Trabalhos de amarração
Na Antiguidade, assim como na Idade Media, os poetas estavam intimamente associados á bruxaria, e ao Diabo. Sabia-se que muitos deles tinham feito pacto com o Diabo para serem bem-sucedidos, uns recebendo inspirações inexplicáveis para comporem as maiores obras, fosse nas letras, ou até na música, outros recebendo conhecimentos de magia negra, e tornando-se bruxos.
Exemplo disso foi o célebre compositor Giuseppe Tartini (1692-1770), foi um famoso músico italiano do século XVII que abertamente afirmou ter encontrado o Diabo em sonhos. Quando Tartini tinha 21 anos, ele sonhou que o Demónio apareceu em seus sonhos e que tocou uma canção deslumbrante em um violino. Ao acordar, Giuseppe Tartini tentou reproduzir os acordes da tal canção, porém só conseguiu fazer versões inferiores. Depois de algum tempo, ele conseguiu recriar parte da canção, originando uma de suas obras mais conhecidas: “O Trilo do Diabo“. Depois de compor essa sonata, Tartini ficou famosíssimo tornou-se num grande músico de renome.
Outro exemplo, sucedeu no primeiro século da era Cristã. Sabe-se que o célebre poeta Romano Virgílio ( 70-19 a.C), dominou os segredos da magia negra, com os quais lançou uma forte amarração sobre a filha de um sultão, seduzindo assim a jovem para os seus braços. Conseguiu assim casar com a princesa donzela, coisa que todos julgavam impossível, e que demonstrou o poder e o alcance da magia negra. Diz-se que foi também o fundador de uma notória, mas secreta escola de magia em Nápoles. Sobre a origem dos seus trabalhos de magia negra e a fonte do seu poder, sabe-se que provem de um ancestral grimório que obteve por meios misteriosos. O advogado, clérigo e escritor inglês Gervase de Tilbury, ( 1150 – 1228), que esteve ao serviço do Rei Henrique II de Inglaterra ( 1133 – 1189), deixou escritos nos quais descreve como um inglês fora a Nápoles fazer escavações ao tumulo de Virgílio, e para seu grande espanto encontrou o corpo do bruxo e poeta completamente preservado. Junto ao seu corpo, encontravam-se vários livros de poesia, assim como grimórios de magia negra. Um deles, era o reputado Ars Notoria, ( mais tarde traduzido e publicado em 1657), um livro de necromancia de Salomão, e em especial o livro de Zabulon, um Príncipe Grego de origens Bíblicas que era conhecedor dos mais antigos e poderosos segredos da magia negra.
Por volta dos anos de 1790, sucedeu um caso que ficou famoso de um poeta e bruxo que viveu no condado de Limerick, Inglaterra. Tratava-se um jovem poeta inteligente e espirituoso, que tinha os olhos profundos de poeta que denotam a natureza quente e apaixonada dos poetas, olhos que na magia negra são tidos como capazes de exercer uma influência magnética seja sobre espíritos, seja sobre a natureza feminina. Certo dia o poeta andando em viagem, decidiu repousar nas imediações de uma fazenda, e pediu um copo de leite. A bela filha do fazendeiro, não habituada a ter estranhos a rondarem a propriedade, negou-lhe o copo de leite. O poeta porem agradou-se com a beleza da jovem, e olhou-a nos olhos fixamente em silencio por algum tempo, depois virou costas em silencio, e foi repousar debaixo de uma árvore. A jovem juntou-se ás empregadas da casa, e todas ficaram a ver ao longe o misterioso poeta repousando debaixo da árvore. Foi então que subitamente a jovem filha do fazendeiro sentiu um ímpeto inexplicável de sair de casa, e de caminhar em direcção ao poeta. Sentia-se como que mergulhada num sonho, e não era capaz de controlar nem o seu corpo, nem a sua vontade. As empregadas ficaram alarmadas, e foram chamar o pai, que saiu correndo e a gritar para que a filha parasse, mas a filha parecia caída num fascínio hipnótico. O poeta e a filha do fazendeiro já iam longe, quando uma das empregadas notou num papel amarrado a um galho da árvore em que o poeta estivera a descansar. A empregada retirou o papel do galho, e desatou o nó que o amarrava. Imediatamente o bruxedo foi quebrado, a filha começou a ouvir a voz do pai, e regressou para casa. A filha dizia que se sentiu atraída por uma força invisível que a inspirava a seguir o poeta fosse onde fosse que ela a quisesse levar, e que ela o teria seguido até ao fim do mundo, porque se sentia ligada a ele, e não tinha vontade de resistir, nem tinha consciência de nada á volta para além da presença dele. Na verdade, o poeta tinha há muito feito pacto com o Diabo, tornando-se num hábil bruxo, a quem o seu espírito demoníaco familiar lhe ensinava todo o tipo de fortes trabalhos de magia negra. Um deles era a amarração do poema, um trabalho de amarração de magia negra no qual o bruxo escrevia um certo poema diabólico com gotas do seu próprio sangue, e depois amarrava o papel do poema com um cordel, entoando ao mesmo tempo que dava os nós no cordel, as palavras «Sator, Arepo, Tenet, Opera, Rotas». Fazendo isto, a mulher embruxada ficava de tal forma arrebatadoramente apaixonada e hipnóticamente seduzida, que não havia escapatória á amarração. Porem, esse trabalho de amarração apenas produzia efeitos quando executado por um bruxo autentico, que tivesse autentico e autenticado pacto com o Diabo. No caso da filha do fazendeiro, o bruxo quis apenas dar uma demonstração do seu poder, pelo que este episódio ficou famoso, e o poeta tornou-se um reconhecido bruxo, procurado por inúmeras pessoas que vinham solicitar-se as suas amarrações.
Na livraria de Princeton, havia em 1891 uma obra original de nome Volksthümliches aus Schwaben do padre e Dr. Anton Birlinger ( 1834 – 1891), um reputado teólogo Alemão que estudou no seminário de Rottenburg e lá foi ordenado em 1859. O livro menciona uma amarração amorosa feita através de uma figura de cera virgem, a qual se abençoa com o nome da pessoa desejada, depois inscrevendo-se sigilos ocultos no peito da figura, e seguidamente lançando o boneco ao fogo, enquanto entoando-se um encanamento. O bruxedo deve ser feito por uma bruxa de verdade que se haja entregue ao Diabo através de solene pacto, pois caso contrário é estéril de resultados. Porem, muitas bruxas usaram dele com grandes sucessos.
Existe um famoso grimório Francês de magia negra do século XVIII chamado Petit Albert. ou Petit Albertus. O grimório teve um enorme sucesso nos círculos do oculto em França, especialmente entre bruxas veneradoras de Satanás, e os efeitos dos seus bruxedos são tão certeiros que se tornaram lendários. Especialmente as amarrações. O seu autor foi o notório frade dominicano, Bispo e ocultista Germânico Albertus Magnus, ( 1205 – 1280), motivo pelo qual a obra se chama «Pequeno Albertus», pois que muitas bruxas olhavam para este grimório como um pequeno mestre que as acompanha, e que era do célebre Bispo Alberto. O grimório foi sendo passado de mão em mão em versões manuscritas, até que foi publicado em Lyon, no ano de 1602. No Petit Albert consta uma amarração na qual certas palavras devem ser escritas num pergaminho virgem, dizendo «Sator, Arepo, Tenet, Opera, Rotas, Jah, Jah, Jah, Ketler, Chokmah, Binah, Tedulah, Tebruah, Tiphereth, Netzah, Hod, Jesod, Malakouth, Abraham, Isaac, Jacob, Sharrach, Meshach, Abdenago» O procedimento é hebraico-cabalístico, e porem no final há que fazer um apelo a três almas de tragicamente falecidas, para que ele resulte. È nesse momento que o bruxedo entra por um caminho obscuro, pois as almas invocadas devem-no ser com devido cuidado e adequados procedimentos. Apenas verdadeiras bruxas que celebraram pacto com o Diabo, conseguem realizar este trabalho de magia negra com sucesso, e porem, fazendo-se o bruxedo da forma certa, ele produzia resultados espantosos.
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