Magia negra e o demónio Asmodeus
O Códex Latinus Monacensis, é um manuscrito que foi descoberto, e encontra-se na biblioteca da Baviera. Escrito em alemão, porem com formulas magicas em italiano. O livro continha o resumo de uma versão do liber consecraciounum , uma lista de espíritos, fórmulas para os invocar, um manual para magia astral, listagem dos dias adequados para a feitura de símbolos mágicos. O Manual de Munique, atribuído por alguns a Roger Bancon – famoso padre e filosofo Inglês – ( 1214 – 1292), descreve formas de invocação de demónios, deixa avisos sobre as formas pelas quais os espíritos tentarão perturbar o conjurador, assim como dá indicações sobre os métodos para lidar correctamente com uma conjuração.
Houveram também outros poderosos Grimórios de magia negra inspirados em saberes hebraicos e arábicos na Idade media, como o Lemegeton e Liber Officiorum, onde se catalogam os vários reis, duques, marqueses e condes dos infernos.
Grimórios como estes, foram e ainda são usados na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra. Em muitos desses ancestrais grimórios, existe referencia ao demónio ASMODEUS ou ASMODAY.
O demónio Asmodeus aparece no livro apócrifo de Tobias, (3:8-17), e o seu nome advém da palavra aeshma, da língua Avéstica – uma língua da antiga Pérsia – , que significa «ameaça, perigo». Era por isso o demónio da ameaça e ou do perigo. Tomou-se conhecimento do demónio Aeshma no segundo milénio antes de Cristo, através de uma colecçao de hinos do Zoroastrismo chamada Gathas. Desde então que a humanidade ficou a saber da existência deste demónio.
O demónio Aeshma é responsável pelos impulsos que levam á bebedeira, pois ela abre caminho á sua entrada no homem.
No livro de Tobias, Asmodeus é o demónio que leva á morte sucessiva de 7 maridos de Sara, e fá-lo por ter ciúmes de Sara, que Asmodeus queria para sí mesmo. Assim se ficou a saber que o Demónio Asmodeus pode ser responsável pelo distúrbio dos relacionamento, e pela discórdia conjugal, tal conforme é dito no Testamento de Salomão (2:3).
Noutros escritos hebraicos, o demónio Asmodeus assume o titulo de “Rei dos Demonios”, e usurpa o trono do Rei Salomão.
Já nos ancestrais livros secretos de magia negra ou Grimórios, o demónio Asmodeus assume o nome de Asmoday.
Na sua obra Demonolatry ( 1595), o célebre e influente demonologista Nicolas Remmy( 1530 – 1612), faz nota que Asmodeus é o demónio também conhecido como Samael, e é a contraparte de Lilith.
Já o notório demonologista Johanes Weyer ( 1515 – 1588), discípulo do célebre ocultista Cornelius Agripa ( 1486 – 1535), e autor do influente Pseudo Monarchia Daemonum , dá na sua obra bastantes detalhes sobre este demónio, associando-o ao Deus Pagão Persa Aêshma Daêva, embora haja autores que apontam o nome de Asmodeus como sendo de origem semita, e vindo na palavra hebraica «hasmed» que significa destruição. Ashema ou Aêshma é um demónio cuja a existência já remonta há mais de três mil anos, e era o demónio do desejo carnal, ou da luxuria. As tradições talmúdicas, implicam o demónio Asmodeus na origem do estado de embriaguez de Noé.
Na obra Le Diable Boiteaux ( 1707), de Alain-René Lesage ( 1668 – 1747), Asmodeus era o demónio que revelava toda a verdade sobre a vida intima das pessoas, pois era conhecedor de todos os seus mais íntimos e ocultos desejos. De acordo com a Michaelis Hierarchy (1613) do padre Dominicano Sebastien Michaelis, Asmodeus era um dos príncipes Serafins do Céu, antes da sua queda. Os gnósticos dos primeiros tempos da cristandade, inspirando-se pela ordem de classificação de espíritos de Platão ( n. 429 aC), definiram a hierarquia dos anjos. A primeira e mais alta ordem angelical eram os serafins, a segunda os querubins, a terceira os tronos, a quarta os domínios, a quinta as virtudes, a sexta os poderes, a sétima os principados, a oitava os arcanjos, sendo a última de todas a nona ordem, que é a dos anjos. Antes da sua queda, Lucifer pertencia á primeira ordem dos Serafins, assim como Asmodeus. Diz que Asmodeus é o demonio adversário de são João Baptista. O Testamento de Salomão, é um relato do século X sobre a construção do templo e Salomão com a ajuda de demónios; o Liber Pentaculorum, que provavelmente é o mesmo que o tratado De Necromantia ad Filium Roboam que o padre Gretser, um Jesuíta Alemão encontrou na biblioteca do Duque da Baviera ; No Testamento de Salomão, Asmodeus aparece com o demónio que interfere nos assuntos do coração, especialmente nos recém-casados, ou naqueles que estão para se casar, ou até em quem deseja outrem que é casado. Asmodeus foi um dos demónios que possuiu a freira Madeleine Bavent no célebre caso das possessões demoníacas ocorridas no convento de Louviers em 1642-43.
No Grimório medieval «A chave de Salomão», ele lidera o génios/Jinns/Genii da ira e sedição, da insurreição, da rebelião, das revoluções e das revoltas, nesses casos assumindo o nome de Samuel, o Negro. Diz-se que aquando da rebelião de Lúcifer contra o seu Pai, Asmodeus foi um daqueles que tomou o lado do anjo rebelde, e apoiou fortemente a insurreição celestial, a revolta que resultou na queda de um terço dos anjos do céu.
Porem, a verdade é que Asmodeus seria para sempre conhecido como o demónio da Luxuria, a quem trabalhos de magia negra devem ser endereçados em casos amorosos ou eróticos, seja para unir homem e mulher através do irresistível desejo carnal, ( como Asmodeus seduziu Eva depois dela ter sido expulsa do paraíso, levando-a ao adultério para com Adão), seja para os separar através da discórdia conjugal ( conforme Asmodeus conseguiu separar e afastar os 7 maridos de Sara, tal como revelado no Livro de Tobias)
O ocultista francês do século XIX Jacques Auguste Simon Collin de Plancy, indica-o como tendo sido o demónio que seduziu Eva já depois dela ter sido expulsa do paraíso, e com ela ter tido relações carnais, e assim ser o verdadeiro pai de Caim, sendo esse o verdadeiro e desconhecido motivo pelo qual Deus tanto se desagradou com Caim, e preferiu Abel. Asmodeus terá agido com aliança com Lilith, pois quando Adão e Eva se separaram durante algum tempo, foi Lilith que por seu lado seduziu Adão, com ele mantendo relação de fornicação e luxuria, e dele engravidando, dando origem uma descendência que era uma linhagem de demónios. Asmodeus foi tido por isso como amante de Eva, bem como amante de Lilith, juntamente com Lúcifer.
Asmodeus era por isso a divindade Persa conhecida por Aeshma, que os hebraicos viam como o demónio causador dos problemas conjugais entre homem e mulher, seja fazendo por impedir e atrapalhar as relações carnais entre ambos, seja promovendo o adultério. Era também o demónio da luxuria. A este demónio agrada-lhe incorporar num carneiro, num touro ou num homem másculo, soberbo e viril.
Asmodeus por vezes manifesta-se na forma de um homem que coxeia ligeiramente, ou de um cavalheiro que caminha com a ajuda de uma vara ou de uma elegante bengala. O coxear tem origem num episódio sucedido com o demónio Asmodeus, e que é relatado na obra de Alain René le Sage, ( 1668 – 1747), Le Diable Boiteux ( 1707), no qual consta uma lenda que diz que Asmodeus teve uma disputa com o demónio Pillardox, o demónio do lucro e patrono dos penhoristas, sobre a alma de um jovem parisiense. Pillardox venceu a luta aérea, derrubando Asmodeus para o chão conforme o Deus Júpiter derrubou o Deus Vulcano, que também ficou a coxear.
Antigos grimórios de magia negra, apontam este demónio como sendo o adequado para se dirigirem trabalhos de magia negra de assuntos amorosos, assuntos de luxuria, assuntos para amarração de casais ou separação de casais, e até assuntos de retribuição ou vingança. Sabendo as ancestrais e secretas formulas ocultas para invocar a Asmodeus, as bruxas e bruxos tem deste sempre celebrado os mais fortes trabalhos de magia negra.
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