Magia negra e as hóstias
O Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505), afirma no seu capitulo V que as muitas das vezes bruxas realizam a sua magia negra e trabalhos de magia negra, através da perversão e subversão dos sacramentos da Igreja, que são actos heréticos de imenso agrado do Diabo, que em troca responde á bruxa com grandes auxílios a tudo aquilo que for pedido nesse tipo de bruxaria feita com fundamento no sacrilégio dos mandamentos da Igreja. Um dos sacramentos que o Malleus Maleficarum aponta serem usados pelas bruxas, é o santo sacramento da Eucaristia, no qual a hóstia é tomada pelos fieis em representação do Corpo de Cristo.
As hóstias sagradas são desde sempre usadas na magia negra. O Malleus Maleficarum explica como as hóstias são obtidas pelas bruxas, para serem usadas na magia negra. Explicam os demonologistas Kramer e Sprenger, que indo á Sagrada Eucaristia, na hora tomar a hóstia, a bruxa a toma o Corpo do Senhor por debaixo da sua língua, e não no topo, conforme deve suceder. Assim e diante do altar de Deus, em pleno acto litúrgico de Eucaristia, a bruxa satânica está ali diante de todos olhos e porem secretamente a realizar um acto de magia negra, invertendo a forma como consome o Corpo de Cristo. E pior que isso, a hóstia não é tomada, mas sim conservada na boca para depois ser regurgitada e cuspida. Assim estando feito, a hóstia é levada para fora a igreja, e com ela são feitos os mais temíveis trabalhos de magia negra. A hóstia foi também, e desde sempre, um ingrediente de magia negra poderoso em formulas para trabalhos de magia negra. Fosse esmigalhada, partida ao meio, ou reduzida a cinzas através de um fogo infernal, a hóstia era depositada no caldeirão das bruxas juntamente com os demais ingredientes mágicos, pois que ampliava os efeitos do bruxedo, uma vez que era um elemento santo profanado, e isso atrai irresistivelmente os demónios. Por isso mesmo, em muitas missas negras a hóstia foi usada. Nessas missas negras, algumas celebradas em Igrejas, Satanás era venerado num altar de Deus, e diante da Virgem Maria e todos os santos. A heresia era inestimável para o Diabo, e tornava-se cada vez mais uma iguaria quanto tudo era oficiado diante de um Ídolo de um bode negro com um enorme falo erecto, e a Eucaristia satânica era oficiada sob o corpo de uma jovem donzela nua e deitada sobre o altar da igreja, fosse sobre as suas nádegas, ou sobre o seu ventre; o cálice continha sangue de galo preto, e todos os participantes estavam nus, apenas cobertos por um robe negro com símbolos satânicos. Estas missas eram frequentadas por pessoas de todas as esferas da vida: desde camponeses humildes, a senhoras da alta nobreza, de trabalhadores comuns a aristocratas e fidalgos, de padres a prelados, de nobres a servos, todos eles procurando aos favores da magia negra e do Diabo, fosse por assuntos de luxuria, ou de avareza, ou de invejas, ou de vinganças. No auge da missa negra, realizavam-se festins de pecaminosa e desenfreada lascívia. A montanha de Brocken na Alemanha, e a igreja de Blokula na Suécia, eram locais lendários onde decorreram igualmente lendárias Missas Negras e Sabbat satânicos. Christian stridtheckh, na sua obra De Saguis, escreveu: «as reuniões de bruxas passam-se em diferentes sitos, mas normalmente ocorrem em florestas, montanhas, cavernas, ou seja, em locais longe da presença do homem, e assombrados». Na Alemanha, existe um local historicamente conhecido por ter sido o local de celebração do Sabbat. Trata-se da famosa montanha de Brunswick, situada no ducado com o mesmo nome. A montanha na verdade chama-se Blocksberg, e são tantas as evidencias históricas da presença de bruxas e da realização de Sabbat de bruxas naquele local, que a montanha se tornou num local visitado por turistas de todo o mundo, que ali procuram vislumbrar os locais reais, onde bruxas reais se reuniram em lendários Sabbat satânicos. A zona está profundamente ligada a fenómenos místicos, aparições e eventos inexplicáveis que ainda hoje ocorrem. Algumas pessoas já desaparecerem misteriosamente nas sinuosas escarpas e picos enublados daquela sinistra montanha, onde ainda hoje vagueiam os assombrados espíritos de ancestrais bruxas. Os Pirenéus, são outra área geográfica onde se celebraram famosos Sabbat satânicos. Na área basca, havia uma região chamada Lane do bouc, na linguagem basca «Aquelarre de verros, prado del cabron», onde durante os seculos da Idade Media as bruxas e bruxos se reuniam em certas noites para venerar o Diabo, especialmente em noites de segunda, quarta e sexta-feira. Nesses ritos, eram sempre realizados sacrifícios de sangue para a Eucaristias satânicas, assim como usada uma hóstia que era profanada de forma a ficar negra.
Eusébio da Cesareia ( 263 – 339), foi um notório bispo e escritor referido como a pai da historia da Igreja, pois foi o primeiro a deixar escritos e registos históricos sobre os primeiros tempos do cristianismo. Nesses escritos, Eusébio atribui a origem da bruxaria a anjos rebeldes, que ensinaram as artes da magia negra ao homem. E um dos ensinamentos dessa arte demoníaca, é que a heresia, a perversão e a devassa dos sacramentos da Igreja são como fragrâncias agradáveis e irresistíveis aos demónios, constituindo para eles um chamamento irrecusável. Daí que usando-se da hóstia, esta-se a usar de uma fortíssima força invocatória de demónios, motivo pela qual elas são tão usadas pelas bruxas nos mais fortes trabalhos de magia negra.
No século XVI, o teólogo Napolitano Paulo Grilland escreveu sobre bruxaria e magia negra, descrevendo como durante missas negras as hóstias profanadas ao serem borrifadas com sangue de galo preto, e depois usadas no bruxedo que se pretende, ampliando assim a força desse trabalho de magia negra. Porem, o teólogo sublinhava que tais práticas remontam já aos tempos da Antiguidade. Em Roma, sabia-se como uma notória prostituta que também era bruxa, mergulhava pães sagrados dedicados ao Deus Apolo em sangue de galo preto ao mesmo tempo que entoando um certo encantamento, e assim realizando bruxedos de amarração que deixavam os homens aos seus pés. Grilland menciona também como certos padres satânicos profanavam o Cânone da missa, e na hora de dar a tomar a hóstia proferiam orações lascivas, como parte de um secreto mas fortíssimo bruxedo de amarração.
Lewis Spence (1874 – 1955), notório ocultista escocês e autor da «Enciclopaedia of Occultism» ( 1920), faz notar como a hóstia era usada de diversas formas em sinistros e temíveis bruxedos. Num destes trabalhos de magia, um sapo gordo era baptizado em nome da vítima do bruxedo, e uma hostia consagrada era colocada na sua boca, sendo depois a boca amarrada com cabelos humanos recolhidos da própria vitima. Outras vezes, uma variante desta bruxaria era feita com um galo preto. Fosse como fosse, acrescendo-se-lhe o encantamento satânico adequado, então era certo que a vítima desta amarração padeceria dos maiores tormentos até que a sua boca falasse palavras amorosas e beijasse a quem mandou fazer aquela bruxaria. Porem, teimando a vítima em não ceder, então seria fustigada por padecimentos que nunca mais cessariam, senão com a sua desgraça. Seja como for, a vitima desta amarração nunca mais se livrava do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa amarrada não tem alternativa senão ceder. E cedia sempre.
No «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , o demonologista faz menção de Giovani Pontano ( 1426- 1503), cronista, poeta e fundador da Academia Napolitana. Giovani Pontano conta na sua obra como testemunhou os espantosos eventos produzidos pela magia negra. O compendium maleficarum menciona como Giovani Pontano testemunhou que Fernando II, rei de Nápoles ( 1469 – 1496), certa vez ergueu cerco a uma cidade de nome Sessa Aurunca, e que esperava força-la a rende-la através da falta de água. Porem, foi nesse local que o rei encontrou prova dos prodígios da magia negra celebrados com hóstias. Haviam naquela cidade dois padres. Os padres eram na verdade padres satânicos, que já tinham profanado o sacramento dos seus votos sacerdotais, e feito pacto com o Diabo. Quando confrontados com a falta de água e a ameaça da brutal invasão da cidade, os padres satânicos pediram um jumento, que logo lhes levaram á porta da Igreja. Os padres entoaram cantos fúnebres para uma alma viva, deram a tomar a hóstia consagrada ao jumento, celebraram a santa Eucaristia para o jumento, continuaram com os seus cantos fúnebres, e depois sepultaram o animal á porta da Igreja. Não havia o rito acabado, e já o céu começava a ser invadido por um estranho negrume. O mar começou a ser açoitado pelo vento, ao meio-dia a escuridão da noite desceu sobre os céus, tudo era escuridão negra, a terra tremeu, o céu rasgou-se em trovões assustadores, árvores foram lançadas pelo ar, rochas partiram-se ao meio, e a chuva caiu das nuvens com tamanha intensidade que não havia cisternas na cidade que conseguissem acolher tanta água. Assim que a cidade ficou abastecida de água, o céu voltou ao normal, o calor regressou, o sol brilhou novamente, e rei que planeava cercar a cidade até os fazer render por falta de água teve de desmontar o seu cerco, e abandonar a cidade em paz. Assim ficou historicamente registado este evento, que atesta do poder dos trabalhos de magia negra e da bruxaria feita com hóstia. Este poder aplicado a trabalhos de amarração, gera amarrações completamente imbatíveis e infalíveis.
O rei Henrique III ( 1551-89), que foi monarca em França de 1574 a 1589 , mandou celebrar diversas missas negras, e tinha um altar de culto ao Diabo, assim como fazia-se rodear de uma colmeia de bruxas com doze membros, e da qual ele era o decimo-terceiro bruxo. O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto dos padres satânicos e das missas negras, faz nota no século XVI, um padre de nome Benedictus causou grande escândalo quando se soube da sua participação em missas ímpias ou missas negras. O padre Benedictus tinha já sido fascinado pelos poderes da magia negra, e profanando os seus votos sacerdotais cristãos celebrou pacto com o demónio, tornando-se assim um bruxo e um padre satânico. E na verdade, o padre Benedictus celebrou diversas missas negras a pedido do rei Carlos IX de França, ( 1550 – 1547), diante de quem o padre satânico oficiou a Eucaristia satânica, onde usou de Hóstias consagradas de Igreja, profanando-as em abominável sacrilégio ao emprega-las em ritos satanicos, o que muito agradava ao Diabo, e por isso ampliava os efeitos dos seus trabalhos de magia negra. Os trabalhos de magia negra celebrados pelo padre satânico Benedictus produziam resultados espantosos fosse com amarrações para assuntos amorosos, fosse para vinganças e assuntos que o rei gostava de tratar discretamente. Também o célebre bruxo Trois-eschelles du Mayne foi chamado á presença do rei Carlos XI, que lhe encomendou vários Sabbat satânicos e missas negras. O rei era um assumido satanista, e o bruxo executou-lhe vários trabalhos de magia negra que maravilharam o monarca pela sua eficiência. Nalguns dos Sabbat satanicos do bruxo Trois-eschelles foram empregues hóstias santificadas em nome do Corpo de Cristo, havendo tais bruxedos causado espantosos efeitos em trabalhos de amarração, e para grande agrado do rei. Durante o reinado de Henry Valois, também o rei prestou culto ao Diabo na floresta de Vincennes, onde ofereceu sacrifícios diante de duas imagens de ouro prateado de dois demónios. Nessa mesma floresta, havia um altar com duas estátuas de Sátiros com um metro e meio. No meio das estátuas, encontrava-se uma cruz invertida. Nesse local, eram oficiadas fortíssimas missas satanistas, onde se empregavam hóstias de Igreja.
Na França do século XIX, uma famosa bruxa de nome Virginie celebrou diversas missas negras numa capela particular em Tillu-sur-Seulles, onde praticava as mais hereges obscenidades diante dos santos e do altar da Igreja no decorrer das profanas Eucaristias, e onde eram empregues hóstias de Igreja consagradas na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra. Nos anos de 1830 a 1850, os trabalhos de magia negra celebrados pela bruxa Virginie através de missas negras com recurso ao uso de hóstias consagradas, chegaram a ser celebradas em Igrejas oficiais como Saint-André e Saint-Eulalie, e geraram amarrações que se tornaram lendárias. Os seus feitos de bruxaria ganharam tal reputação, que os seus préstimos ocultos eram requisitados por inúmeros nobres, damas e aristocracia da mais alta-sociedade.
Uma bruxa famosa por usar de hóstias consagradas e tomadas no momento da Santa Eucaristia, sucedeu na Irlanda do século XIV, onde uma bruxa de nome Alice Keyteler (n. 1263) – a bruxa mais famosa da Irlanda desses tempos – usava de amarrações de magia negra tao poderosas, que apenas para si mesma – através de amarrações de magia negra – tomou quatro maridos ricos, e herdou as suas fortunas. Alice Keyteler, a bruxa mais famosa da Irlanda, usava nos seus trabalhos de magia negra o crânio de um ladrão condenado. Alice Keyteler teve quatro maridos, tendo todos eles sido seduzidos por meios de bruxaria e amarrações. Em 1324 a sua fama era lendária, e a bruxa tinha já uma colmeia de bruxas seguidoras. Keyteler tinha um demónio que a acompanhava sempre, chamado Robin Artinson, um espírito demoníaco familiar. Era nas encruzilhadas que a bruxa Alice invocava esse demónio, oferendando o sangue de 3 galos pretos. A bruxa Keyteler chegou a realizar Sabbat satânico e missas negras dentro de Igrejas, e usando hóstias de igrejas para, através das fortes heresias geradas pelo uso do Corpo do Senhor em missa negra oficiada dentro de uma Igreja e diante do altar de Deus, assim invocar os mais temíveis poderes infernais da magia negra.
Em 1324, o Bispo de Ossory testemunhou como a bruxa Alice Kyteker de Kilkenny, na Irlanda, usava de hóstias consagradas num altar de magia negra, onde se celebravam profanas missas negras ou missas satanistas. A hóstia satânica estava profanada, pois tinha estampada o nome do Diabo ao invés da figura de Cristo, e junto ás hóstias estava uma bisnaga de unguento mágico com o qual a bruxa untava uma vara magica. Aquelas hóstias haviam sido consagradas numa missa negra, e foram tomadas pela bruxa Alice, assim como pelo seu amante Goety no decorrer de um rito de sacrilégio e lascívia, celebrado com a intenção de lançar uma forte bruxaria para a amarração daquele que seria o quarto marido da bruxa. Antes desse rito, a bruxa Alice tinha sacrificado nove galos pretos numa encruzilhada a fim de invocar o seu espírito demoníaco familiar, cujo o nome era Robin, e que tendo respondido ao chamamento, foi incorporar no seu amante Goety através de uma possessão demoníaca. Juntos, a bruxa e o demónio incorporado celebraram uma profana missa negra, na qual se celebrou uma forte amarração. O sacrifico de galos pretos é muito agradável aos demónios. Com estes ritos celebrados em missa negra, a bruxa Alice Kyteker lançou uma forte amarração sobre aquele que viria a tornar-se o seu quarto marido. Com estas célebres amarrações, a bruxa conseguiu para si quatro maridos ricos, e todos eles lhe deixaram consideráveis fortunas em consequência das artes de magia negra. Por isso mesmo, a fama da bruxa Alice era tal, que lhe chegavam incontáveis solicitações vindas dos quatro cantos do Reino Unido, requerendo os seus préstimos ocultos. As suas bruxarias eram famosas, e as suas amarrações tornaram-se lendárias.
Os trabalhos de magia negra de Alice Keyteler eram temidos, fosse para assuntos amorosos com amarrações, fosse para assuntos de vingança e retribuição. Ainda hoje como há séculos atrás, quem ainda detém estes saberes ocultos, continua a celebrar os mais poderosos trabalhos de magia negra.
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