras satânicas, ao crerem que o mesmo também sucede com o mundo do oculto, dos espíritos, dos demónios, do Diabo… isto é: que esse mundo recompensa a quem o procura.
Quer verdadeiros trabalhos de magia negra?
Quer as mais fortes amarrações ?
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