Trabalhos de amarração
Jacques Collin de Plancy ( 1793 – 1881) célebre ocultista e demonologista Francês, autor do influente «Dictionnaire Infernal», um tratado de demonologia publicado em 1818, faz nota de como antigos textos apócrifos da religião hebraica mencionam que Noé permitiu que a sua esposa fosse seduzida por um espírito de nome Oromasis, um espírito que se manifestava no fogo, assim como se fazia incorporar numa salamandra. O espírito incorporou num belo homem que copulou fogosamente com a esposa de Noé, e daí em diante o casal foi abençoado com todo o tipo de boa-fortuna. Assim confirmam estes textos milenares, que as histórias sobre os encontros lascivos entre demónios e humanas tem ocorrido desde o inicio dos tempos. E o mesmo tem sucedido com as bruxas, que entregando-se á luxuria dos demónios, depois recebem conhecimentos de magia negra que lhes permitem executar os mais fortes trabalhos de magia negra. E muitos desses trabalhos, destinam-se também eles a posteriormente favorecer os ardores da luxuria e a ebriedade os amores, que são um dos apetites preferidos dos demónios. Por isso mesmo, os trabalhos de amarração feitos através de magia negra são os mais poderosos e infalíveis.
O notório grimório Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505), afirma na sua questão VIII que «Deus dá poder ao Diabo sobre aqueles que dados á luxuria», e isso explica porque motivo as bruxas, mestras que são das artes da magia negra e da invocação do Diabo e todos os seus demónios, conseguem lançar trabalhos de magia negra particularmente poderosos, em especial quando se tratam de assuntos amorosos, ou de luxuria.
O poeta Romando nascido em Espanha, Prudentius ( 348 – 410 d.C), menciona o bruxo Cipriano, assim como relata os seus poderosos trabalhos de magia negra, e deixa notas sobre como tais bruxedos eram feitos em cemitério, junto de túmulos, a fim de realizar fortes invocações de espíritos de defuntos e demónios. Nos seus textos, o poeta fala abertamente das poderosas amarrações do bruxo Cipriano, e dos meios usados para «aumentar a paixão de uma esposa, e faze-la violar a lei do casamento». No período medieval, o famoso grimório do bruxo Cipriano encontrava-se dividido em três livros: um em Grego, outro em Latim, e outro com textos siríacos, coptas e árabes. Os textos circularam pela Europa, e médio-oriente. O próprio bruxo deixou uma confissão na qual conta como quando em criança, havia sido devoto do Deus Pagão Apolo, e apresentado aos mistérios de Mitras. No Monte Olimpo, Cipriano viu hordas de demónios e exércitos de Deuses. Depois, viajou pelo Egipto e Babilonia, onde foi instruído na magia dos Caldeus e Fenícios, que abria portas á invocação de Deuses e Deusas Pagãos, assim como poderosos demónios. E foi com a invocação desses demónios, que o bruxo Cipriano celebrou as mais lendárias amarrações.
Na Suiça, por volta do ano de 1428, as bruxas do cantão suíço tornaram-se celebres pelos seus sabbats satânicos e trabalhos de magia negra. As bruxas do lado francês do Alpes eram conhecidas por serem devotas adoradoras de Satanás, fazendo fortes pactos com o Diabo, e usando dos seus saberes satânicos para causarem todo o tipo de fenómenos, desde a união de casais á separação de casais, desde a fertilidade de mulheres inférteis á esterilidade dos úteros femininos, desde a potencia sexual á frouxidão masculina. Nos Sabbat nocturnos, as bruxas eram conhecidas por sacrificar crias de tenra idade, usando do seu sangue para os mais fortes trabalhos de magia negra. Alguns desses célebres trabalhos, eram os trabalhos de amarração. O Diabo manifesta-se nesses Sabbat sobre a forma de um animal negro, ou num homem vestido de negro. Porem sabia-se que o Diabo conseguia mudar de um corpo masculino para um corpo feminino, conforme tinha relações carnais com bruxas ou bruxos durante os Sabbat satânicos. Era então que o Diabo deixava a sua marca nas bruxas. Durante os Sabbat, bruxas e bruxos apresentavam-se nus, e alguns dos ritos de submissão a Satanás implicavam beijar as nádegas ou o falo do Diabo, depois recitando o Credo Niceno ao contrário, e seguidamente embarcando em lascivos festins de devassidão carnal. Aproveitando as práticas pecaminosas, heréticas e satânicas praticadas nesses ritos, faziam-se fortes trabalhos de magia negra que favoreciam assuntos de luxuria e amorosos, assim se executando fortes os trabalhos de amarração. A criatura infestada por estes trabalhos, ou cedia e se entregava a quem os mandou fazer, ou era molestada por tamanha infestação de espíritos de trevas e assombrações, que acabava em desgraça. A pessoa não tinha outra alternativa senão ceder. Não havia escapatória deste resultado, e por isso ou a criatura amansava e se entregava, ou então ficava condenada a um purgatório de tormentos sem cessar, e que crescia passo-a-passo até á sua desgraça. E por isso a pessoa não tinha alternativa senão ceder. Não havia escapatória, e a criatura embruxada nunca mais se livrava do bruxedo, nem de quem a tinha mandado embruxar. Nunca mais. E por isso, a pessoa embruxada acabava sempre por ceder.
No início do século XVII existiu uma bruxa de renome que viveu na localidade de Rossington, Inglaterra. Tratava-se da bruxa Joan Jordie, a quem por volta dos anos de 1605, todos os aldeões conheciam pelo poder das suas bruxarias. Não poucas vezes a bruxa tinha auxiliado pessoas em aflição, como na vez em que ajudou uma mulher quando o seu bebe adoeceu gravemente, colocando-o no seu berço, e sobre ele entoando um encantamento, ao mesmo tempo que lhe passava por cima com uma vara de bruxa, como se estivesse a limpar o bebé de alguma sujidade invisível, que depois jogava para o chão com a varinha, com ares de ser algo nojento, mas que apenas ela conseguia ver. Em poucos dias, a criança curou-se milagrosamente. Estes eventos foram testemunhados pelo juiz de paz John Carlill, que era um familiar da mãe aflita. Porem, a bruxa Joan também lançava fortíssimas amarrações. Quando em 1608 lhe foi requisitada um trabalho de amarração para que o marido de Katherine Dolfin se entregasse a uma senhora enamorada por ele, a bruxa amarrou umas ervas magicas com um cordel, e de cada vez que dava um nó ao molho de ervas repetia um encantamento satânico no qual dizia o nome do homem. Deu treze nós, o número preferido do Diabo, e lançou o molho de ervas para um fogo que ardia dentro de seu caldeirão. Depois disso, o marido de Katherine Dolfin ardeu de febre durante uma noite inteira. Tempos depois dessa noite, um dos seus bois ficou doente, e depois um novilho, e depois uma vaca caíram sob uma doença misteriosa e sem explicação. O facto tornou-se comentado na localidade, porque nenhum do gado dos seus vizinhos ficou doente, apenas os animais pertencentes ao casal Dolfin. As desgraças persistiam em atormentar a vida do sr. Dolfin, até ao dia em que finalmente cedendo á tentação que o bruxedo lhe causava, o homem foi-se deitar com a mulher que encomendou o trabalho de amarração, consumando assim a luxuria desejada. Nesse momento, imediatamente todos os padecimentos e tormentos desapareceram e esfumaram-se tão misteriosamente quanto tinham aparecido. Os trabalhos de amarração da bruxa Joan nunca falhavam, nem havia quem lhes escapasse. A pessoa embruxada não tinha alternativa senão ceder. E cedia sempre. Sempre.
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