Magia negra e o demónio Pan
Pan – demónio rei dos Incubbus, ao passo que Lilith é a rainha dos Sucubbus. Pan é um demónio que ficou conhecido na religião da antiguidade Grega como o Deus da natureza, dos pastores e dos rebanhos, da musica, do vinho, e da companhia das mulheres, ou seja, dos prazeres carnais.È também o demónio que inspira tanto a teatralidade como a critica satírica. Na religião romana foi chamado de Fauno, e a sua esposa era a Deusa Fauna. Pã era um Deus pastoral e da pastorícia, um espírito campestre e rústico que assumia a forma de um bode ou um humano com características de bode nas suas feições, com cornos e cascos ao invés de pés. De Pã contava-se a historia de como ele seduziu a Deusa Selene – a Deusa da Lua, uma das formas que o demónio Lilith assume – , pois ele tendo a aparência de um bode, cobriu-se com uma pele de ovelha para enganar a Deusa, leva-la para o campo, e ali toma-la por amante. Pã é um demónio de luxuria, sendo que foi ele que ensinou aos homens a pratica da masturbação. Durante a idade média pã foi venerado pelas bruxas europeias como um Deus cornífero, um Deus de virilidade, de masculinidade, de fertilidade e representativo da potencia sexual masculina, o Deus macho que é o consorte da Deus fêmea. As bruxas celtas veneraram-no como Cernunnos, o Deus cornífero, o Deus da fertilidade, da vida, dos animais, da riqueza, e do submundo ou o mundo subterrâneo dos mortos e dos espíritos.O nome «cernunnos» provem da palavra «cornífero», que para a cultura celta era símbolo de poder, de riquezas, de masculinidade e de virilidade. Nalguns rituais de bruxaria, o demónio Pã ou Cernunnus podia incorporar e encarnar num bode negro que assistia ás celebrações pagãs das bruxas,( como o Sabbat), por vezes copulando com as bruxas, outras partilhando ensinamentos ocultos, e sempre fazendo-as renunciar ao Deus Hebraico-Cristão. Contam também antigos relatos de bruxas, que o demónio cornífero as pode visitar nocturnamente no sono, seduzindo-as, satisfazendo-as com luxurioso prazer, e possuindo-as. O Malleus maleficarum (1486), indica os faunos e sátiros como sendo demónios Incubus. Na França da Antiguidade, tais demónios eram chamados de Dusii. Entre os antigos povos gauleses, o Dusii ou Dusios era a divindade que os Gregos conheceram como Pan, ou os Faunos da religião Romana.
Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra. Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, Remy faz nota que «os antigos pensavam que o Deus Pã era o causador de terrores repentinos e medos inesperados». Pamphilus Eusebius ( 263 – 339) escrevendo para o Bispo Teodoro, relata uma historia do historiador e filosofo Plutarco ( 46 d.C), sobre o Deus pagão Thamus ou Ammon, e ali inclui todos os demónios com o nome de Pan.
O demónio Pan foi venerado pelos antigos Gregos e Romanos com o Deus na natureza, o Deus cornífero em forma humana, que era da cintura para baixo era um bode. O Deus pagão Pan com o seus cornos, metade homem e metade bode, envolvido com as ninfas nuas no meio da floresta em ritos orgiásticos e místicos, é na verdade como o Diabo celebrava o Sabbat com a suas bruxas antes do Cristianismo, e como o continuou a celebrar depois. Pan é o Deus pagão da natureza, o que é uma forma de ver o assunto.
Na verdade, Pan é o Deus pagão da terra e de todas as coisas que existem na terra, que nascem da terra, que habitam sobre a terra, e também as que estão por debaixo da terra sejam mortas ou sejam ocultas, ou seja, é a própria definição de Satanás. As bruxas sabiam-no, e por isso, apesar do Cristianismo se ter espalhado pela Europa e quatro cantos do mundo, porem elas continuaram a venerar o Deus Pan como sempre o haviam venerado desde o início dos tempos. A identificação do Deus Pan com o próprio Diabo fica bem explicita na lenda registada na obra «De Oraculorum Defectu» , um diálogo de Plutarco, onde li se conta que naquele momento em que Jesus morreu na cruz, o véu do Templo de Jerusalém rasgou-se sem que ninguém lhe tocasse, e ouviu-se uma voz dizendo «O grande Deus Pan foi vencido», numa nítida alusão ao Diabo. O Deus Pan, em certos aspectos, está profundamente ligado ao Demónio Baphomet, e há demonologistas que afirmam que são duas formas diferentes do mesmo demónio se manifestar aos humanos. A palavra «Pânico» deriva do Deus pagão Pan, pois quando o espírito se manifestava e aparecia visivelmente aos homens, estes fugiam com medo. E o medo, as assombrações, os temores, as aparições e todas as desinquietações que espíritos demoníacos e espíritos do mundo do Além-Túmulo causam neste mundo, é a forma como o Deus Pan age quando invocado num trabalho de magia negra. Uma vez conjurado, este demónio causa fortes assombrações, temíveis aparições e todo o tipo de aflições, até que a vítima de um bruxedo ceda ao que a bruxa pretendeu com esse malefício. Cedendo, acabam-se as aflições. Porem: teimando em resistir ao bruxedo, então as assombrações, tormentos e aflições insistirão em perseguir a vítima até ao ponto da sua desgraça. È por este meio de operam as bruxarias de magia negra, assim como é desta forma que trabalham as amarrações. Por isso mesmo, este Demónio é invocado nas mais fortes amarrações de magia negra, pois conforme ele desnudava as suas bruxas e as perseguia, assombrando-as pelas florestas dentro até que elas cedessem e se entregassem ao demónio, pois o mesmo este demónio vai fazer á vitima de uma amarração de magia negra, até que essa se entregue a quem a andou embruxar.
Também a palavra «Pandemónio» está associada a este Deus pagão, significando em Grego «todos os demónios», e revelando por isso como o Pan, na figura do Diabo, é o Rei e Senhor de todos os demónios do Inferno, gerador e causador dos maiores pandemónios neste mundo, através a bruxaria e magia negra. No seu uso vulgar, a palavra é aplicada a quando há uma situação que se assemelha a uma assembleia infernal ou uma tumultuosa reunião de demónios que se reúne para promover desordem e caos, e aquilo que está subjacente á expressão, é que é Pan, que é o Diabo, que preside a essa corte demoníaca, e a essas ocorrências. E é justamente dessa forma que o demónio Pan age na vítima de um trabalho de magia negra: infestando-a de toda a espécie de assombrações, de espíritos, de aparições, de perturbações, de tumultos, até que a vitima ceda á finalidade do bruxedo. Cedendo, então os tormentos cessam. Porem, teimando em resistir, então os tumultos e pandemónio espiritual persiste a castigar a vítima, até ao ponto da sua desgraça. Seja como for, a vitima nunca mais se livrará do bruxedo, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais. Não há escapatória. Este demónio, tal como o demónio Baphomet, preside aos Sabbat das bruxas, e nessas ocasiões é invocado na celebração dos mais fortes trabalhos de magia negra.
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