Missa Negra, o que é a missa negra
A missa negra é muito mais que uma heresia á missa dominical, á Eucaristia e á sua sagrada liturgia. Na verdade, a missa negra já existe desde os primórdios da história do cristianismo, e remonta aos inícios da própria fundação da Igreja.
A Missa Negra, assim como os Sabbats Satânicos das bruxas, são os mais poderosos meios de invocação de espíritos de trevas e demónios, e são por isso fonte da mais poderosa magia negra, e dos mais fortes trabalhos de magia negra. Tanto os Sabbats Satânicos das bruxas, como as Missas Negras, são dois dos ritos mais importantes da magia negra e do Satanismo.
Sabe-se de certos grimórios, que em certas tradições de magia negra e Satanismo, numa Missa Negra, o anfitrião da cerimonia assume normalmente o nome de WHITE JOHN.
Origens da Missa Negra
No século sétimo, a Igreja através do concilio de Toledo presidido por Santo Isidoro de Sevilha, condenou a pratica de um rito sombrio, misterioso e enigmático chamado de «A Missa dos Mortos».Esta missa invocava almas de mortos, assombrações, aparições, e podia ser usada para todas as finalidades da magia negra, inclusive para causar a morte de alguém por meios sobrenaturais. Esse tipo de missa praticada por alguns sacerdotes começou a ganhar tanta fama, quanto a inspirar temor, pois que muitas pessoas começaram a adoecer e falecer na sequência da celebração de tais missas. Por esse motivo, a Igreja proibiu a celebração de tais liturgias.
Séculos depois, em Gasconi – na França – , padres celebravam as missas de santo Secário. Apenas um pequeno numero de padres celebra este tipo de missa, pois o pecado é tal, e o seu poder é tão temido, que nenhum Bispo nem Arcebispo pode conceder perdão ao acto de feitura desta liturgia negra: apenas o próprio Papa tem autoridade e poder para o fazer. Estas missas eram celebradas em Igrejas abandonadas ou em ruínas de santuários. A missa era celebrada sobre o altar desconsagrado ou profanado da igreja em ruínas, normalmente aspergindo sobre ele sangue de sapo, ou de morcego, ou de serpente. Às onze da noite o padre começava a orar a missa inversamente ao que é suposto ela ser lida, terminando essa leitura á meia-noite em ponto. Nessa missa é usada uma Hóstia invertida, e ao invés de vinho é bebida a água de um poço onde faleceu uma alma que não foi baptizada. O padre faz o sinal da cruz, porem o sinal está invertido, e é feito não com a mão, mas sim com o pé esquerdo, e não chão. Dizia-se que a vitima de uma missas destas adoecia inesperadamente, e começava a definhar lentamente sem qualquer explicação, até sucumbir.
As Missas Negras ao longo da historia
Já em 1580, uma celebre missa negra foi mandada celebrar por Catarina di Medici, a mulher mais poderosa de França. Os factos são descritos na obra «De lá Demonomanie de les Sorciers» de Jean Bodin. A missa negra foi celebrada para a saúde do filho da rainha de França.
Henrique III ( 1551-89), foi rei de França de 1574 a 1589. Era o filho de Catarina de Medici, a mulher mais poderosa de França, e que celebrou uma Missa Negra para salvar a vida do seu filho ainda em criança, quando todos os médicos davam o caso por perdido. A Missa Negra resultou, e o seu filho viveu para se tornar rei de França. Henrique III, tendo sido criado pela sua mãe dentro dos ensinamentos das velhas religiões pagãs, e tendo desde a sua juventude visto a mãe praticar bruxaria, tornou-se um bruxo conhecedor dos segredos e antigas sabedorias da magia negra. Embora socialmente e por exigência do seu cargo real, Henrique III se apresentasse como cristão, porem sabia-se que na sua privacidade o rei era um bruxo. O rei mantinha consigo um círculo próximo de doze pessoas, que se sabia constituírem a sua colmeia de bruxos e bruxas. O rei venerava os velhos deuses pagãos num altar de bruxo, onde se encontrava a imagem de dois sátiros. Os Sátiros na religião grega da antiguidade, eram espíritos masculinos que podiam assumir a forma de um cavalo ou um bode, e nas suas representações apresentavam tanto enormes cornos, como vigorosos e viris falos erectos. O rei tinha duas estátuas de Sátiros de costas voltadas para uma cruz cristã, representando o culto satânico nas suas origens mais nobres. Henrique III, tal como a sua mãe, também celebrou missas negras, todas elas com reconhecidos resultados. Uma delas foi celebrada quando o próprio Henrique III foi vítima de uma bruxaria de magia negra lançada pelo Duque de Guise ( 1519-1563) que usou de uma imagem do rei para o amaldiçoar. A verdade é que após o bruxedo ter sido feito, o rei começou a envelhecer inexplicavelmente diante dos olhos surpreendidos de todos que o rodeavam. O seu envelhecimento prematuro erra impressionante, atendendo á sua jovem idade. O rei retribuiu da mesma forma, celebrando uma missa negra. A verdade é que uma vez tendo sido celebrada tal missa negra, o duque acabaria logo depois por falecer ás mãos de uma amante, que contam os testemunhos existentes, parecia ter sido subitamente vitima de uma violenta possessão demoníaca que a dominou. As missas negras de Henrique III e da sua mãe Catarina de Medici tornaram-se lendárias.
Anne Boleyn (1507-1536) foi uma rainha inglesa que casou com o rei Henrique VIII em 1553. O casamento deu-se em privado e secretamente, enquanto que ainda estavam em curso as negociações para a dissolução do anterior casamento do rei com a Catarina de Aragão, através da qual se havia celebrado uma aliança com o reino de Espanha. Anne Boleyn foi secretamente uma bruxa, e celebrou um rito de amarração ao rei Henrique VIII, conseguindo assim aquilo que parecia impossível, que foi suceder como rainha de Inglaterra a um casamento que era quase impossível de dissolver. A igreja de Roma e o Papa opunham-se fortemente á dissolução do matrimonio real, pelo que há rumores que a bruxa se terá virado para os poderes opostos aos da Igreja de Roma, e terá celebrado uma Missa Negra para desposar do rei não pela lei de Deus, mas sim pela lei da magia negra e do Diabo, coisa que conseguiu com sucesso.
Em 1594, Francesco-Maria Guazzo documentou o testemunho de uma bruxa que participou uma missa negra. A Missa era celebrada por um sacerdote vestido de negro. Na altura da comunhão apresentava-se uma hóstia negra, e erguia-se o cálice que continha não vinho mas sim água, e os participantes entoavam: «Mestre, ajuda-nos; Senhor, acode-nos. Beelzebub. Beelzebub. Beelzebub.» A cerimónia ocorreu na véspera de St. John numa missa campal nocturna, com 66 pessoas presentes. O sacerdote celebrante usava um longo manto preto com uma cruz de Cristo invertida, e seus assistentes acólitos eram duas mulheres nuas, ao passo que hóstias de igreja eram profanadas em altar de Deus.
Em Agosto de 1629, o chanceler do Bispo de Wurzburg na Alemanha, escrevia numa missiva pessoal escrita a um amigo, que havia testemunhado eventos satânicos na comunidade de Frau-Rengburg. Ali haviam sido celebradas várias missas negras, onde o Diabo se havia manifestado pessoalmente através de possessão demoníaca de um padre satânico, administrando á sua congregação de bruxas uma liturgia profana na qual rodelas de nabos eram servidos ao invés de hóstias sagradas, e varias obscenidades lascivas eram praticadas diante de um altar de Igreja. Nessas missas várias bruxas iniciadas eram baptizadas, pedindo de livre vontade que os seus nomes fossem riscados do Livro da Vida de Deus, e fossem inscritos no Livro da Morte do Diabo.
Em 1680 houve um escândalo envolvendo as mais altas personalidades da sociedade e aristocracia francesa. Nesse caso, uma bruxa chamada «la Voisin» celebrou uma missa negra, na qual foi usada uma Hóstia feita de sangue e farinha. Nessa mesma altura, era sabido que muitas bruxas ao fazer os seus trabalhos de magia negra, usavam de instrumentos mágicos que tinham sido consagrados no decorrer de uma missa comum. Para isso, as bruxas escondiam os instrumentos mágicos perto do altar, para que na altura do Padre comungar a Hóstia e elevar o Vinho, assim esses instrumentos adquirissem maior poder, porquanto eram instrumentos satânicos diante da mais solene hora de Deus, uma heresia que atraia irresistivelmente ao agrado dos demónios. Havia por vezes padres que colaboravam nestes procedimentos ocultos, acabando por estar a praticar magia negra aos olhos de toda a gente, e porem sem que ninguém se apercebesse. Esses eram padres Satânicos. Outras vezes sucedia que bruxas faziam por obter posse de Hóstias consagradas na hora da comunhão, tomando a Hóstia fingindo ingeri-la, assim arranjando forma de a levar consigo. A Hóstia consagrada naquela hora santa, era depois invertida e profanada na hora da celebração da bruxaria, porquanto a dessacralização do sagrado, é um apelo irresistível a demónios. Dessa forma, a bruxaria de magia negra tornava-se infinitamente mais poderosa.
O rei Henrique III ( 1551-89), que foi monarca em França de 1574 a 1589 , mandou celebrar diversas missas negras, e tinha um altar de culto ao Diabo, assim como fazia-se rodear de uma colmeia de bruxas com doze membros, e da qual ele era o décimo-terceiro bruxo. Durante o reinado de Henry Valois, o rei prestou culto ao Diabo na floresta de Vincennes, onde ofereceu sacrifícios diante de duas imagens de ouro prateado de dois demónios sátiros . Nessa floresta, havia um lendário altar com duas estátuas de Sátiros com um metro e meio. No meio das estátuas, encontrava-se uma cruz invertida. Nesse local, eram oficiadas fortíssimas missas satânicas, ou missas negras.
Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto dos padres satânicos e das missas negras, faz nota no século XVI, um padre de nome Benedictus causou grande escândalo quando se soube da sua participação em missas ímpias ou missas negras. O padre Benedictus tinha já sido fascinado pelos poderes da magia negra, e profanando os seus votos sacerdotais cristãos celebrou pacto com o demónio, tornando-se assim um bruxo e um padre satânico. E na verdade, o padre benedictus celebrou diversas missas negras a pedido do rei Carlos IX de França, ( 1550 – 1547), diante de quem o padre satânico oficiou uma Eucaristia satânica. Os trabalhos de magia negra celebrados pelo padre satânico Benedictus produziam resultados espantosos fosse com amarrações para assuntos amorosos, fosse para vinganças e assuntos que o rei gostava de tratar discretamente. Também o célebre bruxo Trois-eschelles du Mayne foi chamado á presença do rei Carlos XI, que lhe encomendou vários Sabbat satânicos e missas negras. O rei era um assumido satanista, e o bruxo executou-lhe vários trabalhos de magia negra que maravilharam o monarca pela sua eficiência.
Em 1324, o Bispo de Ossory testemunhou como a bruxa Alice Kyteker de Kilkenny, na Irlanda, usava de hóstias consagradas num altar de magia negra, onde se celebravam profanas missas negras ou missas satanistas. A hóstia satânica estava profanada, pois tinha estampada o nome do Diabo ao invés da figura de Cristo, e junto ás hóstias estava uma bisnaga de unguento mágico com o qual a bruxa untava uma vara magica. Aquelas hóstias haviam sido consagradas numa missa negra, e foram tomadas pela bruxa Alice, assim como pelo seu amante Goety no decorrer de um rito de sacrilégio e lascívia, celebrado com a intenção de lançar uma forte bruxaria para a amarração daquele que viria a ser o quarto marido da bruxa, que tal como os três anteriores havia sido embruxado de amarração, e doado grandes fortunas á bruxa. Juntos, a bruxa e o demónio incorporado celebraram uma profana missa negra, na qual se celebrou uma forte amarração. O demónio que acompanhava a bruxa chamava-se Robin.
A zona Basca do Pirenéus, é uma área onde em 1609, através dos relatos históricos e documentados do jurista eclesiástico Pierre de Lancre, soube-se que ocorreu a celebração de Sabbats satânicos e Missas Negras celebradas por um padre de nome Pierre Bocal. A zona Basca do Pirenéus, foi desde sempre uma zona famosa e reconhecida pela sua reputação relativamente á existência de bruxos e bruxaria naquelas terras distantes. A sua geografia tornava a zona Basca uma área remota e por vezes inacessível tanto á cultura de Espanha como de França, tornando as autoridades de ambas as nações desconfiadas relativamente ao povo daquela área. Os povos bascos absorveram algumas das influências culturais do celtas, e porem passaram relativamente intocados a outras invasões civilizacionais. Aquando das invasões Romanas de Júlio César, a zona Basca permaneceu praticamente intocada e inacessível, mantendo a sua própria linguagem e costumes. Quando o cristianismo chegou, o povo basco combinou as novas crenças que lhe eram trazidas pelos missionários, com as suas próprias ancestrais crenças. Por isso, naquela zona era frequente saber-se de casos de padres que ao domingo celebravam a eucaristia, e durante a semana prestavam culto aos velhos deuses das antigas religiões daquelas longínquas terras. Era uma zona que tinha sobrevivido relativamente incólume ás perseguições religiosas da Igreja de Roma, e onde muitos bruxos se foram abrigar, ali prosperando em paz. De tal forma a zona Basca vivia livre das perseguições, que em certas áreas do território em que se praticava o culto aos mortos, nem aos Bispos da Igreja lhe era permitido ali entrar. Outras áreas praticavam o culto a misteriosa Deusa, a quem chamavam «La Dama». Por volta do seculo XIV a fama dos bruxos que viviam naquela zona tornou-se de tal forma lendária, que atraiu a atenção das autoridades. A atenção da inquisição virou-se seriamente para os bascos Espanhóis. Soube-se de relatos sobre ritos onde o Diabo se fazia manifestar e aparecer, incorporando num bode, ou numa mula, e por vezes até num homem. No seculo XVII, o jurista eclesiástico Pierre de Lancre foi enviado para a zona Basca, a fim de investigar o que ali se passava, e lutar contra o culto herético aos deuses pagãos, que a igreja considera como uma forma de adoração ao Diabo, pois que conforme a doutrina de Igreja de Roma, não se tratam de «deuses» mas sim de demónios procurando a veneração dos humanos, assim desviando-os de Deus. Em 1608, descobriu-se a existência de um jovem padre chamado Pierre Bocal, que aos domingos celebrava a missa cristão, e porem durante a semana realizava ritos nos quais usava uma cabeça de bode enquanto oficiava veneração aos velhos deuses pagãos. Estava assim comprovada a existência de padres satânicos na região, e ficou-se assim a saber que naquela zona eram celebradas Missas Negras, assim como realizados Sabbats Satânicos. Porem, nem Lancre estava fora do alcance da magia negra. Na noite de Setembro de 1609, Lancre viu pelos seus próprios olhos uma Missa Negra ser recitada e oficiada no seu próprio quarto de cama, apesar dele estar de tal forma embruxado, que assistiu a tudo paralisado e impedido de qualquer reacção.
O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto dos padres satânicos e das missas negras, faz nota que em 1597, o padre Jean Belon padre da paroquia de S. Pierre-des-Lampes pertencente á diocese de Bourges, era famoso pela celebração de missas satânicas ou missas negras.
Do próprio Papa Alexandre VI, (1431 – 1503), o Bórgia oriundo de Espanha, sabe-se sobre o seu célebre caso incestuoso, assim como consta que terá celebrado Missa Negras dentro dos muros do próprio Vaticano, onde ocorreram extravagantes festins de luxuria e deboche.
O abade Boullan (1824-1893), um sacerdote católico que se acredita que foi uma reencarnação de são João Baptista, teria celebrado uma Missa Negra em vestimentas em que um crucifixo invertido era bordado, com um pentagrama desenhado esquina do olho esquerdo (a esquerda sendo o lado da magia negra). Com estas missas negras o abade julgava ser possível expulsar demónios, convidando os demónios através desta profanação e dessacralização de tudo o que é de Deus, para depois prender essas entidades de trevas numa jaula de prata ou ferro, e expulsa-los através da sua imersão em água benta.
Porem, ele também usou destas missas negras – pagas a peso de ouro – para prestar grandes serviços de bruxaria aos nobres da corte Francesa, e dizem as lendas que eram muitos os nobres agradecidos pelos benefícios colhidos de tais bruxarias.
Joseph-Antoine Boullan ( 1824-93) foi um celebre padre satânico francês que nos finais do século XIX, liderou a Igreja do Carmelo em Lyons, França. A Igreja do Carmelo foi condenada pelo Papa em 1848, e nela praticaram-se cultos satânicos, assim como Sabbats satanicos e Missas Negras. Joseph-Antoine Boullan era um padre, que havendo-se enamorado de uma jovem freira de nome Adéle Chevalier, acabou por profanar os seus votos sacerdotais, entregando-se á luxuria com a freira, invocando ao demónio, e celebrando pacto com o diabo. Boullan tornar-se-ia dessa forma um padre satânico, e a jovem freira seguiu-o, tornando-se também uma freira satânica. Mais tarde, uma bruxa de nome Julie Thibault haveria de juntar-se ao padre, tornando-se sua amante, e com ele celebrando celebres missas negras em pleno altar de Igreja. Os trabalhos de magia negra do padre satânico tornaram-se famosos, e abundantemente requisitados, havendo os seus sucessos sido registados e documentados na obra do escritor Joris-Karl Huysmans, em 1891.
O padre Louis Van Haecke (1828 – 1912) foi um padre belga que celebrou diversas e celebres missas negras. Louis Van Haecke havia sido seduzido por uma linda e jovem bruxa ainda na sua juventude, enquanto estudava no seminário. A bruxa aparecia-lhe misteriosamente, seduzia-o, e insinuava-lhe á pratica tanto de actos lascivos, como de ritos de magia negra. A jovem bruxa aparecia e desaparecia tao misteriosamente, que se diz que o padre foi na verdade abordado por um demonio Succubus incorporado numa jovem rapariga. Após ter recebido a sua ordenação sacerdotal, o padre não resistiu á sua fraqueza pelas tentações da carne, e acabou por profanar os seus votos, entregando-se á lascívia com ao demonio Succubus, através dela celebrando pacto com o demonio, e praticando magia negra. Louis Van Haecke tornou-se assim um padre satânico. Tendo mais tarde sido colocado numa paroquia de Bruges, o padre acabou por seduzir uma legião de fiéis com os seus trabalhos de magia negra, através dos quais concedia todo o tipo de resultados e favorecimentos em assuntos amorosos e de luxuria, através de amarrações . A sua fama rapidamente se espalhou pela França, e eram inúmeras as pessoas que procuram pelos trabalhos de magia negra do padre satânico. Os seus trabalhos eram realizados através de missas negras, sendo essas celebradas nocturnamente na própria Igreja onde o padre exercia o seu ofício. Durante o dia o padre celebrava as suas missas normais dirigidas as Deus, sendo que há noite oficiava as suas missas negras dirigidas a Satanás. O padre liderava as missas negras usando uma máscara negra com grandes cornos de bode, sendo que a missa em si era uma variação da missa católica normal, á qual eram adicionados elementos de devassa, lascívia e adoração ao Diabo. No altar central da Igreja, era colocada uma imagem de um demonio ao qual era prestado culto, assim consumando-se o sacrilégio da idolatria no centro da casa de Deus, o que constitui um acto de magia negra. Seguiam-se diante do ídolo demoníaco todos os ritos típicos da missa católica, que culminavam com a profanação da Hóstia consagrada, á qual se seguia um festim de lascívia no qual todo o tipo de apetites e prazeres era saciado. No decorrer destas missas, eram realizados trabalhos de magia negra. Os trabalhos de magia negra do padre satânico tornaram-se famosos, e abundantemente requisitados, havendo os seus sucessos sido registados e documentados na obra do escritor Joris-Karl Huysmans, assim como pelos testemunhos de uma bruxa de nome Berthe Couriérre. A fama dos trabalhos de magia negra do padre satânico Van Haecke atingiram tais proporções, que chegaram aos ouvidos do Bispo de Bruges, que mandou instaurar um inquérito. Porem, nada sucedeu. As missas negras e amarrações do padre satânico prosseguiram, tornando-se lendárias.
O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto dos padres satânicos e das missas negras, faz nota no século XVI, um padre de nome Benedictus causou grande escândalo quando se soube da sua participação em missas ímpias ou missas negras. O padre Benedictus tinha já sido fascinado pelos poderes da magia negra, e profanando os seus votos sacerdotais cristãos celebrou pacto com o demónio, tornando-se assim um bruxo e um padre satânico. E na verdade, o padre benedictus celebrou diversas missas negras a pedido do rei Carlos IX de França, ( 1550 – 1547), diante de quem o padre satânico oficiou uma eucaristia satânica. Os trabalhos de magia negra celebrados pelo padre satânico Benedictus produziam resultados espantosos fosse com amarrações para assuntos amorosos, fosse para vinganças e assuntos que o rei gostava de tratar discretamente.
No ano de 1453, na Normandia, houve o celebre caso do padre Guillaume Edeline, pior da paroquia de Saint-Germain-en-Laye, que admitiu abertamente ter um relacionamento com uma demonio Sucubbus, e que havendo-se enamorado dela, tinha participado num Sabbat Satanico onde se submeteu a Satanás, e dessacralizado os seus votos, converteu-se num padre satânico.
A obra «Dictionnaire Infernal», menciona um padre Thomas Boullé, que junto com outro padre de nome Picard, haviam sido seduzidos pelo Diabo, e profanado os seus votos ao celebrarem pacto com o demonio, convertendo-se assim em padres satânicos. O padre satânico Thomas Boullé habitava na zona de Roen, na Normandia, e era famoso pelos seus trabalhos de amarração de magia negra. O padre satanico era famoso por seduzir para si mesmo todas mulheres e donzelas conforme desejava, e tinha por isso uma vasta clientela de damas e cavalheiros que lhe requisitavam esses feitos luxuriosos em seu próprio benefício. De tal forma era a fama dos seus bruxedos, que por volta de 1847 os seus trabalhos de amarração de magia negra tornaram-se lendários por toda a França. Na mesma altura, também o padre satânico Gilles de Sillé, da diocese de St. Malo, serviu de capelão do Diabo em diversas missas negras, assim como também celebrou dessas mesmas missas satanistas na capela de São Vicente, diante de um altar de Deus, onde a prática de tal abominável heresia é do maior deleite para Satanás, e dava por isso origem aos mais fortes trabalhos de magia negra.
Por volta do ano de 1654, havia na cidade de Bury St. Edmunds em Suffolck um padre de nome John Lowes. Na verdade, Lowes era um padre satânico, ou seja, havia sido procurado pelo demónio, havia profanado os santos votos do sacramento de sacerdócio, tendo celebrado Pacto com o Diabo, e daí em diante exercido o ofício de bruxo. Depois de ter outorgado o Pacto com o seu próprio sangue, o bruxo Lowes de Bury St. Edmunds recebeu do Diabo a oferta de vários espíritos demoníacos familiares, que o auxiliaram nos seus trabalhos de magia negra. O padre satânico Lowes de Bury St. Edmunds celebrou diversas missas negras, todas elas causadoras de resultados espantosos, e que lhe valeram notória reputação.
A localidade de Lyon, França, tornou-se famosa desde na Idade Média devido á existência de freiras satânicas e padres satânicos. O primeiro grimório escrito em Francês, é o La Vauderie Lyonois, uma compilação feita pelo padre e inquisidor de Lyon, França, região na qual existiram notórios cultos satânicos, alguns deles dentro da própria Igreja, em conventos e abadias. Soube-se assim da existência de freiras e padres satânicos, e das suas lendárias missas negras.
Também em terras de França, o padre Pierre Aupetit era sacerdote na paroquia de Paias, na localidade de Limousin. Porem, na verdade o padre cristão era igualmente um padre satânico, e um notório bruxo. Por volta de 1589, Pierre Aupetit tinha sido abordado por um demonio Sucubbus incorporado na forma de uma jovem mulher. O demonio tomou posse da bela donzela através de possessão demoníaca, e seduziu o padre com todo o tipo de tentações carnais. Havendo cedido aos encantos do demonio feminino, o padre Pierre Aupetit foi persuadido a frequentar um Sabbat Satânico, onde ali dessacralizou os seus votos, fez pacto com o Diabo, que se lhe manifestou na forma de um bode negro. Estando o pacto celebrado, o bruxo participou num profano festim de luxuria com varias bruxas e demónios femininos. O padre Aupetit recebeu assim um espírito demoníaco familiar que o acompanhava e auxiliava em todos os seus trabalhos de magia negra. Havendo lido em antigos grimórios de magia negra disponíveis nos Sabbats que frequentava, o padre aprendeu vários tipos de bruxedos, especialmente as amarrações amorosas. A verdade é que dai em diante, a paroquia bem notava que o padre apesar da sua idade já avançada, conseguia sempre atrair a companhia de qualquer mulher que desejasse, desde a mais madura, á mais donzela. Na verdade, o bruxo conseguia tomar para si e possuir qualquer mulher que pretendesse, e por isso a reputação das suas magias negras de amarração amorosa espalhou-se de tal forma, que secretamente o padre recebia incontáveis solicitações para os seus préstimos ocultos.
O notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o a existência de padres satanicos na Igreja, faz nota nas suas obras que no tempo do pontificado do Papa Urbano VIII ( 1568 – 1644), existiram três notórios padres satânicos. Um era o ocultista Frei Pietro, um siciliano que pertenceu á Ordem dos Ermitas Augustinos, outro era o Frei Cherubino de Ancona, e o outro o Frei Doménico do mosteiro ermita de S.Augustinho em Fermo. Os três padres satânicos tinham-se dedicado ao estudo do Oculto e á pratica da magia negra. Os seus trabalhos de magia negra eram tão celebres, que eram requisitados pelas mais altas esferas da realeza.
O mesmo padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), ao debruçar-se sobre o assunto da magia negra e das missas negras, deu nota que estas foram mais assinalávelmente celebradas na América, Inglaterra, França, Holanda, Alemanha, Suíça, País Basco e Portugal.
Henri Boguet ( 1550-1619), foi um notório demonologista Francês que em 1602 publicou a obra «Discours Exécrable des Sorciers», fruto das suas investigações e observações pessoais de casos reais de magia negra, bruxas e bruxaria. Boguet, no seu Discours des Sorciérs faz nota nestas missas negras as bruxas entregavam-se á mais promiscua devassiadão, não havendo obscenidade nem heresia que não fosse perseguida daquelas profanas Eucaristias satânicas, pois que ao fazê-lo estava-se a oferendar sacrilégios que são uma deleitosa iguaria para o Diabo, assim lançando-se um poderosíssimo chamariz aos demónios. O Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505),descreve como nas missas negras as bruxas copulam com demónios que incorporam em corpos humanos através de possessão demoníaca. Na maioria das vezes os demónios que se fazem manifestar nas missas negras com a finalidade de copularem com as bruxas e bruxos, são demónios Incubbus e Sucubbus, que incorporando em corpos através de possessão demoníaca, satisfazem os seus apetites carnais através do pecado e da luxuria. são Tomás de Aquino, ( 1225-74), deixou um legado de escritos nos quais se descreveu sobre as bruxas, e sobre a forma como os demónios Incubbus as procuravam para com elas realizarem actos lascivos, e através da luxuria firmarem com elas Pactos demoníacos, depois auxiliando-as na feitura dos mais fortes trabalhos de magia negra, especialmente aqueles ligados ao erotismo e á luxuria, conforme as amarrações. No caso dos bruxos eles seriam procurados por demónios Succubus, e o mesmo sucederia. O demonologista renascentista Girolamo Menghi , autor do Compendium of the Arts of Exorcism , a firmava que infinitas eram as formas que os demónios podiam assumir para se aproximar e perverter ou corromper o homem e a mulher. O demonologista aderiu á ordem dos franciscanos 1552. Foram varias as obras que escreveu, tais como Flagellum Daemonum ( 1557), Fustis Daemonun ( 1588), e o Compendium ( 1576). Nessas obras Menghi afirma que os demónios são espíritos, e por isso não tem sexo, isto é, não são macho nem fêmea. Por isso, eles apresentam-se ao ser humano conforme a própria inclinação natural do ser humano aos qual eles se estão a manifestar, de forma a favorecer o desejo da pessoa que o demónio deseja possuir. Se se trata um homem que goste de mulheres, o demónio far-se-á apresentar num corpo de uma linda mulher do agrado desse homem, assim convertendo-se num demónio Sucubbus; se for uma mulher que se agrade com homens, então far-se-á apresentar na forma de um belo homem que lhe agrade, assim convertendo-se num demonio Incubbus; a carnalidade é por isso um meio para chegar a um fim. Ora, o meio é a sedução e o desejo, sendo que o fim é a corrupção daquela pessoa, levando-a aos caminhos da magia negra. Foi justamente por este meio, que muitos padres e freiras foram seduzidos por demónios, levados a subverter os seus sacramentos, e a celebrar Pacto com o diabo, por meio do qual receberem os impios sacramentos satânicos, e passaram oficiar nas artes da magia negra, celebrando os mais poderosos trabalhos de magia negra. Foi também por esse meio que muitas bruxas e bruxos foram recrutados para o oficio da magia negra, e tal facto é detalhadamente descrito no «compendium maleficarum» , ou o «O COMPÊNDIO DAS BRUXAS» de 1608, do padre Italiano Francesco-Maria Guazo (n. 1570) , onde são descritas as varias finalidades para que uma bruxaria podia servir, assim como os seus poderosos efeitos. O notório padre e demonologista observou pessoalmente casos de bruxaria, de magia negra e possessões demónicas, tendo sido testemunha dos poderosos efeitos da magia negra, assim como da celebração de missas negras.
Na França do século XVII haviam umas célebres missas negras na qual uma famosa bruxa de nome Marie de Sains iniciava uma litania diabólica com «Lucifer, misere nobis». A Eucaristias satânicas eram lidas num grande livro negro com as letras escritas em vermelho com sangue, e algumas páginas eram todas pretas. A capa era feita de pele de bode negro, e todos as bruxas o beijavam, assim como a um objecto obsceno que passava de mãos em mãos por todos os participantes da missa negra. Mais uma vez, tudo era feito com a missão de agradar ao Diabo com as mais requintadas heresias, assim lançando-se um poderosíssimo chamariz aos demónios que compareciam ao chamamento, envolvendo-se com as bruxas, e favorecendo fortemente os trabalhos de magia negra celebrados nessas missas negras.
Uma Missa Negra é uma inversão, profanação, devassidão e inversão da massa católica praticada pelos sacerdotes ordenados da Igreja. Curiosamente a missa negra apenas é eficaz se celebrada precisamente por esses mesmos sacerdotes ordenados pela Igreja, (sejam padres, ou monges, ou abades, ou abadessas ou freiras), e isso aconteceu na Idade Media, motivo pelo qual a missa negra era assim uma preciosidade oculta á qual recorriam os nobres e ricos desse tempo para beneficiarem das mais poderosas e infernais magias negras. Já a partir do século XVI, com o aparecimento das Igrejas protestantes, a missa negra passou a poder ser celebrada não apenas pelos padres da Igreja Romana, mas também por qualquer sacerdote que haja sido ordenado por uma igreja de Deus, ou seja, que tenha sido investido do sacramento do sacerdócio, seja ele pastor, reverendo, etc. Assim sucede, pois os demónios respondem irresistivelmente a qualquer sacerdote ordenado por uma Igreja cristã, seja ela a Igreja Romana, ou seja uma qualquer outra Igreja protestante. Os actos litúrgicos e sacramentos de qualquer uma dessas Igrejas são aceite por Deus, ( como o baptismo, o matrimónio, etc), e por consequência são também aceites pelos demónios.
Na Idade Média, durante o dia alguns eram os padres, monges ou abades praticava a missa branca para abençoar em nome de Deus, e á noite o mesmo padre ou abade praticava a missa negra para amaldiçoar em nome do Diabo, e fazer bruxaria a favor das suas ricas e nobres clientelas. Esses são os famosos padres satânicos e freiras satânicas, a quem reis, rainhas, imperadores, princesas, nobreza, burguesia e elites da Europa procuravam para lhes contratar os mais fortes, raros, preciosos e cobiçados trabalhos de magia negra.
As chamadas “missas negras” foram realizadas – desde os séculos V ao XV– por sacerdotes ordenados, e a missa negra era usada tanto para amaldiçoar inimigos, como para gerar bruxarias de amarração, bruxarias amorosas de magia negra, bruxarias de fertilidade, bruxarias para desencantar riquezas.
Um dos casos celebres históricos sobre a existência de freiras satânicas, e das suas participações em Missas Negras celebradas em conventos da Igreja, ocorreu no século XVII. Madelaine Bavent ( 1607-1647), era uma freira do convento franciscano de Louviers. O caso da freira Madelaine tornou-se famoso em 1647, altura em que Luis XIV reinava em França, havendo este caso chegado ao conhecimento do rei. A freira Madelaine foi admitida no convento sob supervisão do padre Pierre David, sendo que após a sua morte passou a estar sob supervisão do padre Mathurin Picard. O padre Picard era um padre franciscano que havia sucumbido ao chamamento dos demónios, havendo celebrado pacto com o Diabo, e sendo um praticante de fortes trabalhos de magia negra. O seu nome era famoso nos círculos do oculto, e os seus serviços em trabalhos de magia negra eram requisitados pela elite da nobreza e aristocracia, pois os seus resultados tinham grande reputação. O padre Picard era um padre satânico, e acabou por aliciar a freira Madelaine a entrar pelos mesmos caminhos da magia negra. A freira Madelaine foi iniciada nos ímpios sacramentos satânicos, devassando e profanando os seus sagrados votos de consagração á Igreja. A freira Madelaine tornou-se uma freira satânica, passando assim a ser um acólito da celebração missas negras conduzidas pelo padre Picard, nas quais o demónio Astaroth era venerado diante de um altar de Deus dentro de uma capela do convento, assim cometendo-se o abominável pecado da Idolatria e culto a deuses pagãos ou demónios. Nessas missas negras a freira Madelaine era colocada desnudada no altar da igreja, sendo celebrado sobre o seu ventre a infernal liturgia de missa negra. O rito era concluído com a devassa consumação de actos lascivos. Dessa forma, faziam-se fortes apelos aos demonios, que resultavam em poderosas magias negras e trabalhos de magia negra. Estas magias negras, eram preciosidades requisitadas pelas mais elevadas figuras da alta-sociedade, tais eram os resultados que produziam. Para alem das missas, negras, a freira Madelaine era levada a frequentar duas vezes por semana a celebração de Sabbats negros, junto com o padre Picard e o capelão do convento, o padre Thomas Boullé. Durante esses Sabbats, a freira chegou a ser possuída carnalmente pelo Diabo incorporado em homem. Conta-se que todas as noites ao regressar á sua cela, a freira Madelaine tinha sempre um gato preto á sua porta. O demónio incorporava no gato preto, e através dele possuía a freira noite após noite. Tantos foram os ritos de magia negra celebrados nos muros daquele convento, que outras freiras começaram a sofrer de terríveis aparições de assombrações, e algumas chegaram mesmo a sofrer de graves possessões demoníacas. Algumas das freiras possuídas, durante certos momentos de convulsão exibiam força física completamente sobrenatural, os seus corpos moviam-se de formas quase impossíveis para um ser humano, as suas faces transfiguravam-se mostruosamente, e chegaram a ocorrer fenómenos que desafiavam as leis da natureza, como água benta pingar das pias das igrejas, para o tecto. Por volta de 1643/44, caso chegou aos ouvidos do Bispo de Evreaux, que tomando conhecimento dos sinistros eventos, ordenou uma inquirição ao convento, havendo-se então confirmado a presença de padres satânicos e freiras satânicas no seio da Igreja, assim como tendo-se comprovado a celebração de missas negras e Sabbats satânicos no convento. O convento foi encerrado, porem o caso tornou-se lendário.
A marquesa de Montespan tornou-se amante do rei Luís XIV no ano de 1667. Ambicionando ser a sua amante preferida, ambicionando ser a única mulher na cama do rei, e querendo não apenas afastar a rainha do seu caminho como dar ao rei filhos legítimos para coroa francesa, ela celebrou com o padre Guibourg uma missa negra de tremendo poder, sendo essa missa foi paga previamente pela fenomenal quantia de cem mil libras, ( estamos a falar do século XVII), pois que a verdadeira magia negra não é coisa acessível a qualquer um. Resultado: Pois em 1678 a missa negra foi feita, e um ano depois em 1679, então a marquesa tornou-se «miraculosamente» na mulher preferida do rei, e a única mulher a deitar-se no leito real, a única mulher pelo qual o rei tinha verdadeiros olhos, e a única mulher a quem o rei permitia engravidar de filhos legítimos á coroa, algo reservado apenas á rainha. Anos depois, a marquesa conseguiu mesmo afastar a própria rainha do leito real, o que se julgava impossível. Dai em diante e nos anos seguintes, eis que a marquesa deu 8 filhos ao rei, todos eles príncipes legitimados conforme fora prometido na missa negra. E assim sendo: desde a data em que a missa negra foi celebrada,(1678), e a colheita de todos os seus majestosos frutos,(de 1679 em diante), eis que decorreram anos e anos, e porem: o fruto garantido veio e materializou-se, pois que a nobre marquesa soube sempre guiar-se pela inabalável fé e férrea crença no trabalho de magia negra , assim como pela orientação do Abade Guiborg, o padre satânico que a serviu.
No século XIV, houveram outras missas negras historicamente documentadas, e que ficaram célebres. Por volta do ano de 1335, a bruxa Anne Marie de Georgel confessou abertamente pertencer ás hordas de seguidores de Satanás. O caso sucedeu em Toulouse, na França. A bruxa afirmava que conforme se ensinava nos Sabbats e Missas Negras das bruxas, se é verdade que Deus é o Senhor dos Céus, porem Satanás é o Senhor da Terra. As missas negras das bruxas eram celebradas diante de um altar de Deus onde porem encontrava a imagem do Diabo, na forma de bode com seios humanos cornos e um falo erecto. Havia sempre uma jovem bruxa que orava ao Senhor Satanás, pedindo-lhe que a salvasse dos traiçoeiros e dos perseguidores, depois beijando o ídolo no seu falo erecto. Era tomado vinho, e a jovem bruxa desnudava-se, e deitava-se no altar. Um homem representando Satanás assumia a cerimónia, e recitava orações cristãs, substituindo a palavra Cristo por Satanás. No momento da impura e herética Eucaristia, a jovem bruxa deitada no altar oferendava então algumas gotas o seu próprio sangue de bruxa ao representante de Satanás simbolizando o pacto com o Diabo. Ao invés de hóstias era servidas rodelas de rabanete preto, e água ao invés de vinho. Seguia-se então um festim de obscenas luxurias, onde a sodomia era praticada, porquanto é um acto impuro e abominável. Por vezes, criaturas de tenra idade eram sacrificadas. Esses sacrifícios eram usados para a feitura de trabalhos de magia negra, e os seus efeitos eram espantosos. Por isso mesmo, a bruxa Anne Marie era requisitada por incontáveis clientes que solicitavam os seus bruxedos celebrados em missas negras.
Outro dos casos historicamente comprovados da celebração de missas negras, sucedeu na Irlanda do século XIV. Por volta dos anos de 1324, a bruxa Alyce Keytler era famosa pelos seus notórios trabalhos de magia negra, e o Bispo foi testemunha disso quando foi enviado para a Irlanda, onde habitava a célebre bruxa. A bruxa tinha sido casada quatro vezes, sendo que o ultimo dos seus maridos – um rico burgês – foi conquistado com recurso a uma forte amarração feita pela bruxa Alyce Keytler. Conforme a bruxa amarrou todos os homens que quis sempre com sucesso, pois também fez amarrações amorosas para todos os fins á interminável clientela que procurava pelos seus reputados préstimos ocultos. A sua fama chegou a todos os cantos da Irlanda. Quando ainda jovem, e antes dos seus quatro casamentos, Alyce Keytler foi visitada pelo demonio, que lhe apareceu incorporado – através de possessão demoníaca – num homem que se dizia chamar Robert Artinson. O homem tanto aparecia como se esfumava, e nunca ninguém soube mais nada sobre este homem. O espirito de trevas era um demonio-menor dos infernos, e rondando Alyce Keytle na forma e nome de Robert Artinson acabou por seduzir a mulher, que a seu pedido renunciou á fé cristã dentro de uma igreja. A renuncia era tão mais agradável ao demonio, quanto feita dentro de uma Igreja, assim aumentando-se a profanadora heresia, realizando-a diante de um altar de Deus. Depois da renúncia, a bruxa entregou-se ao demonio em relações lascivas, e celebrou Pacto com o Diabo. De cada vez que desejava invocar o demonio Robert Artinson, a bruxa Alyce Keytle sacrificava o sangue de tres galos numa ponte. Assim fazendo, Robert Artinson aparecia-lhe imediatamente do outro lado da ponte. Por vezes aparecia na forma de um homem, outras na forma de um gato preto, ou um cão negro. Foi também dentro de uma igreja que a bruxa Alyce Keytle celebrou vários ritos satânicos, incluindo célebres Missas Negras, nas quais realizou fortes trabalhos de magia negra que se tornaram lendários.
A Missa Negra nos dias de hoje
Ao longo dos séculos, cada tradição de magia negra teve a sua forma de celebrar a missa negra. Porem, nos dias de hoje a Missa Negra é vista de forma muito mais simples e pragmática.
A partir do século XI como o surgimento da Igreja Ortodoxa, e após o século XVI com o evento do aparecimento das Igrejas protestantes que nasceu na Alemanha e em Inglaterra, a missa negra passou a poder ser celebrada não apenas pelos padres da Igreja Romana, mas também por qualquer sacerdote que haja sido ordenado por uma igreja de Deus, ou seja, que tenha sido investido do sacramento do sacerdócio, seja ele pastor, reverendo, etc. Assim sucede, pois nos dias de hoje sabe-se por experiência já observada e comprovada ao longo de décadas e décadas, que os demónios respondem a qualquer sacerdote ordenado por uma Igreja Cristã, seja essa Igreja de que confissão for, isto é: seja da Igreja Romana, ou Igreja Ortodoxa, ou qualquer outra Igreja protestante , ou qualquer outra Igreja denominacional . Assim sucede, pois da mesma forma que os actos litúrgicos e sacramentos de qualquer uma dessas Igrejas são aceites por Deus, ( como o baptismo, o matrimónio, etc), então eles são também aceites pelos demónios. E por consequência, a perversão e dessacralização desses sacramentos – que é feita numa Missa Negra – é também irresistivelmente apelatória aos demónios, seja oficiada por um padre da Igreja Romana, ou um padre da Igreja Ortodoxa, ou por um pastor ou um reverendo de uma das quaisquer Igrejas protestantes, seja qual for a sua denominação : Baptista, Calvinista, Luterana, Anglicana, Metodista, Adventista, Mórmon, Interconfessionais, Não-denominacionais, etc .
A verdade, é que toda a celebração de culto aos demónios, de adoração e oferenda de incenso a deuses pagãos e suas imagens, e de praticas ocultas e heréticas que for oficiada por um homem ou mulher de Deus , ( padre, freira, pastor, reverendo), diante de um altar de Deus, ou um altar do seu Filho Jesus, ou um altar da Virgem Maria, ou altar dos santos de Deus… tudo isso constitui imediatamente uma missa negra, por estar a dessacralizar, devassar e a profanar os mandamentos de Deus, pois que neles se diz que «Nao terás outros deuses diante de mim». (Deuteronomio 5,7 Êxodo 20,3) A partir desse momento, está aberta a porta á invocação dos demónios, a quem muito lhes agrada esta sagrada heresia, que é um impuro e primoroso pecado. E abrindo-se a porta á vinda dos demónios, abrem-se as portas a vinda de assombrações, de aparições, de almas de mortos, e por consequência abre-se caminho á pratica das mais poderosa magia negra, e trabalhos de magia negra.
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