Trabalhos de magia de amarração
Em França, no reinado de Carlos IV ( 1368 – 1422), a sua cunhada Valentina Visconti ( 1366 – 1408), a duquesa de Orleães e filha do duque de Milão, era conhecedora das artes da magia negra. Ela já trazia do seu reino as sabedorias das velhas Streghe Italianas, ao que se lhe acrescentaram os famosos conhecimentos dos prêtres sataniques e missas negras que se praticavam em França. Com os poderes que tais conhecimentos de magia negra desvendavam, a bruxa e duquesa mantinha nas suas mãos qualquer homem que desejasse, e de tal forma o fez, que dominava as vontades do rei conforme queria. Lewis Spence ( 1874 – 1955), um notório ocultista Escocês, no seu compêndio «Encyclopaedia of the Occult» (1920), dá nota de outro bruxo famoso da mesma época, que era o bruxo Arnaud Guiilanme de Guienne, que possuía um misterioso grimório que poucos conhecem, e menos ainda alguma vez lhe tocaram, chamado Smagorad. Com este grimório, o bruxo conseguia influenciar estados de alma, afectos, desamores e amores, fazendo-o de uma forma prodigiosa. Também na França, em 1578, a célebre bruxa de Compiégne celebrava fortes trabalhos de magia negra em assuntos amorosos e de luxuria. Ela mesma tinha-se entregado ao Diabo, que a tomou num obsceno frenesi de lascívia, nesse momento concedendo-lhe a sua marca de bruxa. Dai em diante, a bruxa de Compiégne recebeu ensinamentos dos demónios a quem se entregava indiscriminadamente nos Sabbat que frequentava. Desse modo, a bruxa realizava fortes trabalhos de magia de amarração capazes de seduzir a qualquer homem ou mulher que ela quisesse embruxar, motivo pelo qual os seus préstimos ocultos eram vorazmente procurados por uma vasta clientela.
No capitulo II do Livro III do célebre grimório Demonology (1597) do Rei James I de Inglaterra ( 1566 –1625), dá-se nota de como o Diabo pode insinuar-se em quem pretende, até mesmo fazendo-se aparecer na forma de um anjo de luz, ou aparição celestial. De facto, muitas são as formas como os demónios podem agir no pensamento e nos corações humanos, assim alterando-lhes os afectos, e desse modo tanto afastando aqueles que estavam próximos, como aproximando quem estava distanciado. E sabendo disso, desde há séculos que as bruxas produzem os mais fortes bruxedos, em particular os trabalhos de magia de amarração.
O notório demonologista Francês Henri Boguet (1550-1619), autor do influente grimório «Discours Exécrable des Sorciers», afirmava que nos seus Sabbat as bruxas celebravam liturgias blasfemas, nas quais se entregavam á mais promiscua devassidão com os demónios que invocavam. Não havia heresia, nem obscenidade, nem perversão ou sacrilégio que não fosse praticado e perseguido nesses ritos, como se bruxas e demónios se tivessem unido nos próprios infernais abismos do pecado. Na vila de Olivet, na margem esquerda do rio Loiret, havia um prado onde muitos destes Sabbat ocorreram. Contava o jovem bruxo Gentien le Clerc, que ele mesmo fora feito bruxo e apresentado a tais profanas liturgias pela sua própria mãe que já era bruxa, ao passo que tinha sido nesses mesmos Sabbat á margem do Loiret que a bruxa Madeleine levou a sua filha para neles tomar parte, e se tornar bruxa. Era frequente que nos Sabbat se celebrassem o baptismo de novas bruxas, assim como pactos com o Diabo de aspirantes a bruxas, e até casamentos em bruxas e bruxos. Era também nesses Sabbat que muitos trabalhos de magia negra eram feitos, e que acabariam por ditar o fim e o início de muitos outros casamentos, tudo conforme aquilo que a clientela das bruxas lhes houvesse generosamente encomendado.
O Malleus Maleficarum ( 1486), dos demonologistas Jacob Sprenger ( 1438 – 1495), e Heinrich Kramer, ( 1430 – 1505), comenta como as bruxas de bom grado abraçam a servidão ao Diabo, e se submetem á luxuria dos demonios que as procuram para nelas satisfazerem os seus mais obscenos desejos carnais, e como as bruxas viciadas nessas abominações se entregam ao pecado, para depois cometerem as mais profanas heresias ao celebrarem culto ao Diabo através de impios ritos de magia negra. E fazendo-o, as bruxas recebem dos demónios secretas revelações sobre saberes e segredos ocultos, que depois empregam na feitura dos seus trabalhos de magia negra. E algum deles, era os mais fortes trabalhos de magia de amarração.
Aricoh, é um dos anjos caídos dos demonios de Milton, na sua obra Paradise lost. John Milton ( 1608 – 74), foi o autor de «Paradise Lost», um dos mais célebres poemas demonológicos e esotéricos, terminado em 1663. Há quem afirme que o autor teve uma verdadeira devoção artística a Satanás, assim como há quem o classifique como um brilhante demonologista que expressou pela poesia alguns dos mais preciosos saberes ocultos. O nome Aricoh deriva do Hebreu que significa «Leão Feroz», e ele é um dos demónios da vingança. Já Vual, é um dos 72 Espíritos de Salomão, que pode manifestar-se em forma humana, e fala num antigo dialecto Egípcio, daí que seja conhecido nos círculos do oculto do o «espirito Egípcio» ou o «espirito do Egipto». Este demónio é particularmente eficaz a tratar de assuntos amorosos, conseguindo angariar o amor de qualquer pessoa a quem seja dirigido através da bruxaria que for feita da forma certa. Assim se entende que, tanto como há demónios que sendo invocados executam implacavelmente os desígnios da vingança, também outros há que também sendo chamados atendem a assuntos amorosos com grande poder. È com estes conhecimentos sobre os demónios, e as formas certas de os invocar e lhes entregar as demandas certas, que as bruxas da Idade Media celebravam os mais fortes trabalhos de magia de amarração.
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