Trabalhos de amarração
Conforme o notório padre e ocultista Montagne Summers (1880- 1948), faz notar nos seus escritos, as bruxas acreditavam que Satanás era um Deus, o Deus da Terra, um Deus igual e tão poderoso como o Deus do Céu da Igreja, e que esses dois Deuses se degladiavam desde sempre. E as bruxas homenageavam esse Deus da Terra que se opõem ao Deus do Céu, e prestavam-lhe homenagem, ajoelhavam-se a Ele, oravam a Ele, realizam obscenos Sabbat e heréticas missas negras em sua honra, nas quais se entregavam á luxuria com demónios contaminando-se com as mais lascivas perversidades e profanas abominações, e juravam fidelidade ao Diabo, e celebravam os mais fortes trabalhos de magia negra. Estes eventos são reais, e testemunhados em obras como o notório Dialogue of Witches ( 1593), do clérigo George Giffford ( 1548 – 1620). Por volta dos anos de 1595, havia uma reputada bruxa de nome Elisabeth Vlamynex de Alost, que antes de iniciar os seus trabalhos de magia negra se desnudava, e orava a Beelzebub, a quem adorava e pedia ajuda. E a bruxe teve sempre resposta do demónio, pois todas as suas bruxarias tinham um sucesso espantoso, o que lhe valeu uma vasta clientela.
O demonologista Pierre de Lancre testemunhou todas estas realidades, e foi com fundamento nas suas observações e notas pessoais que o demonologista escreveu varias obras influentes, tais como Tableau de L’Constance de Mauvais Anges de 1613, L’Incredulité et Mescréance du Sortilége de 1622, e De Sortilége de 1627. Foi nessas obras que Lancre descreve como os demónios incorporados na forma de animais copulavam com as bruxas, e como elas a partir desse momento nunca mais eram iguais, e nunca mais readquiriam uma única resta de pureza que ainda houvesse nas suas almas. Porem, desse dia em diante os seus poderes espirituais aumentavam substancialmente, tornando-se os seus bruxedos muito mais virulentos e pestilentos. Era durante a celebração dos Sabbat satânicos, que os demónios ensinavam pessoalmente ás bruxas varias formulas, encantamentos e técnicas ocultas para a celebração dos mais fortes trabalhos de magia negra.
No seu Tableau de ll’Inconstance des Mauvais Anges ( 1613), De Lancre descreve que quando apresentam a Satanás uma criatura de tenra idade para sacrifício, elas joelham-se dizendo «Grão-Senhor, lequel j’adore», Grande Senhor, a quem eu adoro. E dizem elas «Abandono-me totalmente ao teu poder, e coloco-me nas tuas mãos, sem reconhecer outro Deus, e isso porque existe o meu Deus» No século XVII, dizia abertamente o notório bruxo Silvain Nevillon que «Dizemos ao Diabo que o reconhecemos como nosso Mestre, nosso Deus, nosso Criador». Estas solenes declarações eram feitas em cerimónias que eram liturgias das trevas, liturgias ímpias e profanas, opostas ás santas liturgias do Deus da Igreja, onde as bruxas se entregam a obscenidades carnais e devassos sacrilégios.
Era nestes Sabbat satânicos que os demónios recompensavam as bruxas, ensinando-lhes os mais ocultos segredos de magia negra, com os quais as bruxas celebravam depois todo o tipo de trabalhos de magia negra, incluindo os mais fortes e memoráveis trabalhos de amarração.
Jean Bodin ( 1520-96), foi um jurista e filosofo francês, autor do notório grimório «De lá Demonomanie des Sorcieres» , publicado em Paris, no ano de 1580 . As obras deste celebre demonologista descreveram as suas observações pessoais sobre casos verídicos de bruxas, de bruxaria, de magia negra e de trabalhos de magia negra. Bodin testemunhou e descreveu com as reuniões de bruxas ou Sabbat ocorreram em diversos locais por toda a Europa, tornando-se esses longínquos locais historicamente famosos por causa das actividades de bruxaria ali ocorridas. Um desses locais era junto aos monólitos de Mont-Dol, na Bretanha, onde acorriam bruxas e bruxos de todo o reino Francês. Certa vez, um Sabbat acabou por ser realizado perto da Bordeaux, com efeitos sobrenaturais que sucederam de tal forma, que ficaram na historia da cidade. Na Alemanha, a montanha de Blocksburg ou Brocken era um dos locais mais famosos de reunião de bruxas, e os seus Sabbat eram de tal forma lendários, que ainda nos dias de hoje a região tornou-se num ponto turístico devido aos sinistros eventos ali ocorridos, e que fizeram eco ao longo da história. Ainda nos dias de hoje há relatos de estranhos eventos sobrenaturais que ocorrem naquela montanha, que se diz ser assombrada pelos espíritos das velhas bruxas. Havia bruxas que faziam longas peregrinações, e se deslocavam da Lapónia e da Noruega para ir a tais Sabbat na montanha de Brocken. Na França, as bruxas de la Mouille reuniam-se numa velha casa deserta que havia pertencido a padres, e que por ser solo sagrado tinha um especial valor, pois todo o acto de magia negra ali celebrado era uma heresia de extremo agrado ao Diabo. Por volta de 1670, as bruxas suecas de Mohra reuniam-se num local chamado Blockula, um prado que nunca ninguém conseguiu encontrar, senão elas. Estes foram muitos dos míticos locais onde se celebraram as mais lendárias reuniões de bruxas, ou Sabbat das bruxas.
Já na Suiça, por volta do ano de 1428, as bruxas do cantão suíço tornaram-se celebres pelos seus sabbats satânicos e trabalhos de magia negra. As bruxas do lado francês do Alpes eram conhecidas por serem devotas adoradoras de Satanás, fazendo fortes pactos com o Diabo, e usando dos seus saberes satânicos para causarem todo o tipo de fenómenos, desde a união de casais á separação de casais, desde a fertilidade de mulheres inférteis á esterilidade dos úteros femininos, desde a potencia sexual á frouxidão masculina. Nos Sabbats nocturnos, as bruxas eram conhecidas por sacrificar crias de tenra idade, usando do seu sangue para os mais fortes trabalhos de magia negra. O Diabo manifesta-se nesses Sabbats sobre a forma de um animal negro, ou num homem vestido de negro. Porem sabia-se que o Diabo conseguia mudar de um corpo masculino para um corpo feminino, conforme tinha relações carnais com bruxas ou bruxos durante os Sabbat satânicos. Era então que o Diabo deixava a sua marca nas bruxas. Durante os Sabbat, bruxas e bruxos apresentavam-se nus, e alguns dos ritos de submissão a Satanás implicavam beijar as nádegas ou o falo do Diabo, depois recitando o Credo Niceno ao contrário, e seguidamente embarcando em lascivos festins de profana devassidão carnal. Aproveitando as práticas pecaminosas, heréticas e satânicas praticadas nesses ritos, faziam-se fortes trabalhos de magia negra que favoreciam assuntos de luxuria e amorosos.
O célebre ocultista Agrippa von Nettesheim, (1486 – 1535), um contemporâneo de Faustus – o notório doutor que fez o lendário pacto com o demónio –, e autor do influente «De occulta Philosophia» (1531-33), afirma na sua obra que «os procedimentos para conjurar espíritos são delicados e perigosos». No seu grimório «Filosofia Oculta», é mencionado como criar um círculo demonico com a finalidade de invocar espíritos. Esse círculo deveria ser dividido em quatro secções, cada uma dedicada a quatro demónios, Satanás, Beelzebub, Lúcifer e Belial, uma vez que cada um deles reina sobre um quarto deste mundo.
Outro ensinamento que consta neste grimório, é como fazer espelhos mágicos que sirvam á missão de trabalhos de amarração. Os espelhos tem desde sempre sido considerados como meios de contacto com o mundo dos espíritos. Através dele, e tendo os conhecimentos correctos, é possível chamar tanto almas de mortos, como demónios. As receitas prescritas neste grimório quanto a esse tipo de espelhos são mencionados pelo célebre matemático e geógrafo Ptolomeu ( n. 100 d.C), e foram amplamente usadas por muitas bruxas da idade média. Tratavam-se espelhos feitos de Ouro ou prata, ou pintados a dourado ou prateado, os quais deveriam ser mergulhados em sangue fresco, e depois nele desenhados sete símbolos ocultos. Depois o espelho deveria ser banhado em água por sete dias, e aspergido com perfumes bíblicos conforme as fórmulas de Salomão. O espelho deveria igualmente ser ungido tanto com as secreções do prazer de uma bruxa, assim como pelas lagrimas de uma bruxa. Havendo a operação sido feita conforme as prescrições, o espelho permitiria chamar qualquer demónio que se desejasse, e ele compareceria, e aceitaria a demanda amorosa que se lhe pedisse, indo contaminar, acossar e fustigar a pessoa amarrada ate que ela cedesse e se entregasse a quem a mandou amarrar. E a pessoa não tinha alternativa senão ceder. E por siso, cedia sempre.
Estas amarrações foram citadas em textos do famoso bruxo Cipriano (f. 258 d.C) . O notório abade beneditino Joahannes Trithemius ( 1462 – 1516), foi autor de mais de oitenta títulos versando sobre preciosos saberes ocultos, e leu todos os grandes grimórios. Entre esses famosos grimórios, estava o «The Book of the Four Kings», ao qual Trithemius chamou de uma obra «pestilenta», e que atribui a origem destes «trabalhos amaldiçoados» a são Cipriano. Um desses trabalhos era a fabricação deste tipo de espelhos amaldiçoados, que invocavam com grande eficácia fosse a almas de defuntos, fosse a demónios, e usava desses atributos para gerar fortes trabalhos de amarração.
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