Magia negra e possessões demoníacas

Magia negra e as possessões demoníacas

«É uma estupidez da civilização moderna ter desistido de acreditar no diabo, quando ele é a única explicação para a mesma existir.»

Padre Ronald Knox

A bruxaria e a magia negra lançadas por bruxos de verdade, funcionam essencialmente através de maldiçoes e possessões demoníacas. Seja em casos de amarrações de pessoas, ou de separações de pessoas, ou de afastamentos de pessoas indesejáveis, ou de vinganças, etc…os trabalhos de magia negra operam através da infestação de espíritos de trevas e de maldiçoes de magia negra. – Veja também: como funciona a bruxaria

Há célebres relatos históricos que atestam da ocorrência de graves possessões demoniacas, assim como da ligação entre as possessões e a bruxaria. Um desses casos ficou documentado através da obra e investigações de Pierre de La Lacre. Pierre de La Lacre era um jurista francês que viveu no século XVI ( 1553 -1631), e que esteve ao serviço do rei Henrique IV de França. Pierre de La Lacre entrou em contacto com o fenómeno das possessões demoniacas enquanto consequência da bruxaria, quando visitando Roma, ali viu uma jovem rapariga possuída pelo demónio, que no decorrer um ataque demoníaco foi transformada num rapaz diante dos seus olhos, e mudou completamente a sua fisionomia e a sua voz. Tal era a força da entidade demoníaca que infestava o corpo da criança, que lhe conseguia fazer – para grande agonia da vítima – a carne e os ossos estalarem, esticarem-se, retorcerem-se, contorcerem-se, e moldarem-se em várias formas. A jovem chegou mesmo a colocar-se em formas corporais impossíveis a um ser humano, senão causando-lhe fracturas fatais nos ossos. Em certos momentos a jovem levitou, e noutros subiu pelas paredes como uma aranha ou um lagarto. As suas feições chegaram a ficar completamente demoniacas, e a sua voz soava masculina, e ecoava cavernosa, como vinda das profundezas do Inferno. A visão foi de tal forma perturbadora, que o jurista dedicou-se a estudar o fenómeno da bruxaria. Em 1609, o rei Henrique IV confiou-lhe a missão de estudar oficialmente o assunto, e procurar por bruxas. Para contradizer as vozes que afirmavam que as bruxas, a magia negra e as bruxarias eram apenas fantasias, delírios e histeria em massa, La Lacre documentou todos os seus encontros com bruxas. Muitos são os relatos de La Lacre onde se pode constatar ter visto ou ouvido aquilo que sucedia nos Sabbats das bruxas, reuniões satânicas onde as bruxas se ajoelhavam diante do Diabo que apareciam incorporado num homem ou num animal, e renunciavam á fé cristã, e honravam o seu amo com expressões como «Grande Senhor, que eu adoro, venero, e me submeto». Nesses Sabbats negros, ocorriam baptismos satânicos de novas bruxas e bruxos, assim como ritos de veneração e fidelidade a Satanás, seguindo-se festins de impura lascívia. Grande foi porem o espanto de La Lacre, quando descobriu que muitos dos bruxos eram na verdade padres, e que muitas das bruxas eram ou freiras, ou mulheres que já sendo bruxas então tinham seduzido os padres para os corromper. Na verdade, La Lacre – para sua grande surpresa – e descobriu uma verdadeira legião de padres satânicos e freiras satânicas habitando dissimuladamente no próprio seio da igreja. Tais eventos foram descritos em obras como «Tableau de l’inconstance des Mauvais Anges» de 1612, «L’incredulité et Mescréance du Sortilege», de 1622, e « du Sortilege» de 1627.

Também o caso das freiras de Cambrai, foi um dos primeiros casos na Idade Media a chamar a atenção para a realidade das possessões demoníacas, assim como para os trabalhos de magia negra feitos por bruxas, e que causavam tais infestações demoníacas nas suas vitimas. Foi igualmente um dos primeiros casos a chamar a atenção da Igreja para a existência de freiras satânicas e padres satânicos no seio da própria instituição.  O caso sucedeu em 1491, num convento de Cambrai, uma localidade e França. Várias freiras começaram misteriosamente a manifestar súbitos ataques de sintomas que eram típicos sinais de possessão demónica. Algumas freiras rugiam como animais selvagens, com urros completamente desumanos e feições animalescas; outras conseguiam prever o futuro com tal clareza e acerto, que pasmava até o mais céptico dos descrentes;  outras, apesar da sua frágil compleição física, manifestavam uma força sobre-humana, acima mesmo de 20 homens juntos; outras assumiam posições corporais impossíveis a um ser humano; ao mesmo tempo, o convento começou a ser assombrado por sinistros espectros escuros como trevas, que apareciam e desapareciam fantasmagoricamente; Foram conduzidas investigações, sendo que descobriu que uma das freiras de Cambrai havia sido abordada e seduzida pelo diabo, tendo corrompido os seus votos, e tendo-se entregue lascivamente ao demonio, com ele celebrando Pacto. Dessa forma, a freira havia-se transformado numa bruxa, e era por isso uma freira satânica. Tendo celebrado inúmeros ritos de magia negra e bruxarias dentro das paredes do convento,  a bruxa acabou por atrair tamanhas forças demoníacas para aquele espaço, que resultou na infestação demoníaca de outras freiras. Havendo tais eventos chegado ao conhecimento do Papa Inocêncio III ( 1432-1492),  , este emitiu uma bula advertindo para o crescente perigo da magia negra e das bruxas, inclusivamente dentro da própria Igreja.

No reinado da rainha Elisabete I de Inglaterra ( 1533 – 1603)., havia uma nobre a abastada família de nome Throckmorton – Robert e Elisabeth Throckmorton – que habitava num casarão na vila de Warboys. Foi por volta dos anos de 1593, que estranhos eventos começaram a ocorrer nesse casarão. Primeiro ocorreu a súbita doença de uma das filhas do casal, de nome Jane Throckmorton. Os médicos investigavam, realizam analises, faziam testes, tentavam medicações diferentes, e porem não conseguiam explicar o agravamento do estado de saúde da jovem. Seguidamente mais duas irmãs de Jane também adoeceram com estranhos sintomas, pois para alem de apresentarem um estado febril, havia momentos em que falavam línguas estranhas, assim como os seus corpos pareciam ser tomados por uma força invisível que os dobrava e retorcia de formas impossíveis ao esqueleto humano. Certa vez, uma das irmãs caminhou sobre mãos e pés, porem de costas dobradas para o chão, a cabeça torcida ao contrário no pescoço, e chegou mesmo a trepar uma parede como se de uma aranha se tratasse, tudo contra as leis naturais que regem o corpo humano. A jovem manifestava também expressões distorcidas, num rosto deformado e demoníaco, assim como uma voz masculina, cavernosa e aterrorizante. Por último, a mais nova das irmãs de nome Joan Throckmorton, uma jovem de quinze anos, começou a sofrer terríveis sintomas de possessão demoníaca e bruxedo. Certa vez foi arrancada para fora a sua cama por uma força invisível, outra vez foi atirada num corredor, assim como sentada numa cadeira que depois se mexeu sozinha de um lado ao outro de um grande salão, diante dos olhares estupefactos e horrorizados da família. Depois desses sinistros eventos, a situação ficou ainda mais sinistra, e um espírito demoníaco começou a comunicar abertamente com Joan, dizendo-lhe que dentro em breve mais pessoas estariam embruxadas e vitima de possessão naquela casa. E de facto, assim aconteceu. Passados dias, várias empregadas começaram a manifestar os mesmos sintomas. Começou-se também a observar que tanto as empregadas atingidas pelo bruxedo, como as irmãs possessas, evidenciavam uma grande aversão a imagens religiosas, á Bíblia, e até mesmo a mera tentativa de recitar orações cristãs as fazia vomitar a jorros incontidos. Assim se concluía com base nas evidencias dos factos, que aquele casarão estava mesmo assombrado, e fora vítima de um trabalho de magia negra que causou aquelas perturbadoras e violentas possessões demoníacas. Soube-se então que a autora do bruxedo tinha sido uma mulher de nome Alice Samuel, uma temida bruxa naquelas paragens.

No seu «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) – um célebre ocultista e demonologista Francês – fala sobre um célebre caso de possessão demoníaca. O caso ocorreu em 1626, num convento Ursulino em Londres. Por volta desse ano, o convento começou a ser assombrado por espíritos e entidades demónicas. Os casos de aparições demoníacas foram-se intensificando até 1630, altura em que já não era possível ignorar as aparições nem de descarta-las enquanto ilusões ou alucinações, pois algumas freiras do convento começaram a manifestar graves sinais de possessão demoníaca apos terem participado em ritos de magia negra celebrados por um célebre padre de nome Urbain Grandier. As freiras começaram a falar em línguas que desconheciam com temíveis vozes masculinas que mais pareciam animalescas, exibindo faces demoníacas, e os seus corpos contorciam-se de maneiras impossíveis, andando elas com pés e mãos simultaneamente, porem de costas voltadas para o chão e as cabeças invertidas no seu pescoço, numa contorção fisicamente impossível a uma pessoa viva. A verdade é que o padre Grandier tinha cedido aos chamamentos do Diabo, havendo profanado os seus votos e celebrado pacto com o Demónio, tornando-se assim um padre satânico. O seu pacto é famoso, e envolveu a participação de Satanás, Beelzebub, Asmodeus, Astaroth e Leviatã. Assim se atestavam que os trabalhos de magia negra causavam fortes infestações demoníacas. Nas possessões demoníacas, os demónios infestam, assombram e atormentam espiritualmente a sua vítima, noite após noite, num purgatório de aflições espirituais. O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948),  ao debruçar-se sobre o assunto das possessões espirituais, faz nota que muitos foram os exemplos de santos que foram infestados de possessões espirituais. São Jerónimo (347- 420) descreveu que São Hilario (310 – 368) era nocturnamente visitado por demónios que se lhe manifestavam na forma de mulheres nuas para despertar a tentação; Santo António, o grande (251 – 356) era visitado pelo demónio na forma de um donzela, para o afligir com tentações; Santa Margarida de Cortona (1247 – 1297) andava para trás e para frente na sua humilde cela, enquanto o Diabo a seguia murmurando-lhe e cantando-lhe musicas obscenas e indecentes versos, acompanhados que eram pelas lágrimas da santa que orava a Deus, rogando-lhe protecção. Vários são os exemplos historicamente documentados destes casos de possessões demoníacas, e é justamente desta forma que actuam as possessões demoníacas e assombrações causadas por um trabalho de magia negra, especialmente nas amarrações. Os demónios infestam a vítima da bruxaria, para depois a assombrarem noite apos noite com flagelos e padecimentos infligidos á sua alma, e esses flagelos não cessarão senão quando a pessoa ceder ao objectivo do bruxedo. Cedendo, os tormentos cessam. Porem: teimando em resistir ao bruxedo, então os padecimentos persistem sem cessar, sempre aumentando paulatinamente. Seja como for, a vítima do bruxedo nunca mais se livra da bruxaria, nem da pessoa que a mandou embruxar. Nunca mais.

Possessões demoníacas e a Ciência 

Há quem confunda estados de doença mental com os efeitos da possessão demoníaca. Porem, embora haja efeitos parecidos, as origens de ambos os fenómenos são distintas. Embora a origem da palavra louco ou loucura seja de origem muito controversa, alguma atribuindo-a a expressões árabes que se perderam no tempo, porem em Inglês a sua etimologia torna o assunto mais esclarecedor. Em Inglês, a loucura expressa-se na palavra Mad, ou Madness. A palavra tem raízes no grego man, men, e referia-se a alguém cuja a mente estava influenciada por demónios, ou havia sido atingida por uma divindade, e que depois foi tomado pelo Latim na forma de Manes, pois os Romanos acreditavam que um louco era alguém possuído pela Deusa Mania. Em português, foi dessa raiz que se acabou por gerar a palavra Maníaco. O estado maníaco e de loucura estava profundamente ligado ao culto do Deus Dionísio e da Deusa Cibele. Os estados maníacos ou de demência, também podiam ocorrer por castigo de uma divindade ou demónio, quando uma pessoa falhava na sua veneração ou promessas para com essa entidade. Outras vezes, tratavam-se de estados mentais alterados temporariamente por consequência da possessão de uma pessoa por uma divindade ou demónio, no decorrer de uma cerimonia, ou celebração, ou ritos de culto. Assim, esses estados de demência eram encarados como consequência da possessão de Deuses ou Deusas, ou de demónios ou demonizas. Areteus,( século I d.C),  um do mais notórios médicos da Grécia Antiga, na sua obra Di Signis Chronicorum Morburum, descreve como a musica melodiosa podia ajudar pessoas que sofriam de possessões demoníacas. Curiosamente, o mesmo método é descrito na Bíblia – no primeiro livro de Samuel, capítulo dezasseis, versos quatorze a vinte-e-três – quando David foi chamado para tocar harpa ao rei Saul, que havia sido perturbado por espírito enviado por Deus. Dessa forma, há muito que se encontra historicamente documentado que certo tipo de obsessões e perturbações não derivam de estados patológicos que tenham que ver com a medicina, mas sim de influências espirituais malignas.

Nos dias de hoje, os demónios, o diabo e as possessões demoníacas tendem a ser por muitos catalogadas enquanto apenas meros episódios provenientes de doenças mentais, e logo atirados para o fundo da gaveta das doenças psiquiátricas, relegados como superstições e crendices, resquícios de crenças ignorantes de tempos idos e esquecidos. Porem, aqueles que lidaram directamente com tais fenómenos de possessões demoníacas, de assombrações e demónios… esses já tem uma opinião bem diferente.

Os psiquiatras dr. M. Scott Peck e dr Richard E. Gallagher, ambos chegaram á conclusão que o fenómeno é real, seguindo-se a inevitável conclusão de quem devem mesmo haver demónios e o Diabo. Escreveu o dr Peck, depois de ter entrado em contacto com um caso real de possessão demoníaca: «Eu nunca mais duvidei da existência do Diabo». Já o dr  Gallagher afirmou «Ate aqueles que duvidam que  o fenómeno exista, poderão convir que este exemplo é bastante persuasivo», e ao afirma-lo, mostrou documentação e provas que atestavam de casos em que sucederam os mais inexplicáveis e sobrenaturais eventos, tais como levitação de pessoas e objectos, psicocinese e clarividência. Tais casos foram apresentados na New Oxford Review, em Março 2008, num artigo com o titulo «A Case od Demonic Possession» – «Um caso de possessão demoníaca»

Depois de anos a trabalhar em casos de pessoas com graves perturbações, também o professor Rex Beaber – professor de medicina na Universidade da Califórnia – , começou a chegar á conclusão que – de facto – existem forças ocultas e de trevas que agem no ser humano.

A psiquiatria nos dia de hoje, cataloga as possessões enquanto «ataques relacionados com stress», e «estados dissociativos a que se lhe associam manifestações físicas categorizadas enquanto convulsões psicogénicas, não-epiléticas». Porem, na verdade nem todos os psiquiatras concordam ou subscrevem este diagnostico. Com uma carreira de longos anos de experiência, o Dr Arthur Guirdham afirma abertamente que «as pessoas que insistem que a possessão demoníaca não existe, é porque nunca viram nenhuma; Ou se viram, é porque estão de tal forma cegos pelo preconceito, que perderam temporariamente a capacidade de formular juízos fundamentados.»

Logo: são cada vez mais aqueles que tendo entrado em contacto directo com os fenómenos da possessão demoníaca e da magia negra, chegam á inevitável conclusão que se trata de uma realidade.

Como funcionam as possessões demoníacas causadas por magia negra

As maldiçoes de magia negra, uma vez lançadas pelos bruxos sobre as suas vítimas, levam-nas a serem possessas de espíritos de trevas, assombrações e aparições. Esses espíritos de trevas vão em espírito agir, castigar e fustigar no espírito ou na alma da vítima, até que a criatura fustigada ceda àquilo que se pretende, e caso não ceder, então a maldição ali persista insistindo e castigando até ela ceder, ou então acabar em desgraça. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.  Claro que a vítima de um trabalho de magia negra  não tem consciência que está a ser em espírito – noite após noite – sendo assombrada por espíritos de trevas e aparições, pois caso contrario alarmar-se-ia, e iria procurar livrar-se do bruxedo. Por isso mesmo, os bruxedos de magia negra agem sempre paulatinamente, passo-a-passo, degrau-a-degrau, infestando silenciosamente a sua vítima, entrando sorrateiramente, alastrando-se silenciosamente, sem que nada seja veja de alarmante. Isso sucede assim, pois caso contrario as pessoas á sua volta poderia aperceber-se que a vitima está a ser infestada de bruxedo ou possessão demoníaca, e iriam levar a vitima a recorrer dos remédios da igreja, dos exorcismos, etc. , para assim se livrar da influencia de Satanás, acabando por interferir na bruxaria, e não é isso que se pretende.

Por isso mesmo, um trabalho de magia negra opera sempre pela calada do segredo, agindo como uma daquelas doenças que apenas se notam quando já é tarde demais. Trata-se por isso de um processo inconsciente, no qual noite após noite a pessoa é assombrada por aparições e espíritos de trevas, porem quando a pessoa acorda no dia seguinte… ela não tem memoria de nada, senão por vezes de ter tido um pesadelo, ou lembrar-se se pequenos fragmentos sobre algo ruim que viu ou sentiu, ou até sentir-se acordar com uma sensação ruim, um mau pressentimento. Por isso mesmo é que a dada altura, a pessoa embruxada – sem sequer saber porque motivo – acaba por ir fazer isto ou aquilo, conforme a bruxaria mandou que ela fizesse, e ás vezes para grande surpresa das pessoas que a rodeiam, e que não estavam nada á espera de uma virgem de  comportamento tao inesperada, insólita e inusitada. Mas quando isso acontece, já é tarde demais: a possessão já tomou conta da pessoa a um nível, que ela – sem saber como, nem porquê – , mudou conforme a bruxaria desejava. Se porem ela não ceder, então a possessão persistirá castigando e fustigando na vitima, até ao ponto da sua desgraça. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Vários notórios demonologistas e célebres teólogos consubstanciam esta realidade, das possessões induzidas por bruxedos operarem essencialmente á noite, através de assombrações e padecimentos. Nicolas Remy( 1530 – 1612), foi um demonologista Francês que presenciou pessoalmente vários casos verídicos de bruxas, bruxaria e trabalhos de magia negra.  Com as conclusões que retirou das suas experiências e observações, Nicolas Remy escreveu a obra «Demonolatreiae», publicado em 1595. Na sua obra Demonolatreiae, no seu Capitulo IV, Remy faz nota que «Os bruxedos das bruxas frequentemente abordam e assombram o homem á noite, quando eles estão desprevenidos e a dormir.» O mesmo afirmou são Agostinho ( 354 – 430 d.C), no XXI livro da sua obra «A Cidade de Deus».

Há quem pergunte: «mas como é que isso é possível ?»

Porque dentro de cada um de nós habita um espírito, que é aquilo que nos dá vida. Porem, esse espírito sobrevive á morte do corpo. Aliás, na verdade a morte do corpo ocorre justamente quando esse espírito abandona definitivamente este invólucro de carne e osso a que se chama «corpo». Porem, enquanto o espírito habita num corpo – quando um espirito está a residir temporariamente num corpo, chama-se-lhe de «alma» – , o nosso cérbero não tem consciência daquilo que a alma faz ou vive, da mesma forma que o nosso coração bate, e porem não temos de ter consciência disso, nem precisamos de estar a pensar nisso, para que o coração bata. O coração bate por uma ordem do cérbero enviada através da coluna vertebral, e porem tudo se processa inconscientemente. Pois igualmente, o nosso cérbero relaciona-se com a alma da mesma forma: ela está lá, e porem o cérbero não tem consciência disso, nem tem que pensar nisso para que a alma exista e cumpra com a sua função, da mesma forma como assim sucede com o fígado, com os rins, que não requerem que andemos a pensar neles, nem saber sobre eles, para eles estarem a funcionar e cumprirem com as suas funções naturais.

Ora, á noite quando a alma está mais «solta» da influencia do corpo – pois estamos a dormir – , ela pode ser visitada por espíritos, por espectros, por influencias ou entidades astrais, e viver experiências reais, e porem o nosso cérbero – quando acordamos – não tem qualquer memoria disso, ou tem apenas memorias muito fragmentadas e residuais, coisas parecidas com «pedaços» de sonhos. È nesse momento que os espíritos de trevas mais agem, mais influenciam e mais fustigam na alma da pessoa embruxada, ali impondo-lhe um purgatório de tormentos, até que a alma fartando-se de estar aprisionada e sofrendo, vá influencia pessoa a – sem sequer saber porque motivo – ir fazer isto ou aquilo. Acaba por ser assim que a pessoa é todas as noites abordada e possuída por espíritos, até que faça conforme uma bruxaria pretende. Claro que se a pessoa resiste, a possessão vai aumentando gradualmente, até ao ponto em que começa a ser verdadeiramente insuportável, e começa a causar graves danos á criatura embruxada por um trabalho de magia negra. Nesses casos, a seu tempo, passo-a-passo e paulatinamente, as aparições começam-se a manifestar de forma mais visível e violenta – mesmo quando a vitima está acordada – , e as perturbações típicas de uma possessão começam-lhe a suceder, e esse tipo de padecimentos pode levar uma pessoa ao ponto de uma desgraça. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

E há exemplos historicamente documentados, de que uma possessão demoniaca induzida por um bruxedo funciona assim. Por volta dos anos de 1587, havia uma bruxa de nome Margareta Luodman, na localidade de Vergaville, que lançou uma forte amarração a um casal, e por isso todas as noites a assombração do espírito de uma bruxa já morta invadia o lar daquele casal, enquanto eles dormiam. O espírito da bruxa morta assombrava os sonhos do casal, assim como causava barulhos atemorizantes, fazia mexer objectos, e até se manifestou na forma de uma aparição. Com o espírito da bruxa morta vinham vários pequenos demónios, que causavam todo o tipo de eventos inexplicáveis no lar, pois que quando a dona da casa se levantava de manhã, a cozinha estava completamente desarrumada, e as mobílias colocadas em sítios diferentes, ou até mesmo invertidas. Os crucifixos da casa quebravam-se ou invertiam-se nas paredes, e as imagens religiosas apareciam caídas no chão ou partidas. Certa vez, o esposo foi agarrado pelos tornozelos, e arrastado para fora da cama por uma presença invisível, ao passo que os lençóis eram arrancados do leito. As provações e tribulações insistiram e persistiram até ao ponto do homem abandonar o lar, e o casal separar-se, deixando caminho aberto para a mulher que tinha requisitado a amarração á bruxa Margareta. E depois disso, o homem acabou casado com a mulher que lhe encomendado a amarração. Na região da Lorraine germânica, por volta dos anos de 1586, havia também a famosa bruxa Hennezel, uma jovem ninfa de beleza angelical, que porem produzia a mais forte magia negra. Para assegurar que as suas vitimas caiam num profundo sono enquanto eram invadidas pelo bruxedo, e que quando acordassem a sua mente não tivesse recordação dos padecimentos que a sua alma esteve a sofrer, a jovem bruxa Hennezel usava um boneco antes baptizado com o nome da vitima, o qual ungia um unguento de magia negra na cabeça, na boca, nos ouvidos e nos olhos. Dessa forma, a vitima não abriria os olhos durante o sono, não falaria para gritar por ajuda do durante o sono, não escutaria quem a quisesse acordar, e não teria memoria nenhuma dos padecimentos que a sua alma aprisionada pela amarração esteve a  sofrer durante a noite. Desse forma a vítima do bruxedo era todas as noites castigada e fustigada por temores, visões, assombrações e padecimentos, sempre a insistir para que se fosse entregar a quem lhe mandou amarrar. Quando acordava, a vítima não tinha memoria nem recordação dos tormentos, para não suspeitasse que estava sob influencia de bruxedo, e porem a sua alma lembrando-se dos padecimentos, passava os dias a ser tentada a ir ceder a quem a mandou amarrar. E tanto este conflito e esta tortura perdurava, até que a vítima de amarração acabasse por se ir entregar a quem a mandou amarrar, sem sequer saber qual o motivo da sua cedência. Porem, teimando em resistir, então os castigos perduravam a atormentar a vítima, até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder.Era assim que funcionavam estas fortes amarrações, como é assim que funcionam as amarrações de magia negra. A jovem bruxa Hennezel costumava dizer que era como se os seus demónios assassem a sua vítima viva, todas as noites, noite após noite. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Um outro caso que comprova como as bruxarias operam infestando a vitima com possessões demoníacas, ocorreu em 1671, a bruxa Elisabeth Knap de Long Island atraiu as atenções da população quando embruxou uma mulher de tal forma, que a vítima do trabalho de magia negra começou a sofrer de impressionantes sintomas de possessão demoníaca, nos quais chegaram a ser precisos seis homens para segurar na frágil mulher. Algumas das vezes, a mulher levitou de tal forma quando deitada no seu leito, que a própria cama se ergueu do soalho sem ninguem lhe tocar. Elisabeth Knap era uma bruxa que tinha feito Pacto com o Diabo, e tinha dirigido fortes trabalhos de magia negra a várias pessoas que acabaram inexplicavelmente doentes. Muitas delas, devido a amarrações nas quais o homem ou a mulher amarrados teimaram em resistir á vontade do bruxedo, e quanto mais teimavam… mais sofriam, e mais fragilizados ficavam. E por isso, a pessoa embruxada não tinha alternativa senão ceder. E cedia sempre. A bruxa lançava trabalhos de magia negra impiedosos, e era por isso temida por muitos, e porem abundantemente requisitada por outros.

Outro caso que comprova a forma como as  as bruxarias infestam uma vitima com possessões demoníacas, foi o caso das famosas bruxas de Connecticut foi Mary Johnson. Em 1647, a própria bruxa sempre admitiu ter sido visitada e seduzida pelo Diabo que lhe apareceu primeiramente incorporado na forma de um gato preto, e depois manifestando-se – através de possessão demoníaca – num homem. Johnson teve relações luxuriosas com o demonio, celebrando Pacto com o Diabo, e entregando-se aos caminhos da magia negra. O sangue usado na celebração de um pacto, torna-se sangue de bruxa, por contacto com o pacto. Usando de gotas do seu próprio sangue com que havia celebrado pacto, derramadas no seu caldeirão onde eram mergulhadas efígies representativas das vítimas, e lançado o seu mau-olhado sobre as figuras que ardiam no caldeirão, a bruxa conseguia infestar fosse quem fosse de forte bruxedo. Era como se as labaredas do próprio inferno fossem chamadas a entrar nas criaturas embruxadas. Mary Johnson celebrou diversos trabalhos de amarração, uns dos quais afectou o bebé de um casal. Teimando o homem embruxado em resistir ao bruxedo, e não se separar da mulher, a maldição gerada pelo bruxedo acabou por enfraquecer a saúde do bebé do casal. Porem, assim que o homem se foi entregar á mulher que tinha encomendado a amarração, imediatamente todos os tormentos e padecimentos desapareceram e esfumaram-se, tão misteriosamente quanto tinham aparecido. O caso tornou-se célebre na altura, e a bruxa tornou-se tão lendária como temida.

Já a bruxa Julian Cox ( 1593 – 1663), foi uma notória bruxa Inglesa, que ficou celebre por lançar fortes trabalhos de magia negra. A bruxa Cox tinha um espírito familiar demoníaco incorporado num sapo, e as suas bruxarias tem temidas. Ouvia-se que quando a Cox recitava o Pai Nosso diante de uma igreja ou da Bíblia, a bruxa escarnecendo da palavra de Deus, alterava sempre uma das passagens da oração, mudando-a de «não nos deixeis cair em tentação», para «deixai-nos cair em tentação». Uma das suas vítimas, foi uma mulher que jovem mulher que todas as noites passou a ser assombrada por visões de espectros e aparições de mortos, de tal forma que com o passar do tempo, caiu num estado fragilizado que chamou a atenção das pessoas á sua volta. Assim se comprovava de que forma é que operam os bruxedos, ou seja: ou a vitima cede á intenção do bruxedo, ou então – resistindo-lhe e teimando em não ceder – , a vitima é assombrada e infestada de espíritos até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder.Não há por isso escapatória de uma bruxaria de magia negra. Nenhuma escapatória. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. E acaba sempre por ceder.

Um caso célebre que demonstra como os trabalhos de magia negra geram possessões demoníacas nas suas vitimas, foi o caso sucedido França, com a jovem Marie-Catherine Cadiére.( n. 1709). Marie-Catherine Cadiére era uma lindíssima jovem de dezoito anos, quando apesar da sua beleza decidiu entregar-se á vida religiosa. Decidiu integrar um grupo cristão de oração e devoção, para depois ingressar no convento de St Claire-d’Ollioules. Entregou-se então aos cuidados e orientação espiritual de um padre Jesuíta de cinquenta anos, de nome Jean-Baptiste Girard. Em pouco tempo a jovem e bela donzela de dezoito anos estava totalmente rendida ao padre Girard, privando com ele imenso tempo. Porem, a jovem começou a sofrer estranhos ataques espirituais. Marie-Catherine Cadiére estava a sofrer de uma forte possessão demoníaca. Sofria de episódios nos quais perdia o controlo sobre o próprio corpo, exibia olhos descolorados e feições demoníacas assustadoras, a sua voz mudava para a voz de um homem, e foi certa vez vista levitar até ao tecto, ou subir por uma parede como uma aranha. As autoridades da Igreja agiram imediatamente de forma a exorcizá-la, tentando por três vezes a libertação da jovem, porem sem sucesso. Foi durante um dos exorcismos, que o próprio demonio revelou a verdade: Marie-Catherine Cadiére tinha sido embruxada pelo padre Jean-Baptiste Girard. O padre era na verdade um padre satânico que havia corrompido os seus votos sacerdotais e feito pacto com o Diabo. Desejando possuir a jovem noviça, o padre Girard tinha-a embruxado por meios de uma amarração . A amarração funcionou impecavelmente, pelo que a jovem se entregou inteiramente ás caricias e lascivos desejos do padre satânico. Porem, havendo a jovem começado a resistir á continuação daquele relacionamento herético e proibido, então a possessão demoníaca causada pelo bruxedo aumentou a tal ponto, que o malefício se tornou visível diante de todos quando os sintomas de possessão demoníaca se tornaram muito evidentes. Porem, assim que a jovem Marie-Catherine se foi entregar ás caricias e luxuria do padre satânico, imediatamente todos os seus padecimentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente como tinham aparecido. Assim se comprovava aquilo que dizem os mais antigos grimórios de magia negra: as amarrações e as bruxarias fazem a vítima ser invadida de forte possessão demoníaca, por forma a obriga-la a ceder aos desejos do mandante do bruxedo. Cedendo a vítima entrega-se a todos os caprichos do mandante do bruxedo. Porem resistindo, a vítima sofre um purgatórios de tormentos até ceder, e teimando em resistir então os tormentos aumentam até ao ponto da sua desgraça. A pessoa não tem alternativa senão ceder.Assim operam as amarrações de magia negra. E uma coisa é certa: a vítima nunca mais se livra da bruxaria, nem da sombra de quem a mandou embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder.

Para saber mais, leia: PERGUNTAS FREQUENTES SOBRE AMARRAÇÕES

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Sobre as possessões demoníacas

A possessão demoníaca pode-se definir como sendo a invasão de um corpo por um espírito. Tanto pode ser um corpo humano, como um corpo animal, e tanto se pode tratar de um espírito de trevas ou demonio, ou a alma de pessoa já defunta e desencarnada deste mundo dos vivos. Há dois tipos de possessões: as involuntárias e as voluntárias. As bruxas são possuídas voluntariamente por um demónio ou espírito de bruxaria, através do Pacto que celebram com o demónio. Já as restantes pessoas, acabam por ser vítimas de possessões que não desejam nem controlam, muitas faz vezes por serem alvos de uma bruxaria, outras das vezes porque foram «brincar» com o sobrenatural, indo mexer em instrumentos do oculto por mera curiosidade, ou por brincadeira, sendo que tratar a demónios e almas de mortos com esse desrespeito, pode acabar por levar a graves danos, e até mesmo a fatalidades.

William Perkins ( 1555 – 1602) foi um notório demonologista Inglês, cuja a obra «Discourse of the Damned Art of Witchcraft» rivalizou com a obra de James I, a maio autoridade nos assuntos da bruxaria e magia negra nos inícios do século XVII. Perkins não tinha paciência para as vozes que negavam a bruxaria, e alegavam que a magia negra era uma fantasia. O demonologista não apenas comprovava solidamente a existência da magia negra e dos trabalhos de magia negra através da Bíblia, como a acrescia provas empíricas e concretas de observações feitas a casos reais e testemunhados. A sua obra «Discourse» foi publicada na Alemanha em 1610, e o seu pensamento rapidamente espalhou-se por toda a Europa. Praticamente noventa anos depois, outros demonologistas famosos como Cotton Mather ( 1663 – 1728) de Nova Inglaterra apontavam os estudos de William Perkins como referencias incontornáveis sobre a magia negra, a bruxaria, as bruxas, e os trabalhos de magia negra. Nestas obras destes demonologistas, pode-se observar que a  verdade é que todos os bruxedos e trabalhos de magia negra, acabam por produzir os seus efeitos através de maldiçoes e possessões demoníacas que são direccionadas e infligidas a uma certa criatura. Nesses casos a vítima é infestada e faz-se-lhe sofrer padecimentos e assombrações espirituais até que ela ceda aos objectivos do bruxedo. Cedendo as assombrações a padecimentos cessam, e porem teimando em resistir então os padecimentos e tormentos persistem a assombrar a vitima, aumentando paulatinamente, até ao ponto da sua desgraça, ou daqueles que ela mais ama. Não há escapatória, e é assim que operam as bruxarias. E por isso, a pessoa não tem alternativa senão ceder. Exemplo disso pode-se obter no notório caso das bruxas de Colonia, na Alemanha. O caso sucedeu entre 1625, quando se soube que a célebre bruxa de nome Catherine Henot tinha embruxado algumas freiras do convento de St. Claire. A verdade é que por consequência do bruxedo, as freiras manifestavam violentos sintomas de possessão demoníaca.

Normalmente a pessoa infestada de espíritos, costuma ser invadida apenas por um espírito. Porem, há casos raros em que a pessoa foi invadida por varias entidades. Em 1583, uma jovem rapariga de Viena foi observada por padres jesuítas, estava sob uma forte possessão demoníaca. Verificou-se que ela era possuída sucessivamente por vários demónios, havendo-se contado dezenas de presenças diferentes em momentos diferentes. Investigando mais profundamente sobre a causa daquela normalidade, descobriu que a avó da rapariga era bruxa, e mantinha consigo espíritos demoníacos familiares na forma de moscas, dentro de uma jarra, e que os usava em trabalhos de magia negra. A jovem foi involuntariamente afectada pelas actividades da avó, daí que manifestasse a presença de tantas e tantas entidades, o que não é normal.

Alguns dos casos mais graves de possessões demoníacas ocorreram em 1571, quando uma freira de nome Catherine Gaulter, na sequência da prática de actos de magia negra e trabalhos de magia negra, manifestou sintomas de uma forte possessão demoníaca. A freira começou a vomitar grandes tufos de cabelo, fezes de pombas, pedaços de pergaminho, pedaços de pele humana. Tudo aquilo eram ingredientes de bruxedos de magia negra, que agora a bruxa regurgitava inexplicavelmente.

Outro caso de famoso de possessões demoníacas ocorreu com uma outra freira. Madelaine Bavent ( 1607-1647), era uma freira do convento franciscano de Louviers. O caso da freira Madelaine tornou-se famoso em 1647, altura em que Luis XIV reinava em França, havendo este caso chegado ao conhecimento do rei. A freira Madelaine foi admitida no convento sob supervisão do padre Pierre David, sendo que após a sua morte passou a estar sob supervisão do padre Mathurin Picard. O padre Picard era um padre franciscano que havia sucumbido ao chamamento dos demónios, havendo celebrado pacto com o Diabo, e sendo um praticante de fortes trabalhos de magia negra. O seu nome era famoso nos círculos do oculto, e os seus serviços em trabalhos de magia negra eram requisitados pela elite da nobreza e aristocracia, pois os seus resultados tinham grande reputação. O padre Picard era um padre satânico, e acabou por aliciar a freira Madelaine a entrar pelos mesmos caminhos da magia negra. A freira Madelaine foi iniciada nos ímpios sacramentos satânicos, devassando e profanando os seus sagrados votos de consagração á Igreja. A freira Madelaine tornou-se uma freira satânica, passando assim a ser um acólito da celebração missas negras conduzidas pelo padre Picard, nas quais o demónio Astaroth era venerado diante de um altar de Deus dentro de uma capela do convento, assim cometendo-se o abominável pecado da Idolatria e culto a deuses pagãos ou demónios. Nessas missas negras a freira Madelaine era colocada desnudada no altar da igreja, sendo celebrado sobre o seu ventre a infernal liturgia de missa negra. O rito era concluído com a devassa consumação de actos lascivos. Dessa forma, faziam-se fortes apelos aos demonios, que resultavam em poderosas magias negras e trabalhos de magia negra. Estas magias negras, eram preciosidades requisitadas pelas mais elevadas figuras da alta-sociedade, tais eram os resultados que produziam. Para alem das missas, negras, a freira Madelaine era levada a frequentar duas vezes por semana a celebração de Sabbats negros, junto com o padre Picard e o capelão do convento, o padre Thomas Boullé. Durante esses Sabbats, a freira chegou a ser possuída carnalmente pelo Diabo incorporado em homem. Conta-se que todas as noites ao regressar á sua cela, a freira Madelaine tinha sempre um gato preto á sua porta. O demónio incorporava no gato preto, e através dele possuía a freira noite após noite. Tantos foram os ritos de magia negra celebrados nos muros daquele convento, que outras freiras começaram a sofrer de terríveis aparições de assombrações, e algumas chegaram mesmo a sofrer de graves possessões demoníacas. Algumas das freiras possuídas, durante certos momentos de convulsão exibiam força física completamente sobrenatural, os seus corpos moviam-se de formas quase impossíveis para um ser humano, as suas faces transfiguravam-se mostruosamente, e chegaram a ocorrer fenómenos que desafiavam as leis da natureza, como água benta pingar das pias das igrejas, para o tecto. Por volta de 1643/44, caso chegou aos ouvidos do Bispo de Evreaux, que tomando conhecimento dos sinistros eventos, ordenou uma inquirição ao convento, havendo-se então confirmado a presença de padres satânicos e freiras satânicas no seio da Igreja, assim como tendo-se comprovado a celebração de missas negras  e Sabbats satânicos no convento. O convento foi encerrado, porem o caso tornou-se lendário.

Outro desses exemplos de possessões demoníacas historicamente documentadas, podemos encontrar na vida de são Benedito ( 1526 – 1589), foi confrontada com extraordinárias manifestações abnormais e sobrenaturais de espíritos demoníacos no convento de Monte Cassino. O convento erigido em homenagem a são Bento, foi construído num monte onde a magia negra e rituais satânicos haviam antes sido praticados, deixando ali um rasto de presenças infernais que se manifestava com grande intensidade. A própria construção do mosteiro encontrava constantemente adversidades, estranhos acidentes e inexplicáveis revezes. Foi com grande esforço que o convento ali acabou por ser erigido, e porem, mesmo assim ao longo da história parece permanecer amaldiçoado, pois que já foi destruída, invadida, incendiada, saqueada e até bombardeada ao longo dos séculos. Foi dentro daquelas parecer que  espíritos demoníacos infestaram vários monges de possessão demoníaca, assim como causaram a ocorrência de fenómenos que desafiam as leis da natureza, tais como levitação, movimento de objectos sem que ninguém lhes mexesse, ventos que se sentiam em salas completamente fechadas e seladas, água que pingava do chão para o tecto, portas que se abriam ou fechavam sozinhas, aparições de terríveis espectros, etc.Tais eventos ocorreram tanto quando o próprio convento estava a ser edificado, como depois da sua edificação, e foram testemunhados, e são historicamente reconhecidos. As possessões demoníacas ultrapassam por isso, e em muito, o mero aspecto psicológico ou mental a que certos querem constrange-la, para a desacreditar.

A igreja tem desde há séculos acumulado estudos e relatos sobre as possessões demoníacas, o que lhe permite ter um conhecimento relativamente aprofundado sobre o tema. A igreja desde do século. XIX / XX vem fazendo um grande esforço para distinguir com o maior rigor  possível, aquilo que são distúrbios psicológicos do foro medico, de casos espirituais de possessão demoníaca. E alguns dos sinais que a igreja identifica como de possessão demoníaca, e que os distinguem de qualquer confusão relativamente a distúrbios mentais são:

1

a capacidade de falar ou compreender línguas que o possesso não tenha qualquer forma de conhecer nem saber;

2

A capacidade de saber sobre eventos futuros, ou de ver coisas ocultas aos olhos e conhecimento das pessoas normais

3

Manifestar ter poderes que estão para alem da condição natural de um ser humano, ou que desafiam as regras da natureza,

Porem, para alem destes sinais, muitos outros existem, conforme foi observado e estudado pelo estudioso e escritor francês do século XIX, P.L. Jacob.

Segundo Jacob escreveu na sua obra «Curiosités Infernales» de 1886, (Curiosidades Infernais), e conforme os seus estudos do «Ritual Romano», tais sinais são:

  1. uma pessoa abandonar inesperadamente a sua vida normal, e lançar-se inexplicavelmente numa má vida
  2. uma pessoa isolar-se socialmente de forma súbita e inexplicável
  3. uma pessoa estar doente por tempo anormalmente prologado, com sintomas invulgares, e sem qualquer tratamento medico que resulte nessa pessoa
  4. a pessoa sentir uma vontade incontrolável de blasfemar contra Deus
  5. a pessoa começar a falar com muita frequência do diabo
  6. a pessoa ter feito um pacto demoníaco
  7. a pessoa entrar em contacto com espíritos, e com eles estabelecer acordos, negócios, premissas, etc.
  8. a pessoa manifestar a dado momento uma expressão facial monstruosa
  9. a pessoa começar a manifestar-se farta da vida, irremediavelmente desesperada
  10. a pessoa manifestar ataques de fúria sem sentido, ou até de violência
  11. a pessoa chorar, uivar, rosnar ou gritar como um animal
  12. a pessoa começar a sentir-se cercada por assombrações, assolada por pesadelos persistentes,

Algumas das mais dramáticas manifestações de possessão demoníaca, ocorreram vários conventos franceses durante o século XVII. Um desses casos sucedeu em Aix-en-Provence, no ano de 1611, onde duas possessões de freiras sucederam devido a bruxarias celebradas pelo padre Louis Gaufridi. Já na localidade de Louviers em 1647, mais de 14 possessões demoníacas foram causadas pela irmã Madeleine Bavent, e do padre Thomas Boullé, também eles envolvidos em bruxarias de pacto satânico. Também na localidade de Auxonne, em 1650,  a Madre superiora Barbara Buvée esteve ligada a actos de magia negra que levaram á possessão demoníaca de oito pessoas. Em 1634, ocorreram os celebres casos de possessão demónica em Loudun, por consequência da prática e bruxarias celebradas pelo padre Urbain Grandier, que havendo celebrado pacto com o demónio, assim se tornou secretamente um padre satânico.

O Monsieur des Niau foi uma testemunha que presenciou estas possessões e os seu respectivo exorcismo, e assim as descreveu:

«Quando o exorcista dava uma ordem ao Diabo, as freiras subitamente de um estado de normal serenidade, para um estado de terríveis convulsões. Batiam nos seus próprios peitos e costas com a cabeça, num movimento humanamente impossível e incrivelmente rápido. As suas faces tornavam-se tão assustadoras, que não era possível olhá-las. Atiravam-se para trás dobrando as costas, até que as suas mãos tocavam nos pés, e depois andavam nesta posição como se de estranhos animais se tratassem. Proferiam choros e uivos tao horríveis e endurecedores como nunca tinha ouvido. Depois, de um momento para o outro assumiam posses indecentes, despindo-se e expondo-se para todos os presentes, sem qualquer pudor, e num cio que impressionava.»

Hoje em dia, a psiquiatria moderna explica as possessões enquanto estados dissociativos a que se lhe associam manifestações físicas categorizadas enquanto convulsões psicogénicas, não-epiléticas, ataques relacionados com stress. Porem, a verdade é que nem todos os psiquiatras concordam ou subscrevem este diagnostico. Com muitos anos de experiência, o Dr Arthur Guirdham chegou á conclusão que «as pessoas que insistem que a possessão demoníaca não existe, é porque nunca viram nenhuma; Ou se viram, é porque estão de tal forma cegos pelo preconceito, que perderam temporariamente a capacidade de formular juízos fundamentados.»

As realidades do Diabo, dos demónios, da magia negra e dos trabalhos de magia negra são por isso reais, e bem reais.  O Exorcista-Chefe do Vaticano, padre Gabriel Amorth, já celebrou 70 mil exorcismos, e para ele não há a mínima duvida que o Diabo existe. E mais que isso, o padre Gabriel Amorth afirma que Satanás já se infiltrou não apenas na sociedade, como no próprio Vaticano, conseguindo o seu grande feito, que é fazer com que as pessoas – até muitos padres – não acreditem que ele existe. Dessa forma, apelando ao puro-racionalismo e á explicação-científica que tudo justifica, até o injustificável… então Satanás fica com o caminho livre para agir livremente, e sem correr o risco de ser importunado.

Muita gente tentou já rebater e descredibilizar a magia negra, os trabalhos de magia negra e as possessões demoníacas que eles causam. Na ausência de provas dizem-se ser fantasias, na ausência de resultados dizem-se ser tolas superstições de gente ignorante. O problema é que as provas existem, e os resultados também, porque os espíritos embora não se vendo com os olhos da carne – e por isso não havendo prova material deles e da sua acção – , porem os seus efeitos notam-se de formas muito concretas, pois a verdade é que depois de um trabalho de magia negra ser feito, as aparições e assombrações começam a causar os seus fenómenos, e eles são tao perturbadores quanto inegáveis.

Conforme disse o decadente poeta francês Charles Baudelaire, «o maior truque do Diabo, foi convencer toda a gente que ele não existe».

E porem:

Ele existe, assim como os demónios, a magia negra, os trabalhos de magia negra. Há pelo menos cerca de 5 mil anos de historia da humanidade para o provar e comprovar.

Quer amarrações de verdade?

Quer fortes trabalhos de magia negra ?

Venha falar com quem sabe.

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